Na versão de entrada do novo
Golf estava o moderno motor de 1,6 litro com bloco de alumínio e coletor
variável, que logo seria substituído
A unidade de 2,0 litros era
mantida na versão intermediária; por algum tempo a VW equipou toda a
linha Golf com bolsas infláveis e freios ABS |
Com
a inesperada redução do Imposto de Importação em 1994, mais fábricas
decidiram trazer modelos de fora para complementar sua linha nacional.
No caso da VW, a decisão foi de importar o Golf GL, trazido da Alemanha,
e o GLX, do México, ambos de cinco portas. O primeiro vinha com motor
1,8 a injeção monoponto e 90 cv, e a
segunda, com o mesmo 2,0 do GTI associado a um acabamento superior. As
vendas começavam no início de 1995. O modelo alemão tinha para-choques
menos salientes e sem as luzes laterais no dianteiro usadas pelo
mexicano.
Se não repetiu por aqui os números que faziam dele um dos carros mais
vendidos do mundo a seu tempo, o êxito do Golf levou a VW a trazer mais
versões ainda naquele ano. Vinham o Cabriolet — um conversível de duas
portas com o motor 2,0 — e o VR6, esportivo de três portas com o
peculiar motor de seis cilindros em "V" de ângulo estreito (15 graus)
com 2,8 litros, 174 cv e 23 m.kgf. Para 1996, o GL passava a também vir
do México e recebia injeção multiponto no motor 1,8, agora com 96 cv. Um
ano depois o GLX ganhava as opções de caixa automática de quatro marchas
e bolsas infláveis frontais, mas o GTI deixava de ser trazido.
Nova cara, novos corações
Enquanto isso, a
Volkswagen alemã finalizava a quarta geração do Golf, a ser lançada no
Salão de Frankfurt em setembro de 1997. Sem radicalizar na remodelação
visual, o médio ganhava requinte no interior e aprimoramentos técnicos e
em segurança. Levou um ano para que a novidade chegasse ao Brasil, em
três versões bem diferenciadas: 1.6, 2.0 e GTI, agora todas com cinco
portas.
O carro estava um pouco maior, com 4,15 metros de comprimento (antes
4,02 m), 1,73 m de largura (contra 1,69 m), 1,44 m de altura (eram 1,43 m) e
distância entre eixos de 2,51 m (antes, 2,47 m). O 2.0 mantinha o motor
já conhecido, mas em versão com bielas mais curtas e r/l desfavorável. O
1,6-litro era uma nova unidade com bloco de alumínio e
coletor de admissão de geometria variável
que rendia 101 cv e 14,8 m.kgf. No GTI, a estrela da linha, enfim um
motor digno de um esportivo: o 1,8-litro com cinco válvulas por
cilindro, turbocompressor e
resfriador de ar, apto a fornecer 150 cv
e 21,4 m.kgf — um robusto torque atingido já a 1.750 rpm. De série em
todos eram os freios ABS e bolsas infláveis frontais; no GTI, também
laterais dianteiras.
Se a concorrência estava renovada, com modelos como o
Astra brasileiro, Citroën Xsara,
Renault Mégane e (de 1999 em diante) o
Fiat Brava, o Golf vinha com bons argumentos para repetir o sucesso
da geração anterior. Pronta a fábrica paranaense, em agosto de 1999 a VW
apresentava a versão brasileira nas mesmas versões, mas com mudanças
como altura de rodagem 20 mm maior e ABS opcional no 1.6 e no 2.0. Meses
mais tarde, também as bolsas infláveis deixavam de vir de série nessas
duas versões — uma concessão ao mau hábito brasileiro de dar pouco valor
a itens de segurança.
A versão 1,6 saiu-se bem em uma comparação com Astra 1,8 e
Brava 1,6 no Best Cars em 2000: "O primeiro contato com o
interior do Golf é muito positivo: acabamento claro, incluindo a parte
inferior do painel, plásticos de boa qualidade, desenho atual. As
maçanetas cromadas são de bom gosto e facilitam sua localização à noite.
Alças de teto e tampa do porta-luvas têm movimento suave, que transmite
qualidade. (...) O Golf dá um show de detalhes que cativam: porta-copos
escamoteável, luzes de cortesia nas portas dianteiras, pára-sóis com
espelho e iluminação, chave dobrável.
Continua
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