Para-choques mais salientes e
luzes de posição nas laterais dianteiras: é um Scirocco do mercado
norte-americano, onde o motor tinha 1,7 litro
Para-choques em preto e luzes de
direção dianteiras envolventes eram algumas novidades em 1977, ao lado
do motor de 1,3 litro com 60 cv
A série especial Storm,
exclusiva do mercado inglês, somava bancos de couro, defletor dianteiro
e o motor do GTi ao ser lançada em 1979 |
A
primeira geração do Scirocco não passou por grandes mudanças em seus
oito anos de produção. Em agosto de 1975 apareciam os acabamentos mais
luxuosos GLS e GT, o motor de 1,6 litro (com 75 cv/11,9 m.kgf ou 85
cv/12,4 m.kgf) e o limpador de para-brisa de braço único em vez dos dois
anteriores. Estreava em junho do ano seguinte o GTi, em que o motor 1,6
obtinha 110 cv e 14 m.kgf com auxílio da injeção mecânica de combustível
Bosch K-Jetronic, novidade compartilhada com a versão homônima do Golf.
Era o bastante para alcançar máxima de 186 km/h e acelerar de 0 a 100 em
10 segundos, marcas muito boas para a época. Suspensão, freios
(dianteiros a disco ventilado), rodas e pneus vinham redimensionados de
acordo.
A revista Autosport entusiasmou-se pela versão esportiva,
avaliada ao lado do Golf GTi: "O motor é tão isento de vibrações que
seria difícil dizer, em qualquer rotação, quantos cilindros ele tem. A
aceleração é muito ágil e a precisão e a rapidez da caixa auxiliam o
desempenho. Os freios a disco ventilado são um grande aprimoramento e
não há perda de eficiência pelo calor em estradas montanhosas. Embora os
carros tenham tração dianteira, o usual
subesterço não fica em evidência e foi divertido provocar saída de
traseira no circuito de Hockenheim. Estes esportivos são tão fáceis de
dirigir quanto poderiam ser, no atual estado da arte, e contestam a
teoria de que tração dianteira é necessariamente menos divertida em uma
pista."
Os para-choques vinham inteiramente em plástico negro, as luzes de
direção dianteiras contornavam os para-lamas e havia melhorias em
suspensão e direção em 1977. Dois anos depois ele recebia novo
retrovisor externo e a opção de motor de 1,3 litro com 60 cv e 9,5
m.kgf. Chegava ainda ao mercado britânico a edição especial Storm — o
vento virava tempestade —, com motor 1,6 de 110 cv, bancos dianteiros
Recaro, revestimento em couro e um defletor plástico na dianteira na cor
da carroceria. Suas rodas de alumínio de 13 pol, com pneus 175/70,
viriam à linha Gol brasileira nos anos 80. Relançada no ano seguinte, a
série adotava as rodas raiadas que tivemos no Santana GLS. A VW ofereceu
outras edições especiais em alguns mercados, como Sidewinder, Sidewinder
II, Champagne Edition, Champagne Edition II e S. Em 1980 era inserido o
teto solar na lista de opções.
A revista inglesa Motor comparou a versão GLi 1,6 ao
Alfa Romeo Alfetta GTV 2000, ao
Ford Capri 3.0 S, ao
Lancia Beta Coupe 2000 e ao
BMW 320i, todos de maior cilindrada e com
marcas prestigiadas — mas de preço próximo ao do caro modelo da VW.
Apesar da forte competição, o Scirocco saiu-se bem em desempenho,
consumo, estilo e comportamento dinâmico, aspectos em que ficou entre os
melhores. Outra publicação, a norte-americana Popular Mechanics,
colocou a versão de 1,7 litro — já em fim de carreira, em 1982 — diante
de um grande time de adversários:
Honda Accord,
Mercury LN7, Nissan Stanza, Pontiac J2000 (do mesmo projeto do
Chevrolet Monza brasileiro) e
Toyota Corolla, todos com três
portas e perfil esportivo, mesmo que o desempenho não estivesse à
altura. O resultado? "O vencedor é o Scirocco, o verdadeiro alvo ao qual
todos esses outros fabricantes lançaram seus mísseis."
A revista explicava a preferência: "Todos os testadores apontaram a
excelente construção, dentro e fora, e o modo com que ele 'transpira
qualidade', tipicamente alemão em montagem e acabamento. Mas o que
realmente nos cativou foi seu modo quando o dirigimos. 'Um carro sólido,
agradável, extremamente estável em altas velocidades', escreveu um
testador", embora o VW fosse apenas o segundo melhor em aceleração e o
terceiro em slalom (desvio entre cones) e frenagem. "Direção, câmbio,
comportamento dinâmico e posição de dirigir combinam-se para fazer dele
o melhor para dirigir rápido. Como um testador descreveu, 'o limite em
curvas é baixo, mas quanto mais rápido você anda, melhor ele parece'."
A edição especial SL, em 1981, marcou a despedida do primeiro Scirocco.
Dotada de motor 1,3 ou 1,6, vinha em branco ou prata e trazia faixas
laterais, volante esportivo, bancos revestidos em preto e vermelho e, na
versão mais potente, defletor dianteiro. Das 504 mil unidades dessa
geração, 150 mil foram vendidas nos EUA, mercado que só perdia para o
próprio alemão (213 mil).
Continua
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