Na linha 1958 havia opções de
cores e mais motores; com o V8 Golden Commando, de 5,75 litros, a
Plymouth oferecia injeção de combustível
Sedãs, cupês e peruas de
qualquer cor eram chamados de Fury em 1959; a tampa do porta-malas
trazia ressalto para acomodar o estepe
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Ao
lado desse comportamento, o Plymouth oferecia conforto
aceitável: "O Fury não tem um rodar áspero. A única reclamação é que o
espaço para pernas no banco traseiro é bastante limitado". A revista considerou-o um pouco caro, mas ainda válido:
"Embora seja uma barganha entre os carros esporte familiares, por seu
preço ele fica de fora da classe dos carros baratos. Mas, se você é ao
mesmo tempo um homem de família e um fã de carros esporte e tem
orçamento para um único automóvel, ainda o considerará tentador".
E o mercado respondeu bem a tal proposta, comprando do Fury em 1956 o
dobro de unidades de um Dodge D-500 e quatro vezes o que vendia o
Chrysler 300 ou o
DeSoto Adventurer, todos do
mesmo grupo, embora caiba lembrar que o Plymouth era mais barato que
eles. Mas o carro não passaria muito tempo sem uma grande reformulação.
Para o ano seguinte, como toda a gama da corporação, ele adotava o
desenho conhecido como Forward Look — visual avançado, à frente —
elaborado pelo projetista Virgil
Exner.
O Fury 1957 deixava a timidez de lado e assumia linhas fortes,
imponentes, que sugeriam velocidade e poder. O perfil estava mais baixo,
os vidros maiores e mais inclinados, as aletas na traseira bem maiores.
Faróis duplos ocupavam os mesmos lugares dos anteriores e combinavam com
saliências no para-choque. Como antes, o modelo vinha só com duas
portas, sem coluna central e numa única cor, um bege claro, para
harmonia com a faixa lateral dourada. A distância entre eixos crescia de
2,92 para 2,99 metros, enquanto a altura total diminuía 14 centímetros.
No interior, a simetria do antigo painel era trocada por um desenho
voltado ao motorista, com o velocímetro em forma de arco e mais quatro
mostradores diante do volante, este com aro para comando da buzina. No
restante sua superfície era acolchoada, uma medida de segurança. Entre
os opcionais do Fury estavam ar-condicionado, direção assistida,
controle elétrico dos vidros e dos bancos, freios servoassistidos e
cintos de segurança. Os pneus agora tinham a medida 8,00-14.
Sob o capô, outras boas novidades: o motor 303 dava lugar ao 318 de 5,2
litros (da geração A, anterior à LA usada pelos
Dodges brasileiros), com dois
carburadores de corpo quádruplo, 290 cv e 44,9 m.kgf. Tal vigor, porém,
estava ao alcance de qualquer Plymouth como opcional e isso tirou
parte da exclusividade do Fury. A caixa automática era a nova
TorqueFlite com três marchas e mudanças comandadas por
cinco botões no lado esquerdo do painel. Quem preferisse podia tê-lo com
três marchas no câmbio manual, na coluna de direção.
A suspensão adotava barras de torção no sistema independente da
dianteira e, com a calibração mais firme do modelo, sua estabilidade era
a melhor entre as três marcas mais acessíveis do mercado — Plymouth,
Ford e Chevrolet. O teste da revista Motor Trend destacou esse
atributo: "O Fury pode ser acelerado em curvas fechadas e ser levado a
um 'drift'. O único ponto fraco é a falta de ação de autoalinhamento da direção,
mas a relação baixa permite rápidas correções".
Outra revista, a Hot Rod, comparou o Fury a um Belvedere com
motor de 301 pol³ (4,95 litros) para detalhar as diferenças do modelo
mais esportivo. Descrito como "seguramente o carro de produção com
melhor comportamento dinâmico na América", o Fury destacou-se pela
suspensão: "Seu rodar é mais firme, sem ser áspero, e ele se inclina
menos nas curvas. Onde havia certa rolagem em alta velocidade com o
Plymouth básico, o Fury estava firme como uma rocha".
Continua
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