Acabamento, conforto de marcha e comportamento dinâmico eram pontos altos do Senator, que usava motores de seis cilindros em linha com 2,8 e 3,0 litros de cilindrada

Faróis em trapézio, grade menor, lanternas traseiras de lado a lado: as alterações de 1983 davam ar mais atual ao modelo, já com cinco anos

Um novo painel envolvente vinha em 1985 com opção de computador de bordo; o Senator ganhava também uma versão de 2,0 litros e 110 cv

Uma caixa automática Borg-Warner de três marchas era opção às manuais de quatro e cinco velocidades, esta restrita à versão 3,0. Ao contrário de seu antecessor, dotado de eixo rígido, o Senator usava uma moderna suspensão traseira independente por braços semi-arrastados, mesmo conceito então usado por Mercedes e BMW; a dianteira McPherson também se diferenciava dos modelos anteriores da marca. Os freios vinham com discos nas quatro rodas e os pneus tinham a medida 195/70 R 14. As medidas externas caracterizavam um carro grande para a época, com 4,84 metros de comprimento, 1,72 m de largura, 1,42 m de altura e 2,68 m de distância entre eixos, além de 501 litros de capacidade de bagagem. O peso chegava a 1.370 kg na versão 3,0.

Avaliado pela revista alemã Auto Motor und Sport, o Senator de 3,0 litros mereceu elogios pelo "desenho prático da cabine, o bom acabamento da carroceria, o conforto de marcha superior e as características de comportamento dinâmico que impressionam. Raramente outro carro da categoria comporta-se, mesmo em condições extremas, de forma tão segura e sem problemas quanto ele". Concorrência essa ocupada pelos alemães Mercedes-Benz 280/280 E, BMW 528/528i e Audi 100; o inglês Ford Granada; os franceses Citroën CX, Peugeot 505 e 604 e Renault 30; o sueco Volvo série 200 e o italiano Lancia Gamma.

Linhas atualizadas   Uma versão carburada do motor de 3,0 litros, a 3.0 S, estreava em agosto de 1978 com 150 cv e 23,5 m.kgf para máxima de 193 km/h. Em 1982 chegava o mais econômico motor 2,5 com injeção, 136 cv e 19 m.kgf na versão 2.5 E, para assumir o lugar do 2,8 com carburador, enquanto o 3,0 adotava nova injeção Bosch LE-Jetronic, mais eficiente. Contudo, o desenho do sedã já justificava uma intervenção para se atualizar aos mais novos Opels, como o Ascona (Monza no Brasil) de 1981. Identificado como A2, ou segunda série da primeira geração, esse Senator era lançado em 1983 com aspecto frontal mais moderno.

Os faróis estavam maiores e com a forma de trapézio mais acentuada, a grade ainda quadriculada tinha perfil rebaixado, os para-choques metálicos davam lugar aos envolventes de plástico na cor da carroceria e os retrovisores eram novos. Na traseira a única novidade vinha com uma extensão ligando as lanternas, o que a deslocava a placa de licença para o novo para-choque. Se o interior pouco mudava, um sensor de colisão agora destravava as portas em caso de acidente. Maiores mudanças nesse campo viriam só em 1985 com um painel mais envolvente, como do Ascona, e as ofertas de computador de bordo e de quadro de instrumentos digital em cristal líquido para a versão CD.

À exceção do velocímetro, as informações eram mostradas em escalas coloridas, que no caso do conta-giros assumia o formato típico de uma curva de potência, com queda após determinada rotação. Ainda de acordo com a tendência de reduzir o consumo, a série A2 trazia como motor de entrada o de quatro cilindros e 2,0 litros com injeção, comando no cabeçote, 110 cv e 16,3 m.kgf. Essa unidade — da mesma família dos seis-cilindros e sem relação com a de mesma cilindrada usada mais tarde no Ascona, no Kadett e nos Chevrolets brasileiros — não estava à altura de um carro de luxo, mas era o que o mercado desejava. Continua

Na Austrália
A primeira geração do Senator serviu de base para que a Holden, subsidiária da General Motors na Austrália, desenvolvesse o modelo inicial da longeva série Commodore, que chega a nossos dias como o carro vendido no Brasil como Chevrolet Omega. Aquele Commodore, de código VB (em preto na foto), combinava a carroceria do Rekord alemão à frente do Senator, necessária para acomodar os motores maiores da linha australiana: os de seis cilindros em linha, com 2,85 e 3,3 litros, e os V8 de 4,2 e 5,0 litros.

Só na quarta série, a VK de 1984 (em vermelho), seria adotada a carroceria com três janelas por lado que os alemães usavam no Senator. Frente e traseira, que já eram um pouco diferentes na Austrália, ficariam ainda mais na série VL de 1986, em uma tentativa de modernizar o modelo já com oito anos de mercado. Ao contrário da Opel, a Holden fez versões perua e picape para atender a esses importantes segmentos de seu mercado. Fazia sentido, pois o Commodore era um despretensioso carro médio para os padrões australianos, sem a aura de requinte que o Senator desfrutava na Europa.

Em 1988 a Holden lançava sua segunda geração, ou VL, com a carroceria do Senator do ano anterior e, mais uma vez, frente (que lembrava a do primeiro Vectra) e traseira específicas (em cinza na foto). Mais três evoluções se sucederam até que, em 1997, a Austrália ganhasse o Commodore VT, baseado no segundo Omega de 1994 e com maiores dimensões. Se os europeus foram perdendo um a um seus grandes Opels, um país-continente abaixo do Equador encarregou-se de mantê-los vivos e desejados.
   
Na África do Sul
   
Embora a linha sul-africana da GM tenha seguido de perto a Holden australiana, por algum tempo ela olhou para a produção alemã da Opel. O Chevrolet Senator, lançado em 1979, combinava as linhas do modelo europeu a algo mais que o logotipo da Chevrolet: atrás dele vinha o motor de seis cilindros em linha e 4,1 litros bem conhecido tanto dos africanos quanto dos brasileiros — equipou nosso Opala. O volante, como é padrão no país, vinha no lado direito. Três anos mais tarde ele assumia a marca original, Opel.

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