Se no estilo era conservador,
por outro lado o 760 GLE oferecia interior confortável, mecânica
eficiente e novos recursos de segurança |
Segurança como
prioridade
Se não parecia moderno,
o projeto do 760 mostrava-se funcional: ampla área envidraçada e colunas
estreitas para maior visibilidade, janelas laterais e vidro traseiro
mais verticais que o normal para ganho de espaço. A imponente grade
retangular, com a barra diagonal que sustentava o logotipo da Volvo, era
ladeada por grandes faróis de mesmo formato com limpadores, oportunos
nas rodovias com neve e gelo da Suécia. Um defletor sob o pára-choque
dianteiro acomodava os faróis de neblina.
O grande sedã (4,80 metros de comprimento, 1,75 m de largura, 1,41 m de
altura e 2,77 m de distância entre eixos) acomodava cinco ocupantes com
conforto e segurança. Peritos em medicina da Universidade de Gotemburgo
participaram do desenvolvimento dos bancos, que se tornam elementos de
segurança à medida em que reduzem o cansaço em longos percursos. Seu
desenho previa efeito contra o submarinamento, isto é, a possibilidade
de o corpo passar por baixo do cinto de segurança em impactos severos.
E impactos foram freqüentes no desenvolvimento do 760. A Volvo
dimensionou a estrutura para suportar colisões a velocidade 7 km/h acima
do padrão dos testes de impacto americanos, ou seja, de 48 para 55 km/h
— o que implica aumento de 36% na absorção de energia cinética.
A primeira versão, 760 GLE, trazia quatro opções de motores. O principal
era o V6 de alumínio chamado PRV (projetado em associação com a Peugeot
e a Renault), que já havia equipado o 260, só que com cilindrada
aumentada para 2.849 cm³. Com comando de válvulas nos cabeçotes e
injeção eletrônica Bosch K-Jetronic, desenvolvia potência de 158 cv e
torque máximo de 23,9 m.kgf.
Quem priorizasse desempenho a conforto podia escolher o de quatro
cilindros em linha e 2.316 cm³, dotado de
turbocompressor Garrett, resfriador de
ar e injeção Bosch Motronic, para 173 cv e 25,5 m.kgf. Os suecos
sempre foram adeptos desta forma de superalimentação, que teve no
Saab 99 de 1978 o primeiro uso sem fins de
esportividade. Com virabrequim e pistões forjados, esse motor é
considerado um dos mais robustos que a Volvo já produziu para automóveis
e levava o sedã a acelerar de 0 a 100 km/h em 8,5 segundos.
Continua
|