Um problema nesse automóvel de construção original apareceu logo no início: a estabilidade e dirigibilidade eram muito boas apenas em estradas de piso perfeito. Ao se deparar com oscilações se tornava muito perigoso. A suspensão traseira De Dion, muito adotada na época,  não foi adequada a este esportivo. Então foi substituída, após 50 unidades produzidas, por uma mais simples de eixo rígido. Na frente as rodas eram independentes com braços sobrepostos.

Calçado com pneus 5,90-13, o comportamento melhorou muito com a mudança. Os freios dianteiros eram a disco, da famosa marca Girling, e os traseiros a tambor. A capacidade do tanque de gasolina era 68 litros, pois o esportivo não era nada econômico. Além disso, o Marcos era caro e talvez por isso não vendia bem, apesar de ter muitos admiradores. A concorrência era grande na Europa e a empresa começava a ficar deficitária. Novas estratégias tornavam-se necessárias.

A pequena fábrica na Inglaterra: produção lenta para atender a um público seleto, que via nele uma opção de carro esporte mais acessível que outros britânicos

Foi adotado um chassi mais ortodoxo, feito em aço, pois os custos de produção eram mais baixos. Também optou-se por um motor cuja produção em série era maior que a do Volvo: o quatro-cilindros do Ford Cortina de 1,5 litro e, em 1968, um V4 de 1,65 litro da mesma marca. Pouco depois passava a ser equipado com o Ford Essex V6 que equipava o Zodiac e o Capri, mas este era muito pesado e não fez boa carreira.

Para completar a "salada" de propulsores, a Marcos resolveu voltar a utilizar um novo motor da casa sueca, de seis cilindros em linha e 3,0 litros. Sua velocidade máxima era de 190 km/h e chegava a 100 km/h em 7,7 segundos. Visava principalmente ao mercado americano, pois atendia às leis de controle de emissões poluentes. Na época a imprensa já vazia muitos elogios ao carro, comparando-o a marcas como Lotus, Morgan, Gilburn e TVR.

Em 1971 a fábrica se mudava para Westbury. Um ano depois, os problemas financeiros eram muito grandes, devido à ineficiência de um importador dos EUA e a crise da indústria britânica. A fábrica fechava. Porém, Jem Marsh continuou  a  fabricar peças e dar assistência técnica aos proprietários do GT. Em 1976, conseguia readquirir os moldes originais e o direito de uso do nome para, cinco anos mais tarde, relançar o Marcos GT, sob a forma de kit, modernizado e revisado.

Motores Ford e Rover foram utilizados mais tarde, inclusive na ressurreição do Marcos na década de 80, com modelos como o Mantaray (na foto) e o Mantula

Em 1984, rebatizado de Mantula, o esportivo estava bem mais moderno, sem perder as linhas originais. Vinha equipado com o motor V6 da Ford ou com o V8 de 3,5 litros da Rover. Anos mais tarde, em 1993, a empresa lançava a versão LM (Le Mans) para concorrer no campeonato britânico de GTs e na 24 Horas de Le Mans, na França. Ganhava spoiler, aerofólio, pneus muito mais largos, preparação especial, equipamentos de proteção e requintes aerodinâmicos.

Em 1995 vencia o campeonato britânico e no ano seguinte chegava em segundo na classe GT2. Em 2000 tornava a vencer o campeonato em casa e também na Espanha na classe GT. Era patrocinado pela empresa holandesa de engenharia Eurotech. Nesse país os chassis dos carros de corrida e de rua eram construídos e depois enviados para Westbury  para serem montados nas carrocerias e finalizados. Os Marcos ainda são fabricados de forma artesanal, quase sob encomenda. Um carro, até hoje, muito especial e exclusivo.

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