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O tigre britânico

Ao trocar um quatro-cilindros por um V8, o Sunbeam
Alpine mostrou as garras e transformou-se no Tiger

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Os ingleses sempre gostaram de felinos. Tinham na Jaguar seu orgulho de luxo e esportividade. Mas a marca não era a de único brilho no Reino Unido da Grã-Bretanha. A Sunbeam nasceu no final do século XIX com a fabricação de bicicletas. Em 1901 começava a fabricar carros com motores monocilíndricos. Anos depois, em 1923, com mudanças significativas e diversificação nos produtos, um de seus automóveis vencia o Grande Prêmio da França, superando os supostamente invencíveis italianos e franceses.

A partir desta conquista começou a se destacar numa modalidade que estava no auge naqueles anos: os recordes de velocidade. O famoso Malcolm Campbell bateu dois em 1924 e 1925, passando dos 240 km/h. O "foguete" do início do século era um Sunbeam V12 que recebeu a denominação de Tiger. Em 1927, Henry Segrave, com um bólido equipado com dois motores da marca, somando 1.000 cv, atingiu fantásticos 327 km/h.

O comportado Alpine: quatro metros, uma tonelada de peso, motor de 1,7 litro, 100 cv de potência

Nos anos 50 a marca obteve varias vitórias na Copa dos Alpes, realizada em estradas na Suíça, Itália e França. A Sunbeam se destacava em várias modalidades do automobilismo. Em 1955, o grupo STD (Sunbeam-Talbot Ltd) era adquirido pelo grupo Rootes, que três anos mais tarde trabalhava no projeto de um pequeno esportivo, para fazer concorrência ao MG A e ao Triumph TR3 -- roadsters de sucesso na Inglaterra e fora dela.

No ano seguinte era lançado o Sunbeam Alpine. O pequeno conversível media 3,96 metros e tinha 2+2 lugares -- como sempre nesta designação, era muito bom só para dois ocupantes. Pesava 992 kg. A frente tinha leve inclinação, grade estreita com formato oblongo e grande faróis redondos. Atrás, pequenos "rabos de peixe" de inspiração americana. O pára-brisa alto, mais para a vertical, se destacava dos concorrentes. Era um carro elegante e discreto. 

A fórmula do conversível inglês, de linhas atraentes e condução descontraída, estava prestes a se transformar com a encomenda de um motor V8 a Carroll Shelby

O motor de quatro cilindros em linha, 1.725 cm3 e 100 cv a 5.500 rpm era alimentado por dois carburadores Zenith de corpo duplo, em posição invertida. Sua tração era traseira e a caixa tinha quatro marchas, sendo que a terceira e a quarta possuíam overdrive elétrico. A velocidade máxima era de 160 km/h, um pouco abaixo dos concorrentes. O modelo cupê, com ou sem capota destacável, também muito interessante, aparecia em 1961.

Em junho de 1962, um Alpine com carroceria fastback vencia em sua classe a 24 Horas de Le Mans. No mesmo ano, nos Estados Unidos, a filial da empresa britânica encomendava ao texano Carroll Shelby, famoso pela construção do carro esporte Cobra, a adoção de um motor V8 no pequeno Sunbeam. Pouco depois a Rootes entregava a fabricação do novo carro à Jensen, outra empresa famosa na construção de esportivos. Não era novidade um carro esporte inglês receber um "V-oitão". Continua

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Data de publicação deste artigo: 17/12/02

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