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Supercarro multinacional

Desenhado na Itália, mas com mecânica americana,
o Mangusta foi o primeiro sucesso da De Tomaso

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Alejandro De Tomaso nasceu em 1928 em Buenos Aires. Embora seu pai fosse político e a mãe pertencesse a uma tradicional família espanhola, que comandava a agricultura argentina, optou por dedicar-se aos automóveis. Mudou-se para Modena, Itália, na década de 50, quando pilotou carros de competição da Maserati e da Osca por três anos. Em 1959 fundava sua empresa nessa cidade que é a Meca dos automobilistas e, sete anos depois, adquiria o estúdio Ghia.

Um chassi do tipo "espinha dorsal" era a base desse esportivo moderno, com suspensão independente nos quatro cantos. O desenho era de Giugiaro, então trabalhando no estúdio Ghia

Nesse estúdio trabalhava um certo Giorgio Giugiaro, projetista que desenvolveu um supercarro para De Tomaso apresentar no Salão de Turim de 1966. Denominado Mangusta, aquele cupê de dois lugares, baixo, largo e agressivo, com a peculiaridade de tampas que se abriam para cima (como as portas "asas-de-gaivota" do Mercedes 300 SL e outros) para acesso ao porta-malas e ao motor central-traseiro, chegava ao mercado no ano seguinte.

Seu nome era certa provocação à Ford, já que o mangusta é o único animal temido pela naja, esta a tradução do inglês cobra -- por sua vez, nome do lendário esportivo da marca americana. A Ghia encarregava-se de sua construção. O interior trazia revestimento dos bancos em couro, painel completo e opções de ar-condicionado e controle elétrico dos vidros, mas era simples em sua essência, não havendo sequer regulagens dos bancos.

Particularidade: as duas tampas dos porta-malas e do motor central-traseiro, cada
uma com seu vidro, que se abriam para cima como portas "asas-de-gaivota"

Sua base era um chassi do tipo "espinha dorsal", a exemplo do criado por Colin Chapman para alguns Lotus. Desenvolvido para o Vallelunga, primeiro De Tomaso "de rua", fora ampliado para as maiores dimensões do Mangusta -- 4,21 metros de comprimento, 2,47 entre eixos. As rodas de magnésio de 15 pol, da famosa marca Campagnolo, calçavam pneus 185-15 (frente) e 225-15 (traseira), continham freios a disco e ligavam-se ao chassi por suspensões independentes.

O motor Ford V8, com bloco de ferro fundido e comando de válvulas central, tinha duas versões. Uma, para o mercado europeu, era a preparada por Carroll Shelby e utilizada nos Cobra, GT-40 e Mustang GT 350: com 289 pol3 (4.728 cm3) de cilindrada e 306 cv de potência, era o bastante para alcançar 250 km/h. A outra, para os americanos, era nosso conhecido 302 pol3 (4.949 cm3), com 230 cv apenas, mas de alto torque em baixa rotação. Continua

A frente de quatro faróis era restrita ao mercado europeu, onde seu motor era um Ford V8 de 289 pol3 e 306 cv, o mesmo do Cobra, GT-40 e Mustang GT 350

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Data de publicação deste artigo: 8/1/02

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