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Os EUA exigiram durante décadas faróis selados e sem carenagem, o que obrigou a mudanças como no Citroën SM de exportação (à direita)

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Ocultar os faróis quando apagados era permitido nos EUA, como no Ford Thunderbird 1968; o Tucker de 1948 já trazia um farol direcional

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O BMW Série 7, em cima, inovou em 1986 com os faróis elipsoidais (embaixo os do Jaguar XK) e mais tarde com as lâmpadas de xenônio

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A diferença entre os lados, que busca aumentar a iluminação no lado em que se circula e reduzir o ofuscamento de motoristas do sentido oposto, é obtida pelo desenho das estrias da lente ou dos prismas do refletor. A legislação americana, porém, não faz tal exigência e por isso são vendidos lá modelos com faróis simétricos, de mesmo alcance nos dois lados (incluindo carros que vêm ao Brasil, como Ford Fusion e Nissan Sentra). E como fazem os ingleses quando dirigem seus carros no continente e vice-versa? A norma exige que façam ajuste nos faróis para evitar o ofuscamento, seja pela regulagem manual, seja por meio de coberturas sobre a lente. No caso de importação permanente para o país com circulação inversa, porém, os faróis devem ser corrigidos de forma definitiva, o que em muitos casos requer sua substituição.

Novas tecnologias   Nas últimas décadas, várias novidades trouxeram mais eficiência e durabilidade aos faróis. Conjuntos duplos já existiam na década de 1950 nos EUA, em geral com fachos baixo e alto em um farol e apenas facho alto no outro. Nos anos 80 começou o desenvolvimento dos refletores de superfície complexa. Se antes as estrias da lente eram responsáveis por direcionar o facho, o novo sistema pôs essa tarefa a cargo do próprio refletor, sendo usada então uma lente lisa. O Honda Accord de 1990 foi um dos pioneiros nessa tecnologia, que estreou na produção brasileira em 1997 com o Ka. Vale notar que, ao contrário do que muitos acreditam, o sistema de superfície complexa não tem relação com o uso de policarbonato (tipo de plástico transparente) na lente — que é bastante comum hoje por seu baixo peso, menor custo, boa resistência e segurança em caso de quebra, já que não produz cacos de vidro. Há faróis de superfície complexa com lente de vidro e outros de refletor convencional com lente de policarbonato.

Outro avanço na questão de direcionar o facho com precisão foi o refletor elipsoidal, nome que indica a forma baseada em elipses. Esse refletor, bem menor que os convencionais, conta com numerosos prismas para organizar o facho de luz e uma lente (em geral com forma convexa vista de fora) à frente da lâmpada, além da lente de cobertura que compõe o desenho externo do farol. O resultado é excelente definição de facho e de seu corte superior em posição baixa, além da liberdade de estilo trazida pelas menores dimensões. O BMW Série 7 de 1986 foi o primeiro a usar o recurso em âmbito mundial, e o Marea de 1998, o pioneiro entre os nacionais.

Já o direcionamento do refletor para iluminar melhor em curvas é uma idéia antiga, inaugurada na década de 1930 pela Tatra, da antiga Checoslováquia, e — sempre ela — pela Cadillac. O americano Tucker, de 1948, tinha um terceiro farol no centro com essa finalidade e, na França, a Citroën produziu por anos o DS e o SM com faróis direcionais. Proibido em alguns países, o recurso só reapareceu em 2002, agora com sensores e atuadores elétricos no lugar dos antigos sistemas mecânicos. Em geral associado a lâmpadas de xenônio (embora possa vir com as halógenas, como no novo Focus para o mercado argentino), o facho autodirecional move-se em ângulo que depende, além da própria curva, da velocidade do carro.

As lâmpadas   As próprias lâmpadas também evoluíram. Até a década de 1980 era comum o filamento de tungstênio, com limitações como a baixa produção de luz em relação a seu consumo de energia e a tendência a liberar esse tungstênio, que então se fixava ao interior do bulbo e o escurecia. Com as lâmpadas de halogênio (ou de "iodo"), a produção de luz por watt consumido aumentou e o escurecimento foi eliminado. Continua

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