O arranjo das portas do sedã
hardtop e o modelo 1956 visto por fora e por dentro; grade dianteira e
caixa automática eram algumas novidades
Em 1957 o 88 básico tornava-se o
Golden Rocket e o motor crescia até 6,1 litros, com 277 cv; o pacote J-2
de carburadores levava-o a 300 cv |
Para a linha 1956, que tal alterar grade, lanternas e frisos e
acrescentar alguns cavalos sob o capô? Foi o que a Oldsmobile fez outra
vez, deixando o motor com 230 cv/47 m.kgf no modelo básico e 240 cv/48,4
m.kgf no Super. A grade com divisão central lembrava a do "carro de
sonho" Delta (leia boxe abaixo) e os para-lamas traseiros
mudavam. A antiga caixa automática HydraMatic, introduzida com primazia
pela marca em 1940, enfim dava lugar à
Jetaway HydraMatic de quatro marchas, que reduzia a manutenção e
adicionava a posição Park, ou estacionamento, hoje comum. Por dentro, a
alavanca de freio de estacionamento era substituída por um pedal e o
velocímetro, antes circular, ganhava forma oval.
Nessa época, a principal concorrência dos 88 vinha dos Studebakers
Classic e Sky Hawk, do Dodge Custom Royal, do Pontiac Star Chief, do
Mercury Monterey, do Buick Special e do
DeSoto Firedome, todos com
motores V8, com dimensões similares às do modelo da Olds e vendidos na
faixa de US$ 2.500.
Exageros
de estilo
O 88 básico
voltava a ter nome em 1957: agora era o Golden Rocket 88, mesma
denominação de um "carro de sonho" esportivo apresentado pela marca no
ano anterior. A corrida por maior potência levava o V8 a crescer para
371 pol³ ou 6,1 litros, o que rendeu 277 cv e 55,3 m.kgf — agora os
mesmos valores para qualquer modelo da linha, todos com carburador
quádruplo. Havia opção por três carburadores duplos, dos quais dois só
atuavam acima de 75% de abertura do acelerador, no pacote J-2 para obter
300 cv e 57,4 m.kgf. Se as mudanças de estilo eram poucas, havia a
importante estreia da perua Super 88 Fiesta, de quatro portas, com ou
sem coluna central. Era o primeiro Olds desse tipo desde 1950.
Na Popular Mechanics, o Super 88 sedã com pacote J-2 acelerou de
0 a 96 km/h em 10,2 segundos com uso de gasolina superior, mostrou bom
espaço interno à frente e insatisfatório atrás e um inconveniente: os
cromados do painel causavam reflexos aos olhos do motorista. O
desempenho, mais uma vez, foi destaque: "O carro roda a 145 km/h sem
esforço. Poucos carros podem alcançar o Super 88 em uma subida de
montanha ou em aceleração. Ele está isento de vibrações e dá um rodar
mais suave que a média".
Por outro lado, o comportamento dinâmico foi reprovado: "Há a sensação
de um carro realmente pesado. Você não pode jogá-lo em curvas tão rápido
quanto com Oldsmobiles anteriores. A frente é extremamente mole". Ainda,
a caixa HydraMatic usava acoplamento de fluido em vez de conversor de
torque, o que levou a um resultado peculiar: "Mudanças de primeira para
segunda e de terceira para quarta são feitas pelo acoplamento de fluido
auxiliar e foram quase imperceptíveis, mas as trocas de segunda para
terceira são por embreagem mecânica e bastante fáceis de notar".
Uma renovação extensa de estilo era o destaque do modelo 1958. Os quatro
faróis circulares vinham em molduras que se estendiam pelas laterais até
as portas dianteiras, enquanto os para-lamas traseiros mostravam aletas
mais pronunciadas — embora ainda sutis se comparadas às dos Cadillacs da
época. O 88 estava bastante largo, baixo e encorpado, em um aspecto que
a marca chamou de Mobile Look (visual móvel, com movimento). O bocal do
tanque de combustível vinha oculto por uma tampa junto à lanterna
traseira esquerda. A versão de entrada era mais uma vez renomeada,
passando a Dynamic 88.
O painel era remodelado assim como o volante, agora com o
centro recuado e barras para acionar a buzina, em vez do tradicional
aro.
Continua
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