A grade e as várias janelas faziam a ligação ao antecessor, mas o Senator de segunda geração estava bem mais moderno e aerodinâmico

Além da suspensão com controle eletrônico na versão CD, a direção Servotronic era padrão no modelo, que tinha motores de 2,5 e 3,0 litros

Painel digital reformulado, caixa automática e muitos equipamentos de conveniência equipavam a mais luxuosa das duas versões desse Opel

No Senator CD os itens de série acrescentavam volante revestido em couro, câmbio automático, bancos aquecidos, suspensão com controle eletrônico ajustável de amortecimento e painel digital, com seis instrumentos em um grande mostrador de LCD (opcional para o básico). Desta vez o conta-giros tinha forma circular. Ambos os acabamentos mantinham os conhecidos motores de 2,5 litros, com 140 cv e 21 m.kgf, restrito a mercados de exportação, e de 3,0 litros, com 156 cv e 23,4 m.kgf.

No ano seguinte a fábrica apresentava uma edição revisada do segundo, com a moderna injeção Motronic da Bosch, 177 cv e 24,5 m.kgf sem abrir mão do catalisador. Se não existiu a opção de motor de quatro cilindros a gasolina, mercados como Itália, Espanha e Portugal receberam também um turbodiesel de 2,3 litros, não oferecido na própria Alemanha. Os concorrentes do modelo anterior, alguns em novas gerações, eram também seus adversários ao lado do sueco Volvo série 700, do alemão Ford Scorpio, dos italianos Alfa Romeo 164 e Lancia Thema, do francês Renault 25 e, pouco mais tarde, do Peugeot 605 e do Citroën XM.

A revista alemã Mot destacava os argumentos da Opel para concorrer com marcas de prestígio: "A filosofia do modelo resume-se nas palavras sofisticação e tecnologia. Pela primeira vez em uma produção de volume está a direção com assistência Servotronic, dependente da velocidade e não da rotação do motor. Isso traz pouco esforço no volante quando estacionando ou manobrando e precisão em altas velocidade — o ideal em uma direção assistida. A regulagem da suspensão tem três estágios: Conforto, comparável ao flutuar de um Cadillac; Médio, com um ajuste fino; e Esporte, tão firme quanto a do Omega 3000. Acima de 115 km/h o sistema passa automaticamente ao nível médio, para evitar más surpresas, e quando se cai abaixo desse limite ele retorna a Conforto".

Outra publicação do país, a Auto Zeitung, aprovou seu comportamento dinâmico: "Para um carro de luxo, é muito estável. Estradas curvas nele dão prazer, pois a direção é precisa e transmite bem a sensação do piso. O verdadeiro domínio do Senator é a autoestrada, com seu rodar suave e a grande estabilidade direcional". Contudo, em um comparativo com Mercedes 260 E e BMW 525i, a revista mostrou a necessidade de melhor acerto da suspensão: "Ele nos desapontou. Nos Alpes, foi ao mesmo tempo macio demais e duro demais. Não filtrou muito bem as pequenas irregularidades da estrada e mostrou movimentos excessivos da carroceria nas curvas. Em autoestradas, porém, a direção do Senator é firme e há um baixo nível de ruído no interior".

Talvez o Opel não estivesse à altura dos alemães mais respeitados, mas como se sairia diante de marcas do mesmo patamar? A Auto Bild comparou-o em 1989 aos novos XM e 605, além do 530i. A conclusão foi que a melhor escolha "depende do que mais conta individualmente: se for esportividade e comportamento dinâmico, recomenda-se o 530. O Citroën é sugerido, por outro lado, para aqueles que decidem sua compra pelo transporte extravagante e confortável. Um compromisso muito bom é o do Senator, que oferece um pouco de tudo e de forma muito convincente: dinâmica, conforto, segurança ao volante. Sua maior desvantagem nem é o consumo elevado, mas simplesmente o emblema Opel no capô".

Mais válvulas, mais potência   Quem desejasse algo mais potência sob o comando do pé direito deveria esperar até 1989, quando estreava uma versão mais "quente" do 3,0-litros. Ao lado de duplo comando e 24 válvulas, adotava pistões mais leves, virabrequim com 12 contrapesos em vez de apenas quatro (para maior estabilidade e menos vibrações em alta rotação) e coletor de admissão de geometria variável por meio de uma válvula-borboleta.

Na prática, o sistema o fazia trabalhar como um par de motores de três cilindros em regimes de até 4.000 rpm a fim de obter mais torque em baixa rotação — 75% do total estavam disponíveis já a 1.500 rpm. Com 204 cv e 27,5 m.kgf, a versão atingia 235 km/h e acelerava de 0 a 100 em 7,8 segundos com caixa manual, números que ficavam em 224 km/h e 9,1 s com a automática, apesar do peso elevado para 1.465 kg. Junto ao motor mais potente vinham novas caixas de câmbio, freios a disco maiores e alterações na suspensão traseira. Continua

No Brasil
Embora não se saiba de nenhum Senator vendido no Brasil, sua segunda geração foi cogitada para ganhar produção nacional. Em 1989, ainda antes da liberação das importações, a General Motors local realizou uma clínica — pesquisa secreta de opinião com consumidores — em que colocou Senator e Omega para apreciação.

Qual deles venceu a disputa, todos sabemos: o Omega. Resultados de clínicas são guardados a sete chaves, mas é possível imaginar que suas linhas mais suaves tenham sido preferidas pela maioria.
De resto, a mecânica da versão de seis cilindros e 3,0 litros, os principais itens de conforto e até o espaço interno eram equivalentes nos dois modelos, o que deixava a escolha a cargo mesmo da estética.

Outro possível fator é que, por ser maior e um pouco mais pesado, o Senator não tenha mostrado tão bons resultados quanto o Omega em testes com motor de quatro cilindros e 2,0 litros — uma versão necessária para a GM suceder ao Opala de 2,5 litros e que sempre representou a maior parcela de vendas de seu sucessor.
Nas telas
O leitor pode ver diversos Senators em filmes e séries de TV, mas em alguns casos terá de entender alemão para compreender o contexto. É que o modelo, embora vendido por toda a Europa, teve participação relevante apenas no cinema do próprio país.

A primeira geração aparece em três filmes da série alemã Tatort, feita para TV: Leiche im Keller (1986), Zeitzünder (1990) e Bienzle und der Mord im Park (1995). Um sedã preto é visto em Vorovskoi Obschak, filme russo de 1991, e um dourado está no drama alemão Absolute Giganten (1999).

Há também aparições em séries de TV, como Der Alte (desde 1977, Alemanha), Edge of Darkness (1985) e, sobretudo, Alarm für Cobra 11 - Die Autobahnpolizei (desde 1996). Esta colocou sedãs e também uma versão funerária em vários episódios.

Procura pelo segundo Senator? Assista à comédia francesa Dupla Confusão (Tais-toi!, 2003), onde aparece um modelo cinza. Uma rápida aparição está em 007 - O Amanhã Nunca Morre (Tomorrow Never Dies, 1997) com um carro de cor vinho.

E, claro, ele está presente na série Alarm für Cobra 11, em que um modelo cinza cai num rio.
 Tatort  Absolute Giganten
 007 - O Amanhã Nunca Morre  Alarm für Cobra 11

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