


Freios ABS, rodas de 15 pol e
interior bem-equipado eram os atributos do Turbo para competir com as
versões "quentes" de BX, 405 e Sierra |
Como
o motor ficava mais longo no sentido longitudinal à frente do eixo, a
Renault diminuiu em 6 cm a distância entre eixos, fazendo da linha R21
um raro caso de quatro medidas diferentes (duas para o sedã, duas para a
perua) na mesma família. O painel digital incluía conta-giros e
computador de bordo, mas sua leitura não era das mais práticas. Tinha
ainda ar-condicionado, controle elétrico dos vidros dianteiros e travas,
direção assistida e regulagem de altura do volante. Os pneus eram 185/65
R 14. Esta versão já brigava com Fiat Croma IE, Sierra 2,0,
Citroën CX 22 TRS,
Audi 90 e
Lancia Thema 2000 — todos
familiares da mesma faixa de preço, para clientes mais exigentes.
A revista francesa L'Automobile Magazine fez um comparativo, em
1988, do GTS com o Passat CL 1,8 (em nova geração), o também recente
Peugeot 405 SR 1,6 e o Fiat Croma CHT,
sucessor do Regata lançado em 1985. O R21 não brilhou — empatou com o
Croma em último lugar —, mas foi elogiado pelo desempenho (o melhor do
grupo em aceleração e retomada, apesar do equilíbrio em potência entre
os quatro modelos), conforto, espaço para bagagem e a direção assistida,
além de ser o segundo mais barato. Os pontos fracos foram torque em
baixa rotação, trepidação do volante, freios, consumo e acabamento.
Na Itália, a Quattroruote confrontou no mesmo ano os franceses
21, 405 e BX com motores turbodiesel de 1,8 a 2,1 litros. Mais caro ao
lado do Peugeot, o Renault saiu vantajoso e visibilidade, espaço para
bagagem e retomada; ambos venceram o Citroën em espaço interno e
conforto, mas perderam para este em itens de segurança, estabilidade,
aceleração e freios. A revista destacou ainda o baixo consumo e o motor
"potente e disponível em todos os regimes", mas criticou o acabamento,
os materiais usados no interior, a climatização interna, a ausência de
sistema antitravamento (ABS) entre os opcionais e a direção pouco
progressiva.
Andando
como esportivo
Em junho de 1987 a
briga esquentava com a chegada do R21 Turbo. A empresa de Billancourt já
dominava havia tempos a técnica do motor turboalimentado a gasolina
graças às competições. Brigava em casa com o Citroën BX GTi 16S e com o
Peugeot 405 Mi 16, enquanto o Thema 2000 Turbo e o Sierra Cosworth
representavam a concorrência externa. Havia ainda o
Mercedes-Benz 190 E 2.3-16, que
custava quase o dobro dos demais, e o BMW Série 3. Se não rivalizava com
eles em prestígio, o novo francês superava o 325i alemão em desempenho,
tanto em aceleração quanto em velocidade máxima. O Renault nesta versão
brava se diferenciava por um discreto defletor dianteiro com faróis de
longo alcance inseridos, grade maior e um pequeno aerofólio traseiro,
que baixavam o Cx para 0,31. As
rodas de alumínio tinham um belo desenho e pneus Michelin 195/55 R 15.
Por dentro trazia acabamento muito bom, painel completo (incluindo
manômetro de óleo) com grafismo em vermelho, volante de três raios de
diâmetro menor e bancos com desenho esportivo, adequados à proposta.
Eram ótimos atributos para enfrentar os sedãs médios mais potentes nas
auto-estradas europeias. O motor era o mesmo de 1.995 cm³, mas com um
turbo Garrett T3 e resfriador de
ar. Sua potência saltava para 175 cv e o torque para 27,5 m.kgf. Com
peso de 1.190 kg, o que deixava a relação peso-potência na faixa de 7
kg/cv, fazia de 0 a 100 km/h em 7,4 segundos e alcançava 227 km/h. Para
frear a fera havia discos nas quatro rodas, sendo os dianteiros
ventilados, e sistema antitravamento (ABS).
Continua
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