Depois da Ford, a Chrysler: Shelby preparou o Dodge Charger de 1983
e fez do pequeno Omni um esportivo em versões GLH e GLHS (direita)

O CSX derivado do Shadow, um dos trabalhos prediletos de Carroll, e o Series 1 lançado em 1999, seu único carro sem base em outro modelo

De volta à Ford nos anos 2000, Shelby participou do GT de produção e dos conceitos Cobra (na foto que abre o artigo) e GR1, o cupê (acima)

De 1986 a 1989 a própria empresa de Carroll vendeu versões esportivas de Dodges baseadas em Charger, Lancer, Omni e Shadow e picape Dakota. O interessante CSX, ou Carroll Shelby Experimental, era um Shadow com motor turbo de 2,2 litros e suspensão modificada, lançado em 1987. Dois anos mais tarde o modelo adotava turbina de geometria variável, uma inovação, e as primeiras rodas de plástico em um carro de produção — Carroll ainda tem um desses carros, um de seus prediletos. Pouco depois, durante o desenvolvimento do carro esporte Viper, o texano contribuiu no projeto com sua vasta experiência.

A essa época seu coração estava fraco e Shelby passou, em 1991, por um bem-sucedido transplante. No mesmo ano ele fundava a Carroll Shelby Children's Foundation, dedicada a angariar dinheiro para ajudar crianças com problemas cardíacos e renais. Para esse fim, obteve boa soma leiloando seus antigos Mustangs e Cobras pessoais. Ele próprio precisaria em 1996 de um novo rim, cedido pelo filho Mike.

Um sucessor espiritual do Cobra — mas com mecânica GM — era apresentado em 1998: o Shelby Series 1, roadster com linhas arredondadas, motor Oldsmobile V8 dianteiro de 4,0 litros e 32 válvulas, 324 cv e tração traseira. Foi o único carro que Carroll projetou do zero, sem se basear em um modelo já existente. Durante seu período de produção de sete anos, a Shelby American, Inc. foi vendida à Venture Corporation, empresa que acabou por entrar em concordata — e por ser adquirida de volta pela Shelby Automobiles, Inc., a nova firma de Carroll.

A parceria com a Ford foi retomada na década de 2000, quando o fabricante convidou Shelby para trabalhar no projeto do supercarro GT, que traria a nossos dias o estilo do grande vencedor de Le Mans, o GT40. E não parou por ali: em 2004 a Ford apresentou o conceito Shelby Cobra com uma interpretação moderna das linhas do Cobra original e motor V10 de 6,4 litros e 605 cv. Uma versão cupê inspirada no Daytona dos anos 60 aparecia no ano seguinte, o Shelby GR-1.

Esses conceitos nunca chegaram às ruas, mas outra combinação de Shelby e Ford bem-sucedida no passado mereceu o retorno: o Mustang Cobra GT 500 aparecia em 2005 com a consultoria do preparador. Seguiram-se outras versões do "carro-pônei", como a GT 350 e a GT-H, que colocava o esportivo de 325 cv para locação por meio da empresa Hertz. Além dos Mustangs, a empresa de Carroll oferece hoje uma versão ligeiramente atualizada do Cobra.

Com seu jeito pouco polido e quase sempre acompanhado do chapéu de caubói, Carroll Shelby tornou-se uma lenda do automóvel. Esse texano, que talvez tivesse passado os dias criando galinhas, colecionou vitórias e títulos nas pistas, fosse ao volante, como chefe de equipe ou como construtor e preparador. E trouxe ao mundo um ícone de desempenho brutal, que desperta tanta paixão hoje quanto no dia em que foi apresentado.

Falecido aos 89 anos, Carroll Shelby (com o Mustang GT 350 em 2010) foi uma lenda do automóvel; sua empresa ainda faz um Cobra atualizado  

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