O volante tinha desenho bonito e era acolchoado. A direção assistida era de série. Havia também regulagem de altura dos faróis, por uma alavanca no painel, muito útil com carga. Seu interior foi projetado para muita segurança: tinha cintos de três pontos e o painel e a forração das portas em material para absorção de choques. Detalhe curioso era a chave de ignição ser inserida do lado esquerdo, como nos Porsches.

Painel bem-equipado, volante de quatro raios, acabamento cuidadoso -- e a curiosa chave inserida à esquerda, como nos Porsches

Tornou-se o carro presidencial do governo de Giscard d'Estaing em substituição ao Citroën DS. Uma quebra de tradição. Era o Mercedes á la française. Em 1978 chegava a versão TI, com bancos de veludo, sendo que atrás havia um apoio de braço central. Por fora, belas rodas de alumínio e, por baixo do capô, um motor mais potente: com injeção Bosch K-Jetronic, passava a ter 144 cv a 5.500 rpm.  Com a nova caixa de cinco marchas, chegava aos 185 km/h.

No final da década seus concorrentes em casa eram o Renault 30, que tinha o mesmo motor, e o Citroën CX, sucessor do DS. No restante da Europa, Audi 100, Ford Granada 2800, Mercedes-Benz 250, Opel Senator, Rover 3500 P6, Alfa 6, Lancia Gama e o Volvo 264, que também utilizava o V6. Tinha muita qualidade a enfrentar.

A versão TI substituía os dois carburadores por uma injeção Bosch, ganhando 8 cv de potência e podendo chegar a 185 km/h

Em 1980 a Heuliez, famosa por fazer carroceria especiais, apresentou um 604 com 62 centímetros a mais. A limusine passava a 5,34 metros. Na coluna traseira trazia uma pequena janela e o teto mais longo era de vinil. A concorrente Chapron também apresentou uma limusine semi-conversível, onde só os bancos dianteiros eram cobertos pela capota em chapa. A parte posterior tinha uma lona retrátil. Muito bonita e bem acabada, com materiais nobres, havia versões para cinco ou oito passageiros, com separação da cabine do chofer. Chegou a ser exportada para presidentes africanos, que apreciavam muito a qualidade e a robustez dos Peugeots.

Também nesse ano chegava a versão topo de linha STI. Destacava-se por seu luxo, tendo à disposição comando elétrico dos vidros, teto solar, limpadores elétricos de faróis, vidros verdes, pára-brisa laminado, pintura metálica, travamento central das portas e do bocal do tanque. Ainda, bancos de couro e ar-condicionado com separação para os passageiros que iam atrás.

As empresas Heuliez (na foto) e Chapron transformaram o 604 em espaçosas limusines, que fizeram sucesso com presidentes africanos

Outra que agradava muito era a SRD Turbo. O motor diesel de quatro cilindros e 2,3 litros fornecia 80 cv a 4.100 rpm e bom torque de 18,8 m.kgf, atingido a 2.000 rpm. Era alimentado por injeção Bosch e turbocompressor Garrett e chegava a 160 km/h. Com esta motorização, muito apreciada na Europa, chegava a custar 5% a mais que a STI, mas compensava pela economia. A Peugeot, na época, era o maior fabricante mundial de motores diesel para automóveis.

O 604 foi o primeiro sedã de prestígio da marca do leão após a Segunda Guerra Mundial. Um marco para a empresa. Foram fabricados 153 mil exemplares até o encerramento da produção em 1985. Em setembro de 1989 vinha o 605, para dar continuidade na categoria de modelos de luxo da marca francesa, hoje representada pelo 607.

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados