Ocidente com Oriente

Com desenho italiano e tecnologia japonesa, o Mazda
1500/1800 participou do início da expansão nipônica

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Até a década de 1950 os carros do Oriente, precisamente do Japão, tinham mínima penetração nos mercados europeu e americano. Em geral os produtos vindos de lá — carros, motocicletas e até eletrodomésticos — ganhavam fama de não ser muito confiáveis. E ainda havia preconceito por causa da Segunda Guerra Mundial.

No início dos anos 60 a situação começou a se reverter. As motos japonesas passaram a ser conhecidas e apreciadas e os carros começaram, aos poucos, a invasão amarela. Nessa década, marcas como Honda, Toyota e Subaru começaram a aparecer fora do Japão. Também existia o grupo Toyo Cork Kogyo, que fabricava os automóveis Mazda. Exportava para a Europa e os Estados Unidos o pequeno P-360, o R-360, o sedã médio Familia e o esportivo Cosmo Sport com motor rotativo. E precisava reformar a faixa intermediária.

Simples, mas bonito e funcional, o estilo elaborado por Giugiaro certamente contribuiu para que o 1500 (e a posterior versão 1800) conquistasse espaço dentro e fora do Japão

Em 1965 era apresentado no Salão de Tóquio o Mazda 1500. Na terra do sol nascente o nome seria Luce — as marcas japonesas há muito têm o hábito de usar denominações diferentes nos mercados interno e externo. O desenho era obra do famoso italiano Giorgetto Giugiaro, que ainda trabalhava na casa Bertone. Tratava-se de um sedã de três volumes e quatro portas com linhas muito equilibradas e ótima área envidraçada. Podia-se dizer que o automóvel tinha a carroceria mais moderna do Japão e não faria papel feio frente à concorrência européia. As linhas eram limpas, simples e bonitas. Sem dúvida, para a classe, estava à frente de seu tempo.

Na frente tinha quatro faróis circulares com molduras e grade envolvente e cromada com frisos horizontais. Atrás, lanternas horizontais de desenho simples. Os pára-choques cromados eram envolventes e, nas portas traseiras, a quebra das janelas mostrava inspiração nos BMWs. Media 4,37 metros de comprimento, 2,50 m de entreeixos, 1,63 m de largura e 1,43 m de altura e pesava 1.060 kg. Havia dois acabamentos: o mais simples BS e a versão esportiva SS. Esta contava com faróis de longo alcance, grade diferenciada com menos frisos, calotas cromadas e pneus radiais na medida 165 R 14, em vez dos diagonais 6,45-14 do BS. A marca anunciava o 1500 como The Leading Lady, ou seja, a atriz principal.

  Grade e calotas diferentes, faróis auxiliares e pneus radiais identificavam o esportivo SS, que usava o mesmo motor de 85 cv, mas trazia freios dianteiros a disco

Seu motor de quatro cilindros em linha também era moderno, com bloco e cabeçote de alumínio, comando de válvulas no cabeçote e 1.490 cm³ de cilindrada. Alimentado por um carburador de corpo duplo da marca SU, fornecia a potência de 85 cv a 5.800 rpm e o torque máximo de 13,2 m.kgf a 4.000 rpm. A velocidade máxima era de 160 km/h, muito boa para a época. O 1500 tinha tração traseira e câmbio de quatro marchas. Na versão BS a alavanca vinha na coluna de direção, e na SS, no assoalho. Continua

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Data de publicação: 29/1/08

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