



Chamada de Nevada ou Savanna, a
espaçosa perua levava até sete pessoas com o banco suplementar e tinha
grande capacidade de carga |
No Salão de Genebra, na Suíça, em março de 1986 era apresentado o
Renault 21 pelo então presidente da empresa Georges Besse, que seria
assassinado no ano seguinte por um grupo terrorista. O belo sedã logo
causou boa impressão com suas linhas simples e harmoniosas, mais uma
obra de Giorgetto Giugiaro. A
frente tinha a grade bem fina na cor da carroceria, faróis retangulares
e para-choque envolvente, também da cor do carro nas versões superiores.
Atrás tinha lanternas retangulares. Com quatro portas e três
volumes, o R21 levava com conforto cinco passageiros. Seu peso era de
950 kg e media 4,46 metros de comprimento, 1,71 m de largura, 1,41 m de
altura e 2,6 m de distância entre eixos. O
coeficiente aerodinâmico (Cx) 0,32 era muito bom para a categoria. Por dentro o desenho era retilíneo, como
habitual na época, e havia vários porta-objetos. O porta-malas também
era generoso com capacidade de 490 litros.
O motor básico vinha em posição transversal e tinha quatro cilindros em
linha, bloco e cabeçote de alumínio — material que os motores franceses
já usavam desde a década de 1960 —, 1.721 cm³ de cilindrada e carburador
de corpo duplo. Sua potência era de 76 cv e o torque de 13,1 m.kgf. Com
tração dianteira e caixa manual de quatro marchas (cinco opcional),
usava pneus 155/80 R 13 em rodas em aço estampado. A velocidade máxima
era de 170 km/h e de 0 a 100 km/h levava 12 segundos: um carro familiar
sem muitas pretensões, mas com bom desempenho. Com a mesma cilindrada
havia a versão GTS, com 92 cv e 14,5 m.kgf. Mais dinâmica, tinha final
de 185 km/h e 0-100 em 11 segundos.
A família
cresce
Em outubro, no Salão de
Paris, era lançada a perua R21, com 18 centímetros a mais, sendo 15
entre eixos. Atraente, foi batizada com o nome de Nevada e em alguns
mercados como Savanna. Seu espaço era muito bom, vinha com bagageiro
opcional no teto e a quinta porta tinha ampla abertura. Havia opção de
um banco adicional na parte traseira, voltado para frente, onde se
acomodavam duas crianças. Com os bancos traseiros rebatidos, tinham-se
2,05 metros de comprimento livre, com carga útil de 560 kg. Um furgão que também levava a família
nos fins-de-semana. Como no sedã, a suspensão dianteira tinha esquema
McPherson com molas helicoidais. Atrás, o conjunto independente usava a
solução típica francesa da época, braço
arrastado com barras de torção transversais. A perua vinha competir
com as derivadas do BX, do Sierra, do VW Passat e até do
Opel Omega, então idêntica à
Suprema fabricada aqui na década de 1990.
As versões TXE e GTX, tanto para o sedã quanto para a perua, chegavam
com motor de maior cilindrada (1.995 cm³) e em posição longitudinal. A
diferença de montagem explica-se pela transmissão de potência ao solo
mais difícil nos motores transversais, em que o eventual uso de semi-árvores de
comprimentos desiguais leva ao fenômeno de
esterçamento por torque, um tanto raro no caso dos longitudinais. Com 120 cv,
17,1 m.kgf, injeção eletrônica e câmbio de cinco marchas de série, essa
versão podia receber caixa automática com quatro marchas. Velocidade
máxima de 187 km/h indicava um desempenho muito satisfatório e o tanque de
gasolina de 66 litros permitia longa autonomia.
Continua
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