Maior e mais arredondado, o terceiro Passat descartava a grade dianteira, admitindo ar apenas pela tomada inferior e pelo emblema VW

Com motor transversal, essa geração chamava atenção pelo espaço interno; o painel estava modernizado e permanecia a tração integral

O Passat G60 vinha com compressor e 160 cv no motor de 1,8 litro; a Variant (embaixo) é da versão VR6 de seis cilindros em ângulo estreito

Espaço de sobra   Seja pelo crescimento da estatura média dos alemães, seja pelo objetivo de alcançar patamares mais altos do mercado, a Volkswagen decidiu fazer o Passat crescer — por fora e, sobretudo, por dentro — ao projetar sua terceira geração, o tipo 35i ou plataforma B3. Pela primeira vez ele não compartilhava a arquitetura do Audi 80, tendo sido usada a do Golf II com aumento em todas as dimensões; com isso, o motor passava da posição longitudinal para a transversal.

Oferecido apenas como sedã e perua, ambos com quatro portas e lançados em simultâneo, ele agora media 4,57 m de ponta a ponta, com largura de 1,70 m, altura de 1,43 m e entre-eixos de 2,62 m, e pesava a partir de 1.130 kg. Seu estilo estava mais arredondado e suave, com inspiração no carro-conceito Auto 2000 de 1981. O elemento mais curioso era a frente sem grade: o ar era admitido para o radiador apenas pela tomada do para-choque e pelo emblema VW. Vidros nivelados à carroceria sem quebra-ventos nos dianteiros, traseira alta e um mínimo de adornos contribuíam para a aerodinâmica. Na perua, as lanternas traseiras eram horizontais pela primeira vez. O interior ganhava formas mais arredondadas.

Além da posição do motor, havia mais novidades na mecânica. Os motores tinham cilindrada e potência maiores, para lidar com o aumento de peso, e todos usavam injeção. Eram oferecidas unidades a gasolina de 1,6 litro com 72 cv, 1,8 litro com 75 ou 90 cv, 2,0 litros com 116 cv (todas com duas válvulas por cilindro) e de 2,0 litros com quatro válvulas e 136 cv. Outras opções eram o G60, com um compressor aplicado ao 1,8-litro para alcançar 160 cv, e os motores a diesel 1,6 de 80 cv, 1,9 de 68 cv e 1,9 de 75 cv (apenas o menos potente sem turbo).

Se as opções de cinco cilindros desapareciam, chegaria em 1991 um bom substituto para elas: o VR6, com seis cilindros em um "V" bastante fechado (15 graus) para reduzir sua largura. Com 2,8 litros, duas válvulas por cilindro, 174 cv e 23,9 m.kgf, ele levava o sedã a 224 km/h. O câmbio manual vinha sempre com cinco marchas e o automático com quatro e, como antes, existia opção por tração integral — dessa vez pelo mesmo sistema do Golf, que não mantinha o torque transmitido às quatro rodas todo o tempo.

O novo Passat CL 1,8 encarava o Vauxhall Cavalier 2,0 (agora equivalente ao Opel Vectra alemão) e o Peugeot 405 1,9 GR na Car  inglesa. "Os engenheiros da VW alegam que seu carro tem mais espaço na cabine que qualquer modelo executivo, e uma vez dentro dele você fica feliz em acreditar neles. Há tanto espaço quanto você encontraria em algumas limusines", descrevia a revista. No entanto, o Passat tinha desvantagens: "A menor potência e um desempenho indolente. Isso faz dele o primeiro a ser descartado, apesar de suas muitas virtudes". A Car apontou o francês como melhor alternativa.

Na Popular Science,  nos EUA, foi a vez de comparar o Passat 2,0 ao Acura Integra 1,8 e ao Pontiac Grand Am 2,3, representantes de três escolas e continentes. O VW mostrou os melhores freios e foi o segundo na velocidade possível para mudança de faixa de rolamento, mas perdeu para ambos em aceleração. Na análise da revista, "para o comprador interessado em uma alternativa estimulante, o Passat tem tudo para sê-la".

Nas telas
Passats de todas as gerações e fases estão presentes no cinema, e não apenas em filmes alemães.

A primeira geração pode ser vista nos policiais brasileiros Meu Nome Não é Johnny (2008), em uma versão 4M, e Achados e Perdidos (2007), um modelo dos últimos anos de produção. Uma Variant do mesmo estilo, já bastante gasta, está na ação Missão Resgate (Laser Mission, 1989). Dessa geração, mas com uma reestilização que não tivemos por aqui, são os Passats da comédia Mis (1981) e da ação Konsul (1989), ambos os filmes poloneses.

Da segunda geração, o hatchback da polícia alemã — branco de portas verdes — é usado nos filmes de ação Crack - Conexão da Morte (Zabou, 1987) e Knockin' on Heaven's Door (1997), filmados naquele país. A Variant da mesma época, similar à primeira Quantum brasileira, aparece no drama Um Tiro no Coração (Shot Through the Heart, EUA e Canadá, 1998).

O terceiro Passat, ou B3, aparece no filme policial polonês Psy (1992) e uma Variant está no drama italiano Fuori dal Mondo (Not of This World em inglês, 1999).

A quarta geração parece ser a mais numerosa nas telas. Está na comédia francesa Les Couloirs du Temps: Les Visiteurs 2 (1998), no filme Intrusions (2008) do mesmo país e nos títulos de terror Brutal (EUA, 2007) e A Sétima Vítima (Darkness, 2002). Aparece ainda na comédia britânica Mystics (2002), no filme norte-americano de suspense Passageiros (Passengers, 2008) e nas comédias O Dia Perfeito (Employee of the Month, EUA, 2004) e Em Seu Lugar (In Her Shoes, EUA/Alemanha, 2005). A Variant desse período pode ser vista no drama holandês Swingers (2002), no thriller italiano Non Aver Paura (2005) e no drama Pecados Íntimos (Little Children, EUA, 2006).

Enfim, o quinto Passat tem presença na comédia Eu Te Amo, Cara (I Love You, Man, EUA, 2009) como sedã e na comédia francesa Les Petits Mouchoirs (2010) como Variant. Já um CC é destruído na ação Ninja Assassino (Ninja Assassin, 2009).
Missão Resgate Mis
Knockin' on Heaven's Door Um Tiro no Coração
Pecados Íntimos Eu Te Amo, Cara

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