Na linha 1980, Eclat (foto) e Elite ganhavam aumento de cilindrada para 2,2 litros, o que não elevou a potência, mas deu mais torque em baixa

Lançado em 1982 como sucessor de ambos os modelos, o Excel tinha as linhas do Eclat atualizadas e, três anos mais tarde, este novo painel

Depois do aumento de potência para 182 cv, em 1986, o Excel ganhava melhorias em 1989, mas a insistência em carburadores já incomodava

A edição Hethel Celebration: em verde com interior revestido em couro bege, mais equipamentos de série e o mesmo motor do SE, de 182 cv

A versão inicial tinha cilindrada de 1.973 cm³, dois carburadores, potência de 162 cv e torque de 19,4 m.kgf, atributos que permitiam velocidade máxima de 200 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em cerca de oito segundos. A combinação de alto desempenho e pouca disposição em baixa rotação rendeu-lhe o apelido de "maravilha sem torque". O teste da revista britânica Autocar confirmava: "O motor gira livremente e é ágil, exceto quando uma real exigência é feita a seu torque em baixos regimes, do qual há muito pouco. Ao tentar sair rápido da imobilidade, o único meio foi acelerar até cerca de 5.000 rpm e queimar embreagem, um artifício a ser evitado, obviamente." Apesar da crítica, a publicação elogiou a estabilidade, o conforto de marcha, a posição de dirigir e os bancos traseiros mais adequados a adultos do que poderiam parecer.

Com caixa manual de cinco marchas, o Elite usava suspensões independentes nas quatro rodas, freios dianteiros a disco e traseiros a tambor em montagem interna, junto ao diferencial. Seu peso era de 1.060 kg. Tais características foram mantidas no Eclat, lançado poucos meses depois, mas este era mais leve com seus 980 kg e tinha apenas quatro marchas na fase de lançamento. Os dois modelos passavam a contar em 1976 com opção de uma caixa de quatro marchas que era a primeira automática em um Lotus. No ano seguinte aparecia o Eclat Sprint, com pequenas mudanças visuais e transmissão encurtada para acelerações mais rápidas.

Na linha 1980 o motor (agora identificado como 912) trazia maior curso de pistões para aumento de cilindrada até 2.174 cm³, o que elevava o torque para 22,1 m.kgf sem afetar a potência. O objetivo era melhorar a tão criticada "pegada" em baixas rotações, além de atender a normas de emissões poluentes que começavam a vigorar no mercado dos Estados Unidos. Não havia ganho em velocidade máxima, mas o 0-100 baixava em quase meio segundo. A alemã Getrag tornava-se fornecedora do câmbio manual e a grade sobre o capô mudava do formato de persiana para o de sete vãos, enquanto pneus 205/60 R 14 ajudavam a transmitir ao solo o novo vigor desses Lotus.

Depois de 2.398 unidades do Elite e 1.299 do Eclat, a marca britânica substituía ambos por uma versão atualizada do segundo, a Excel, em 1982. Para evitar custos de homologação como novo carro pelos órgãos ingleses, a fábrica o vendeu por algum tempo como Eclat Excel e com os logotipos dos dois nomes dispostos em locais diferentes da carroceria. A aparência estava mais harmoniosa pela integração dos para-choques ao desenho, sem as antigas peças em preto, entre outros retoques efetuados pelo projetista Peter Stevens. Com Cx ainda interessante, 0,32, era um pouco mais pesado, 1.135 kg.

O interior mostrava mais requinte no acabamento, tinha volante de três raios com menor diâmetro e bancos com encosto de cabeça separados, mas no restante era praticamente o mesmo de 1972. Embora mantivesse o motor 912 de 162 cv, o Excel trazia melhorias técnicas resultantes da parceria firmada entre a Lotus e a Toyota. Caixa manual, diferencial, freios (agora com discos ventilados também atrás) e as rodas de 14 pol, além das maçanetas externas, eram compartilhadas com a segunda edição do esportivo Supra que a marca japonesa lançava no mesmo ano (o câmbio automático de quatro marchas continuava disponível).

A suspensão traseira ganhava braços mais robustos e o chassi era galvanizado para maior proteção contra corrosão — a garantia para esse fim passava a ser de oito anos. Algumas modificações apareciam no modelo 1985: vidro traseiro 25% maior, nova tampa para melhor acesso ao porta-malas, quadro de instrumentos redesenhado, opção de revestimento interno em couro Connolly. Em 1986 chegava o Excel SE (Special Equipment), em que o motor de 2,2 litros passava a render 182 cv e 22,8 m.kgf com alterações como a taxa de compressão, embora ainda não usasse injeção eletrônica. Com máxima de 217 km/h, bastavam sete segundos para ir de 0 a 100 km/h. Os pneus passavam à medida 215/60 em rodas de 15 pol e o aerofólio traseiro estava maior.

O teste da revista inglesa Motor destacava a potência superior à do Porsche 944 (de 163 cv) com preço menor que o do alemão, o motor que atingia 7.000 rpm com vigor e suavidade, a excelente capacidade de tração, o câmbio de engates rápidos e precisos e a ótima calibração da suspensão, além do painel melhorado. Por outro lado, havia críticas à resposta brusca e irregular ao acelerador — culpa da insistência em ultrapassados carburadores — e à aspereza dos pneus e da suspensão. A última evolução do Excel vinha em 1989, com rodas OZ de 15 pol e novos retrovisores, como os do Esprit, além de nova caixa automática da ZF. A revista Autocar & Motor, que comparou o SE ao Audi Quattro e ao Porsche 944 como carros usados, destacando a leveza de condução, as respostas da direção e o acerto de chassi do modelo inglês.

Dois anos mais tarde aparecia a edição especial Hethel Celebration, em alusão aos 25 anos do lançamento da construção da fábrica naquela cidade. A combinação de cores não poderia ser mais britânica: verde escuro — o tradicional British Racing Green dos antigos carros de corrida ingleses — com revestimento interno em couro caramelo. Todos os itens oferecidos como opcionais no SE vinham de série na edição, que trazia ainda tapetes Wilton e rádio/toca-CDs com alto-falantes de alta qualidade. O Excel chegou ao fim em 1992, após 2.159 exemplares, e — ao contrário dos antecessores — não teve exportação regular para os EUA, pois as normas de emissões mais rigorosas exigiriam extensas alterações para não sacrificar o desempenho.

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