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O "pequeno tesouro" foi apreciado em mercados como o Egito, mas na própria Espanha não vendeu bem, em parte pela estabilidade precária

Na Europa foi adotada grade cinza para simular motor dianteiro; já no 133 argentino, embaixo, ela era preta e havia maior cilindrada, 903 cm3

Nesse contexto, o 126 era exceção e como ele o 133, que guardava atrás do banco traseiro em posição longitudinal o motor de quatro cilindros em linha e 843 cm³, refrigerado a água, já conhecido do 850. A antiga unidade com comando de válvulas no bloco desenvolvia potência de 34 cv e torque máximo de 5,5 m.kgf na versão básica, dotada de carburador de corpo simples, o que levava o carro à velocidade máxima de 120 km/h. Já a Especial conseguia 44 cv e 5,6 m.kgf, ao usar um de corpo duplo e taxa de compressão mais alta, e chegava a 135 km/h.

O câmbio tinha quatro marchas e a suspensão era independente nas quatro rodas, com mola semi-elíptica transversal na frente e molas helicoidais atrás. Como se poderia esperar de um carro com motor traseiro, sua tendência em curvas rápidas era de sair com esse eixo, comportamento a que o motorista europeu dos anos 70 já não estava muito habituado. Havia críticas também a sua sensibilidade a ventos laterais. O 133 básico vinha com freios a tambor, mas o Especial ganhava discos nas rodas dianteiras. Os pneus eram 145-13 de construção diagonal para o mercado interno, embora a versão de exportação viesse com radiais de mesma medida.

O preço convidativo era um dos pontos de destaque do 133: a versão de entrada custava o mesmo que um ultrapassado Renault 4 e só não era mais barata que o Mini 850, o Citroën 2CV e o 850 da própria Seat. Mesmo assim, o peculiar modelo espanhol não encontrou muito sucesso em seu país, em parte pelos problemas crônicos de superaquecimento, em parte pela rejeição de muitas pessoas à disposição mecânica superada, na contramão da concorrência. A revista Autopista resumiu em 1975 sua situação no mercado: "Um pouco escasso para um carro de estrada, mas caro e refinado mecanicamente em excesso para um carro de cidade, um segundo carro". Até 1979 a marca produziu 200 mil unidades, sendo mais de 125 mil exportadas. Além de países subdesenvolvidos como o Egito, onde teve relativo êxito, algumas chegaram até o mercado alemão como Fiat 133.

Ele foi também um dos escolhidos pela Fiat argentina para produção em Córdoba, entre 1977 e 1982. No país platino era usado um motor pouco maior, de 903 cm³, em duas versões: com 37 cv e 5,8 m.kgf no 133 básico e com 40 cv e 6,1 m.kgf no acabamento L, que usava taxa mais alta. Embora o torque adicional o tornasse mais ágil, continuava com modesta velocidade final, 120 km/h. O modelo argentino contava com uma falsa grade frontal em preto-fosco (na Espanha foi usada uma de cor cinza), que tornava difícil distingui-lo dos muitos modelos de motor dianteiro.

Uma opção interessante, oferecida só entre 1979 e 1980, era o 133 Iava, com proposta esportiva bem evidente pelo defletor sob o pára-choque dianteiro, as rodas de alumínio e a pintura em dois tons. O motor de 903 cm³ com mais potência e torque, 50 cv e 7 m.kgf, permitia chegar a 135 km/h. Mas a aceitação desse Fiat de alma espanhola não foi grande, encerrando-se a produção argentina com 15 mil exemplares das três versões.

Depois do fim do 133, a Seat ainda produziu alguns carros em cooperação com a Fiat, como Panda e Ritmo, mas a dissolução do acordo em 1981 levou à necessidade de trocar nomes e alterar as linhas para criar diferenciação. Surgiram assim o Marbella e o Ronda, na ordem, enquanto o 127 ganhou o nome de Fura. Em 1986 o Grupo Volkswagen assumia o controle acionário da Seat e abria um novo tempo para a marca espanhola, que até hoje produz modelos com identidade própria sobre plataformas do conglomerado alemão.

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