Alegria com poucas virtudes

Sucessor do 1100, o Austin Allegro obteve relativo
sucesso, mas não resistiu aos problemas de qualidade

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

O tradicionalismo inglês não trouxe muitos benefícios a suas empresas automobilísticas. Salvo raras exceções, essas indústrias estão hoje nas mãos de grupos estrangeiros. Marcas notáveis do passado como Jaguar, Bentley, Rolls-Royce e Mini pertencem nos dias atuais a grandes grupos como Ford, Volkswagen e BMW. Outras não sobreviveram e fecharam as portas. A falta de inovações, em alguns casos, e de aprimoramento da qualidade em outros cobrou seu preço.

A Austin foi fundada em 1906 por Herbet Austin. Em 1951 aconteceu sua fusão com o grupo Nuffield para fundar a British Motor Corporation, BMC. Na década seguinte, esse importante conglomerado era dono das marcas Morris, Jaguar, Triumph, Daimler, Rover e MG. E cabia à Austin comercializar os carros mais populares. Àquele tempo, a marca tinha como produtos o invencível Mini, o 1100, o A40 e o 1800, entre outros. E na entrada dos anos 70 já estava em desenvolvimento um novo modelo para substituir o envelhecido 1100, nascido em 1962. Tratava-se do projeto ADO67 (Austin Design Office, ou escritório de desenho), iniciado em 1968.

O modelo inicial do Allegro, de 1973: desenho moderno, versões de duas e quatro portas e quatro opções de motores, de 1,1 a 1,75 litro

O novo carro, batizado de Austin Allegro, era apresentado em maio de 1973. Com dimensões compactas, media 3,85 metros de comprimento, 1,62 m de largura, 1,39 m de altura e 2,44 m de distância entre eixos. Pesava 825 kg na versão básica. Era moderno dentro dos padrões ingleses, com linhas arredondadas e formato de dois volumes. Estava disponível em versões de duas e quatro portas, sendo esta última a mais vendida.

O desenho da carroceria, obra de Harris Mann, não era muito bonito, mas agradava e transmitia simpatia. Os primeiros esboços previam um carro bem mais moderno, mas Mann teve de adequá-lo ao conjunto mecânico que seria usado, sendo forçado a algo mais convencional. Na frente tinha faróis quadrados e as luzes de direção integradas aos pára-lamas. O desenho da grade frontal variava conforme o acabamento: podia ter frisos verticais cromados, horizontais pretos ou pequenos losangos cromados com fundo preto. Ganhava frisos laterais, também conforme a versão, e recebendo rodas de alumínio e teto de vinil adquiria um ar mais sofisticado.

O modelo 1976 já pertencia à segunda série, com poucas alterações internas, mas dotado de interior mais confortável

O Allegro seguia a tendência européia para um compacto, com motor em posição transversal e tração dianteira, como em seu antecessor. O quatro-cilindros tinha quatro níveis de potência, para atender a um público variado. A básica tinha cilindrada de 1.098 cm³ e gerava 49 cv e um torque máximo de 7,6 m.kgf. Alimentado por um carburador, sua velocidade final era de modestos 126 km/h. Acima desta havia a de 1.275 cm³, com 54 cv e 9,4 m.kgf. Mais esperta, atingia 140 km/h e seus pneus eram na medida 155 R 13, ante 145 R 13 da outra. Em ambas o câmbio tinha quatro marchas. Continua

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Data de publicação: 5/12/06

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