

O Stellar (em cima), desenhado
por Giugiaro e com motores Mitsubishi, ganhou acabamento superior para
se tornar o primeiro Sonata, embaixo

Acima e na foto que abre o
artigo, a segunda geração, de 1988: tração dianteira, opção de um V6 e a
esperada chegada aos Estados Unidos


No terceiro modelo, em 1995, as
linhas estavam mais curvas; embaixo, a reforma feita para 1997, que
colocava a grade ovalada em evidência |
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A Hyundai foi fundada em 1947 como empresa de engenharia e construção
civil, por Chung Ju-Yung, e 20 anos mais tarde ganhou seu braço dedicado
à fabricação de veículos, a Hyundai Motor Company. Um modelo feito sob
licença da Ford inglesa — o Cortina — foi
seu primeiro carro, lançado em 1968, mas sete anos depois era
apresentado o primeiro projeto próprio da marca, o
Pony, também o primeiro carro desenhado por sul-coreanos.
Os automóveis Hyundai não demoraram a ganhar o mundo. Em 1983 o Pony
chegava ao Canadá e três anos depois aos Estados Unidos, onde obteve
sucesso pela combinação de baixo preço e qualidade superior à dos
concorrentes de sua categoria, em geral importados do leste europeu. A
boa aceitação ao compacto levou a marca a iniciar o projeto de um modelo
médio para os padrões norte-americanos, que começaria a levar o logotipo
da empresa a um segmento dominado pelas marcas japonesas, sobretudo a
Honda com o Accord e a Toyota com
o Camry.
O primeiro passo nessa direção foi dado em julho de 1983 com o Stellar,
um sedã de quatro portas com linhas retas e equilibradas, de evidente
inspiração nos carros japoneses da época, desenhadas pelo estúdio
ItalDesign de Giugiaro assim como
o próprio Pony. A plataforma com motor longitudinal e tração traseira
era mantida do Cortina Mk V, a última geração do modelo da Ford, que
havia surgido em 1979. O modelo media 4,56 metros de comprimento e 2,58
m entre eixos.
Os motores e a caixa de câmbio manual do Stellar usavam tecnologia
Mitsubishi, parceira da Hyundai até o fim dos anos 80. Nos primeiros
três anos foram usadas unidades de 1,4 e 1,6 litro (com 92 e 100 cv, na
ordem), às quais se acrescentou a de 2,0 litros e 110 cv em 1987, e
havia opção entre câmbio manual de cinco marchas e os automáticos de
três e quatro marchas. O modelo chegou a ser vendido no Canadá, mas não
nos EUA, onde as normas mais severas de emissões poluentes impediram sua
homologação.
O Stellar dava origem em novembro de 1985 à primeira geração do Sonata,
que acrescentava àquele modelo um acabamento externo e interno mais
refinado e oferecia o motor de 1,8 litro, 100 cv e 15 m.kgf
— uma
alternativa de 2,0 litros, 110 cv e 16,7 m.kgf era adotada em 1987.
Controlador de velocidade e ajuste
elétrico do banco do motorista estavam entre as conveniências do
interior para atingir um segmento mais alto do mercado. Mas ainda não
foi com esse modelo que a Hyundai chegou à categoria média
norte-americana: para isso foi preciso esperar pela segunda geração,
apresentada em junho de 1988.
Também com desenho de Giugiaro, o novo carro estava maior (4,68 m de
comprimento e 2,65 m entre eixos) e ganhava estilo mais arredondado,
embora ainda muito semelhante ao dos japoneses. Além da fábrica
sul-coreana de Ulsan, era produzido em Bromont, Quebec, no Canadá, a fim
de evitar as restrições a automóveis importados dos mercados que
pretendia atingir. Um ano depois ele estreava nos EUA, marcando uma nova
fase para a Hyundai no país.
O Sonata estava disponível aos norte-americanos com motor de quatro
cilindros, 2,4 litros, 123 cv e 19,9 m.kgf e com um V6 de 3,0 litros e
146 cv, ambos de origem Mitsubishi, e câmbios manual de cinco marchas e
automático de quatro velocidades. Outros mercados tiveram ainda o 1,8 de
105 cv. A tração passava a ser dianteira e a suspensão usava o conceito
independente McPherson nas quatro rodas. Retoques como faróis vinham em
1992 ao lado de duas unidades de 2,0 litros, uma com 120 cv e 16,2
m.kgf, outra com 16 válvulas, 137 cv e 17,7 m.kgf (não oferecida nos
EUA). A produção canadense era encerrada em 1993.
Para 1995, o terceiro Sonata não revolucionava em estilo. Mais linhas
retas davam lugar a curvas, dentro do padrão de desenho "orgânico" que
dominou os carros asiáticos nos anos 90. Dessa vez não havia
participação da ItalDesign. Um pouco maior, media 4,70 m com 2,70 m
entre eixos. Sob o capô, os motores Mitsubishi de 2,0 e 3,0 litros (com
115 e 146 cv, na ordem) eram conservados, enquanto alguns mercados — não
os EUA — o recebiam também com o 1,8 de 110 cv, o 1,8 16V de 135 cv e o
2,0 16V de 146 cv. As opções de câmbio não mudavam.
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