Hill na Sports Illustrated em 1959, como "piloto de carro esporte do ano", e de Ferrari 246 F-1 em 1960: a última vitória com motor dianteiro

Em 1961, com o Dino 156 "Nariz de Tubarão", venceu em Spa e Monza e foi campeão da F-1; também levou nesse ano a 24 Horas de Le Mans

A vitória em Brands Hatch em 1967, com um Chaparral 2F, marcou a despedida de Hill das pistas, mas ele permaneceu grande entusiasta

O ano de 1958 começava bem para a dupla Hill-Collins com o 250 TR, pois ganhavam o GP da Argentina. Phil tornava a vencer em Sebring, com Collins, e carimbou a bandeira quadriculada na França vencendo Le Mans com Gendebien. Era a terceira vitória da fábrica nessa pista tão emblemática, o que foi ótimo para a carreira de Hill. Com o mesmo 250 TR, conseguiu o quarto lugar na Targa Florio, na Itália, e em Nürburgring. Nesse ano a Ferrari ganhava o Mundial de Marcas, mas não foi um ano fácil para a escuderia, que perdia em poucas semanas os pilotos Luigi Musso, no GP da França, e Peter Collins, em Nürburgring. Hill se tornava piloto oficial da Ferrari na F-1. O ano terminou com o campeonato vencido por Mike Hawthorn, a equipe com o vice e o inglês, com os pontos já garantidos, cedeu o segundo lugar a Phil no Marrocos. Era a vez do monoposto 246 Dino F-1 triunfar.

Hill fez uma temporada regular na Fórmula 1 em 1959, fechando em quarta posição com a Ferrari. Em Marcas, junto com Gendebien, ganhava a 12 Horas de Sebring e outra vez em Nassau. Chegava a década de 1960 e outra vez os argentinos o viam triunfar junto com inglês Cliff Allison e o argentino Froilán González, amigo de Fangio. Continuou em Targa Florio com o segundo, em dupla com o alemão Wolfgang von Trips, e foi terceiro em Nürburgring com Allison e o belga Willy Mairesse. Na F-1, embora o 246 F-1 já estivesse ultrapassado, venceu o GP da Itália em Monza, conquistando o coração dos italianos. Foi a única vitória do ano da Ferrari e a última de um carro com motor dianteiro. A categoria estava se modernizando tanto em arquitetura quanto em aerodinâmica. Os carros estavam mais baixos, mais leves e menores, mas não menos potentes. No campeonato ele ficava em quinto.

Em 1961 só os motores de aspiração natural com até 1.500 cm³ eram permitidos. A Ferrari estreava o Dino 156, com um V6 de 185 cv a 9.000 rpm. Conhecido como “Nariz de Tubarão” devido a suas formas frontais, tinha chassi tubular em aço e carroceria em alumínio; pesava apenas 420 kg. Montado na traseira, o motor de alumínio fora projetado pelo engenheiro Vittorio Jano com dicas de Alfredo "Dino", o filho de Enzo, morto em 1956. A escuderia inscrevia três carros pilotados por Von Trips, Hill e Giancarlo Baghetti. Hill venceu em Spa-Francorchamps e Monza e foi terceiro em Mônaco, segundo em Zandvoort e em Aintree, na Inglaterra. Sagrou-se campeão, o único nascido nos EUA na história da F-1. No Mundial de Marcas, outra vez Le Mans e Sebring eram vencidas por Hill/Gendebien. Poucas vezes no automobilismo se viu uma dupla tão afinada quanto essa. Phill era um piloto reconhecido no mundo da velocidade.

A temporada de 1962 foi mais tímida. Começava o ano em Daytona, na Flórida. Junto com o mexicano Ricardo Rodriguez, chegava em segundo com um Dino 246 SP. Na prova seguinte em Sebring, ao lado do fiel companheiro Gendebien no emblemático 250 GTO, também chegava em segundo. E mais uma vez com Gendebien vencia Le Mans com um 330 TR. Era a sexta vitória da equipe nessa pista, num belo carro que tinha parte da carroceria aberta. Ambos também ganharam em Nürburgring. Na Fórmula 1, Hill havia feito uma temporada fraca onde a Lotus-Climax e a BRM dominaram, sendo que Graham Hill (sem parentesco com Phil) havia sido campeão e Jim Clark o segundo. Para Phil restou o quinto lugar. Em 1963 ele deixava a Ferrari após ótimos serviços. Correu com o Ford Cobra em Sebring, junto com Dan Gurney; em Nürburgring com Jo Bonnier, a bordo de um Porsche 718; e em Le Mans com um Aston Martin DP 215, junto com Lucien Bianchi, sem grandes resultados. Na F-1 ainda disputou com um ATS projetado pelo competente Carlo Chiti, que havia deixado a Ferrari, também sem muito êxito. Um ano depois estava com John Cooper correndo pela Cooper Climax, outra vez sem bons resultados.

Nos carros de Marcas, tornava a ganhar em Daytona — desta vez com Pedro Rodriguez, irmão de Ricardo — num Ferrari 250 GT da equipe NART (North American Racing Team). Ainda fez algumas provas com um Cobra e o restante com um Ford GT40 ainda em fase de acertos. O ano de 1965 voltava a ser fraco, correndo com um Cooper T-70 e de novo com o GT40 sem maiores resultados. No ano seguinte, juntava-se ao conterrâneo Jin Hall para pilotar seus belos e distintos Chaparral. Seu companheiro seria o sueco Jo Bonnier. Mais uma vez triunfou na pista de Nürburgring e no Campeonato Can-Am (Canadian-American Challenge Cup, disputado nos EUA e no Canadá) na prova de Laguna Seca. Na Fórmula 1 tentou se classificar sem sucesso com um Eagle Weslake T1G na prova de Monza. Em 1967 fez uma temporada discreta, mas terminou o ano com brilho ao vencer a prova de Brands Hatch com um Chaparral 2F. Retirava-se das pistas com orgulho de ter cumprido sua missão.

Apaixonado por carros, Hill foi comentarista do programa Wide World of Sports, da rede de televisão ABC, e escreveu artigos para a famosa revista norte-americana Road & Track. Outro trabalho interessante que desenvolvia era a restauração de carros antigos, de corrida ou de rua, em sua empresa Hill & Vaughn. Em agosto de 2008 esse entusiasta, frequentador assíduo de exposições de carros clássicos em Pebble Beach e dos festivais de velocidade de Goodwood, faleceu por complicações da doença de Parkinson aos 81 anos de idade. Foi um pioneiro norte-americano sem similar nas pistas do mundo.

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