Novo Corsa, um tiro certeiro

A GM lança a segunda geração brasileira,
com estilo atraente e boas novidades mecânicas

Quem não se lembra do sucesso do Corsa Wind, em 1994? O moderno carrinho, primeiro 1,0-litro com injeção, provocou demanda tão grande que o ágio logo superou 50%, levando o então vice-presidente da General Motors, André Beer, a pedir em comerciais de TV que os interessados aguardassem a compra do carro pelo preço de tabela -- US$ 7.200 --, tão logo o fabricante pudesse ampliar sua produção.

Oito anos se passaram e o Corsa -- que deu origem a uma grande família, com três-volumes, perua, picape e os hatchbacks de três e cinco portas -- ficou defasado, perdendo em apelo estético até para o Celta, nascido sobre sua própria plataforma e base mecânica. Foram quase dois anos desde a apresentação de uma nova geração na Europa pela Opel (saiba mais) até que, neste dia 7 de março, a GM lançou o Corsa brasileiro de segunda geração.

As versões hatch 1,0 (esquerda) e 1,8: cinco portas, desenho moderno e
bom desempenho, apesar de conservar a linha de motores conhecida desde 1994

Ao contrário do anterior, o novo carro já chega com as opções hatch (de cinco portas apenas) e três-volumes e duas versões de motor. A primeira é uma evolução do 1,0-litro oito-válvulas utilizado desde 1994, com a potência aumentada para 71 cv (mais que os 68 cv do extinto 16-válvulas); a outra, uma versão de 1,8 litro e 102 cv da mesma família, obtida a partir do 1,6 -- e não o 1,8 do Astra, como se esperava.

Suas linhas agradam muito. A carroceria básica do hatch é a mesma do europeu, mas uma nova frente -- desenhada aqui e que lá será adotada mais tarde -- garante agressividade e maior integração aos mais recentes Opels, como o novo Vectra. Os faróis (com duplo refletor de superfície complexa) e a grade são amplos e o capô exibe vincos bem pronunciados. O Cx melhorou de 0,34 (cinco-portas) para 0,327. O impacto só não é maior porque o estilo foi revelado, inclusive pelo BCWS, por fotos obtidas secretamente na empresa (leia segredo).

Boa surpresa: o novo Corsa Sedan ficou muito elegante com a traseira inspirada no
novo Vectra europeu. Certamente vai responder por grande parte das vendas

As laterais "limpas" têm uma linha de cintura (base das janelas) bastante alta, o que transmite robustez. Na traseira, outra revolução em se tratando de Corsa: as lanternas de segmentos verticais do hatch ficam ao lado do vidro, posição que as torna mais visíveis no trânsito denso e menos vulneráveis em colisões (curiosamente, a Fiat já adotava essa solução no Punto italiano desde 1993, mas optou por um arranjo menos ousado no Palio).

O três-volumes não é menos moderno. Versão exclusiva para o Brasil, assim como ocorria no modelo antigo, conseguiu um desenho imponente e harmonioso, beneficiado pelo entreeixos da nova linha -- 2,49 metros, 5 cm a mais que na anterior e o mais longo do segmento. A traseira, com amplas lanternas e a placa no pára-choque, remete ao novo Vectra europeu e certamente vai agradar. A aerodinâmica é muito boa (Cx 0,306) e permanecem as terceiras janelas laterais, que no Astra Sedan não existem. Continua

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Data de publicação deste artigo: 7/3/02

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