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Motos do Passado

A primeira grande Kawa

Resposta da Kawasaki à CB 750, a Z1 foi um marco
para a empresa e abriu caminho para as Ninjas

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A Kawasaki Heavy Industries era um estaleiro ao ser fundada, em 1878, por Shozo Kawasaki. Até a década de 1910 suas atividades foram restritas à mecânica pesada, na construção de trens, helicópteros e aviões, este último o setor em que se tornaria líder nos anos 40, já renomeada Kawasaki Aircraft Company. Somente em 1961 iniciaria, na cidade japonesa de Kobe, a produção de motores e no ano seguinte a de motocicletas, ao adquirir a Meguro Manufacturing Company.

A primeira moto foi uma 125 de dois tempos, mas grandes Kawasakis não demoraram a surgir. Em 1966 era lançada a série W, com motor de dois cilindros paralelos, quatro tempos e 650 cm3 -- mas alguns mercados, como o americano, exigiam mais. Assim, um ano depois era formada uma equipe, chefiada por Gyoichi "Ben" Inamura, para pesquisar e informar aos japoneses o que deveria ser desenvolvido com foco nos Estados Unidos: uma quatro-cilindros de 750 cm3 e duplo comando de válvulas, com partida elétrica e freio dianteiro a disco -- algo que não se havia feito em terras nipônicas até então.

O motor passou de 750 para 900 cm3 durante o projeto, para colocá-la em patamar superior à Honda: era a japonesa de maior cilindrada em 1972

A chegada da Honda CB 750 em 1969, porém, surpreendeu a empresa e demandou uma resposta em nível superior. O projeto foi então revisto para uma maior cilindrada, cabendo o desenho da moto ao estúdio McFarland's Design, de Nova York, EUA. Em 1971 um protótipo empreendia viagem de ida e volta entre Los Angeles e Daytona, um percurso de 21.900 km em duas semanas. A não ser pela curta duração da corrente da transmissão, a moto estava aprovada.

Nos Salões de Colônia (Alemanha) e Tóquio (Japão), no final de 1972, era apresentada a Kawasaki Z1 Super Four, com quatro cilindros em linha e 900 cm3. Para atender ao mercado interno japonês foi criada a Z2, uma versão de 750 cm3 (69 cv), maior cilindrada permitida pela legislação. A importância da Z1 para a marca a fizera aguardar para o lançamento até que cada concessionária tivesse ao menos uma unidade para exposição.

O duplo comando de válvulas, incomum na época, contribuía para a vantagem de 15 cv sobre a CB 750. A corrente de transmissão possuía um sistema de lubrificação automática

Era uma das motos de maior capacidade cúbica do mundo, superando a Moto Guzzi 850 italiana e perdendo para as Harley-Davidsons de 1.000 e 1.200 cm3. Além dos 150 cm3 adicionais, o motor -- todo pintado de preto -- era superior ao da CB 750 na distribuição, com duplo comando de válvulas no cabeçote, recurso então muito raro em motocicletas e inédito na Kawasaki.

Com quatro carburadores e câmbio de cinco marchas, seus 82 cv a 8.500 rpm (15 cv a mais que a Honda) permitiam acelerar de 0 a 400 metros em 12 segundos e superar os 200 km/h, desempenho sem precedentes para uma moto japonesa. Para maior durabilidade da corrente, um sistema de lubrificação automática fora desenvolvido, com uma bomba e um reservatório de óleo sob o banco.
Continua

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Data de publicação deste artigo: 23/11/02

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