Ao fim de cada cobertura
de salão pelo BCWS, costumo analisar de forma geral a qualidade
do evento, no que toca ao volume de novidades e a seus atrativos.
Desta vez, publicado o conteúdo completo sobre
Detroit, o resultado dessa análise
não é dos melhores.
Houve, sem dúvida, bons destaques entre os carros-conceito.
Mazda Kabura e
Aston Martin Rapide são exemplos
de estudos que agradam aos olhos, expressam modernidade e podem estar
nas ruas em um futuro próximo. O mesmo talvez possa ser dito do
Volvo C30, do
Audi Roadjet e do
Buick Enclave — mas não do
Chrysler Imperial, cujo desequilíbrio
de formas desonra uma tradição iniciada em 1924, cuja
história contamos nesta
edição.
Quanto ao trio nostálgico de modelos esporte, formado por
Dodge Challenger,
Chevrolet Camaro e
Lamborghini Miura, tenho minhas
restrições. É fato que têm desenho interessante e que seria curioso
vê-los no mercado, como tem acontecido com outras propostas de retorno
ao passado. Mas onde essa onda vai nos levar? Há sentido em reeditar,
a cada salão, alguns automóveis que fizeram sucesso há 30, 40 ou 50
anos? Daqui a outros 20 ou 30, o que essas marcas farão? Um Challenger
2030 com estilo inspirado, mais uma vez, no de 1970?
Foi também um salão fraco em lançamentos de automóveis. A não ser pela
Toyota, com o Camry e o
Lexus LS, e pela Nissan com o
Sentra, o que se viu foram variações
de modelos conhecidos ou — caso do Dodge
Caliber — a versão final de algo já antecipado como conceito. No
que toca a modelos de produção, os utilitários mostraram algumas
novidades, como o Classe GL
da Mercedes-Benz, o reformulado Jeep
Wrangler e o trio de crossovers
(Edge,
CX-7 e MKX) do grupo Ford, mas
nada que surpreendesse.
O salão americano deixou no ar uma sensação de falta de criatividade,
de excessiva repetição de temas e estilos conhecidos. O jeito é
aguardar por Genebra. |