O modelo da segunda série do Appia, redesenhado em estilo cupê por encarroçadores famosos na época: Boano, acima, e Allemano, à direita

Versões esportivas por Zagato: de cima para baixo, o "camelo" ainda como estudo, o GTS com aletas traseiras e o GTE de faróis carenados

A grade horizontal era a grande diferença do Appia de terceira série, em 1959; havia também melhorias nos freios e um pouco mais de potência

Também foi aprovada a solução de abertura das portas: "A peculiar construção sem coluna simplesmente abre toda a lateral do carro. Embora não haja muito espaço para as pernas no banco traseiro, a ausência da coluna central faz do assoalho de trás um útil espaço para pacotes". O Appia agradou ainda pelo acabamento interno, o painel bem-equipado e o motor "nunca áspero e sempre disposto".

Foi com a segunda série que a Lancia passou a fornecer chassis do modelo para construtores de carrocerias especiais, atividade que por décadas contou com marcas importantes na Itália. Foram elaboradas várias interpretações de cupês esportivos, entre elas as de Pininfarina, Allemano, Ghia e Boano.

A proposta que mais se destacou no período foi a do estúdio Zagato, revelada no Salão de Turim de 1956 e apelidada de camelo, pois mostrava duas bolhas — associadas às corcundas do animal — tanto no teto quanto na tampa do porta-malas. As bolhas foram eliminadas quando a versão entrou em produção, no ano seguinte, sob o nome Zagato GT e com o motor retrabalhado para render 53 cv. Uma variação, a GTS, trazia as "corcundas" de volta apenas no teto e ganhava aletas nos para-lamas traseiros; a potência chegava a 58 cv, suficiente para atingir 160 km/h com sua boa aerodinâmica. Houve ainda a GTE, com faróis carenados, frente mais longa e traseira curta e baixa.

Os bons resultados obtidos por alguns encarroçadores levaram a Lancia a "adotar" dois trabalhos como oficiais. O cupê de luxo de Pininfarina — com linhas retas inspiradas nas dos modelos Aurelia e Flaminia — e um conversível de Vignale, que apareceram no Salão de Genebra de 1957, ganharam o reconhecimento da empresa e tornaram-se opções regulares em sua gama. Ambos usavam o motor de 53 cv. No ano seguinte a linha Appia recebia a opção de embreagem automática Saxomat, mesmo sistema disponível para os DKWs na Alemanha e no Brasil.

Também em Genebra, mas em março de 1959, a Lancia apresentava a terceira série do Appia. A grande mudança estava na frente, com capô mais baixo e uma grade horizontal que a deixava com sensação de maior largura, lembrando a do luxuoso Flaminia. Por dentro havia novidades como bancos dianteiros com encosto reclinável, revestimento em couro e o interessante rádio Voxson Vanguard, incorporado ao retrovisor central. O motor mantinha a cilindrada, mas ganhava mais alguns cavalos, agora 48. Nos freios, a adoção de duplo circuito hidráulico era um passo importante em segurança no evento de falha em um dos circuitos. As rodas diminuíam de 15 para 14 pol.

Dessa série saíram variações inéditas: um furgão com cabine avançada, o Jolly, e a perua de três portas Giardinetta, feita pela empresa Viotti e disponível por apenas um ano entre 1960 e 1961. Não havia mais o Furgoncino e o Camioncino. Vignale fez um cupê de quatro lugares com acabamento refinado, o Lusso, que curiosamente usava uma grade vertical como a dos Appias anteriores. Zagato voltava a oferecer um cupê mais ousado com a versão Sport, de entre-eixos curto, em 1961. Nessa fase o motor 1,1 já obtinha 68 cv na versão de rua e 75 a 80 cv na destinada a competições, que conseguia chegar a 190 km/h.

Essa linha da Lancia esteve no mercado por exatos 10 anos, saindo de produção em abril de 1963 para dar lugar ao Fulvia, que tinha como grande novidade a tração dianteira. Das 107 mil unidades fabricadas, a grande maioria (98 mil) foi de sedãs e a terceira série respondeu pela maior parte, 55,5 mil.

Vignale fez um bonito conversível, na foto que abre a página anterior, e na terceira série esse cupê Gran Lusso, que retomava a grade vertical

A gama de esportivos de Zagato prosseguia com o Sport, de 1961, com menor entre-eixos e motores preparados para até 80 cv em competição

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