Os faróis escamoteáveis davam
aspecto esportivo ao primeiro Integra, oferecido com três e cinco
portas, com maiores dimensões no segundo
Amplos faróis na frente sem
grade, duas carrocerias, grandes vidros: a fórmula do segundo Integra,
aqui mostrado na versão GS de três portas |
Da
mesma forma que os fabricantes norte-americanos ofereciam, havia
décadas, diferentes marcas para vender versões mais ou menos luxuosas do
mesmo projeto de automóvel, a indústria japonesa viu nessa
diversificação uma boa estratégia para o importante mercado dos Estados
Unidos na década de 1980. Foi o que levou a Toyota e a Nissan a lançarem
juntas, em 1989, as respectivas divisões de luxo Lexus e Infiniti.
Antes delas, porém, houve a iniciativa da Honda. Após longas pesquisas
de mercado, a fábrica fundada em 1948 por
Soichiro Honda decidiu
introduzir uma marca dedicada a modelos mais refinados. A Acura, que
tinha como símbolo um "A" estilizado, era inaugurada em 1986 nos EUA e
no Canadá com sede em Torrance, na Califórnia, para vender dois modelos:
o compacto Integra e o grande e luxuoso Legend. Mais tarde a linha seria
ampliada com o superesportivo NSX.
O Integra que os norte-americanos conheceram em 1986 havia sido lançado
um ano antes no Japão, sob a marca Honda e com o nome Quint Integra.
Estava disponível nos EUA como hatch de três e cinco portas, com
diferentes comprimentos (4,28 e 4,35 metros) e distâncias entre eixos
(2,45 e 2,52 m, na ordem) conforme a versão. Em ambos, as linhas retas e
sóbrias lembravam as do Civic da
época, com poucos adornos e ampla área envidraçada, mas havia faróis
escamoteáveis para um ar esportivo inesperado — por esse aspecto ele
remetia ao cupê esportivo
Prelude.
Baseado na plataforma do Civic, com suspensão independente nas quatro
rodas por braços sobrepostos, o Integra era oferecido com um só motor,
de 1,6 litro, duplo comando e 16 válvulas, configuração rara na época.
Leve, com bloco e cabeçote de alumínio, ele desenvolvia a potência de
113 cv a altas 6.250 rpm e podia alcançar 7.000 rpm. Caixas de câmbio
manual de cinco marchas e automática de quatro estavam disponíveis.
Tanto a calibração da suspensão quanto os freios a disco nas quatro
rodas apontavam para uma direção mais esportiva que a do Civic.
A revista Popular Mechanics aprovou o modelo: "Carrega a promessa
de alto desempenho em um carro com estilo familiar. O Integra tem um
agradável jeito firme de rodar e faz curvas como um carro de autorama,
com um mínimo de inclinação da carroceria. Não isola o motorista da
pista. Como em todo produto Honda, traz bom espaço para bagagem e grande
atenção ao acabamento, com um mínimo de ruídos e vibrações na cabine".
Pequenas alterações de estilo e no interior vinham no modelo 1988, que
também recebia motor 5 cv mais potente por conta de
taxa de compressão mais elevada e
reduções internas de peso. Mudanças mais abrangentes estavam em preparo
e chegaram em março de 1989 com a segunda geração do Integra. Agora
havia o hatch de três portas, com quatro lugares, e um sedã de quatro
portas para cinco pessoas, ambos com maiores dimensões — 4,39 e 4,48 m
de comprimento, 2,55 e 2,60 m de entre-eixos, na ordem. Os pesos
respectivos eram de 1.160 e 1.185 kg.
Os faróis escamoteáveis eram passado: agora a Acura usava grandes
unidades retangulares fixas em uma frente sem grade — a admissão de ar
era feita apenas na parte inferior do para-choque, como seria no Civic
1992. Com formas suaves e amplos vidros, estava um pouco mais
arredondado. O espaço interno crescia nos bancos dianteiros e diminuía
um pouco para quem viajava atrás. Os acabamentos eram o mais simples RS,
o intermediário LS e o esportivo GS.
Continua
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