O Alfa P3 de 1934 (à direita), pilotado por Varzi e Chiron na equipe que Enzo gerenciava, o Auto Avio 815 feito após a dissolução do contrato

O 125 S fez a estreia da Ferrari nas pistas, em 1947; embaixo, o Lancia D50 desenvolvido por Vittorio Jano e mais tarde renomeado um Ferrari

O 166 Inter (em cima) colocou a marca nas ruas, o que trouxe dinheiro para que continuasse a correr; o 250 S começou uma família em 1952

Então veio a Segunda Guerra Mundial, período no qual Ferrari mudou a fábrica para o vilarejo de Maranello, a 15 quilômetros do antigo endereço, tentando evitar os bombardeios dirigidos ao centro da cidade — mesmo assim, o local foi atingido duas vezes. Após o fim do conflito as atividades foram retomadas e, em setembro de 1946, Enzo apresentava o primeiro motor com a marca Ferrari, de 12 cilindros em "V" — configuração que ele apreciava dos Packards norte-americanos.

O primeiro carro, ainda um chassi sem carroceria, rodava em março do ano seguinte e, em maio, Franco Cortese tinha a primazia de competir com um automóvel da nova marca. O 125 S era um "charutinho" com o piloto sentado quase sobre o eixo traseiro, pequenos para-lamas como os de moto e motor V12 de 1,5 litro; era oferecido em versões roadster e Spyder Corsa, esta com dois lugares. O número 125 indicava a cilindrada unitária em cm³ (1,5 litro em 12 cilindros), mas o volume logo foi aumentado para 1,9 litro, resultando na denominação 159, e depois para 2,0 litros no 166.

Os resultados não demoraram a surgir: na Mille Miglia em 1948 e 1949, no circuito belga de Spa, na 24 Horas de Le Mans. A prova francesa foi vencida em 1949 por um 166 Barchetta. Nas provas de Grandes Prêmios — a antecessora da Fórmula 1 —, o monoposto 125 GP com motor V12, compressor e potência de 230 cv fez bonito, vencendo em Monza, na Suíça, na Holanda e na Checoslováquia em 1949.

No mesmo ano, tão logo a exportação aos Estados Unidos começou, o piloto Briggs Cunningham conquistou a primeira vitória da Ferrari em uma prova na América, em Watkins Glen, Nova York. No ano seguinte um 195 S faturou a Mille Miglia e, em 1951, o modelo 212 venceu a Carrera Panamericana na fronteira dos EUA com o México. Na Fórmula 2, entre 1949 e 1951, a Ferrari ganhou todas as provas em que se inscreveu até abandonar a categoria em favor da Fórmula 1.

Apesar de sua paixão pelas pistas, Enzo não pretendia fabricar carros esporte de rua. Quem o fez mudar de ideia foi Luigi Chinetti, piloto que trabalhara com ele nos tempos da Alfa e havia recebido cidadania norte-americana. Chinetti via potencial para vender esportivos europeus nos EUA e, no fim de 1946, convenceu Enzo a participar do negócio. O primeiro modelo de rua foi o 166 Inter, com o V12 de 2,0 litros e 150 cv, a que se seguiram o 195 Inter e o 212 Inter.

Após um desentendimento com o patrão, Colombo deixou a Ferrari em 1950. Assumiu seu lugar Aurelio Lampredi, que manteve o V12, mas em maiores cilindradas — a partir de 3,5 litros — para atender ao mercado norte-americano com modelos como o 410 Superamerica. Vittorio Jano, que havia passado à Lancia depois da guerra, voltava em 1955 a trabalhar com Enzo. O carro de Fórmula 1 Lancia D50, desenhado por ele, tornava-se um Ferrari pouco depois. Os motores V6 Dino também saíram das pranchetas do engenheiro em colaboração com o filho de Enzo.

Na Fórmula 1, a Ferrari participou desde o início em 1950. A primeira vitória veio no ano seguinte, e o primeiro título, na temporada de 1952-1953. Juan Manuel Fangio (1956), Mike Hawthorn (1958), Phil Hill (1961) e John Surtees (1964) trouxeram novos campeonatos à equipe. O sucesso continuava em provas como Mille Miglia e Le Mans — esta vencida por seus pilotos 14 vezes, sendo seis consecutivas, de 1960 a 1965. Continua

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