Pronto para a retomada

Motor 1,0 com compressor, um grande conjunto, preço
atraente: o novo Fiesta é o que a Ford precisava

Ao que parece, será plenamente atingida a intenção da Ford de recuperar-se no mercado, retomando parte da fatia perdida nos últimos 15 anos -- desde sua associação com a Volkswagen na Autolatina, em 1987 -- e elevando sua atual participação de 8% para 14% em até três anos. A razão são as boas impressões deixadas por seu primeiro passo nessa direção: o novo Fiesta, primogênito do Projeto Amazon, apresentado à imprensa dia 2 de maio.

Segunda geração do modelo produzida no Brasil e quarta desde seu surgimento na Europa, em 1976, o carro marca o início efetivo de operações da fábrica de Camaçari, na Grande Salvador, na Bahia -- a mais moderna do mundo, segundo a empresa. A Ford investiu 1,9 bilhão de dólares no projeto do carro e na construção da unidade, de onde sairão também um utilitário-esporte compacto (similar ao Fusion europeu) e, acredita-se, um três-volumes e o novo picape Courier (saiba mais).

Os faróis foram remodelados segundo o gosto brasileiro, dando-lhe ar mais agressivo.
Na traseira, ficaram as lanternas elevadas, mas não os refletores no pára-choque

São três versões de motor, todos da linha Zetec Rocam e com oito válvulas apenas: o conhecido 1,0, agora com 66 cv (antes 65); o 1,6, agora com 98 cv (ganho de 3 cv); e o inédito 1,0 Supercharger, com compressor mecânico e 95 cv. Todas as versões têm cinco portas e há ainda o 1,4 a diesel de 67,1 cv, com motor Peugeot importado, só para exportação. O hatchback e o três-volumes antigos permanecem enquanto houver mercado, como Fiesta Street.

O equipamento de série inclui imobilizador antifurto, pára-choques na cor do veículo, rodas aro 14 pol com pneus 175/65, encostos de cabeça traseiros, banco traseiro bipartido (60/40) e conta-giros nas três versões. Os 16 pacotes de opcionais possíveis envolvem freios antitravamento (ABS), travamento das portas a distância, ajuste de altura do banco do motorista (os três itens pela primeira vez num Fiesta), direção assistida (de série no Supercharger e 1,6), ar-condicionado, rodas de alumínio, faróis de neblina, bolsas infláveis, limpador do vidro traseiro e controle elétrico dos vidros dianteiros e traseiros, da trava das portas e dos retrovisores (veja os preços).

No perfil quase de monovolume, destaque para a linha de cintura ascendente.
Rodas de 14 pol equipam todas as versões, com opção por alumínio

À primeira vista, o novo Fiesta nacional pode parecer igual ao alemão, mas não é. Para atender ao gosto brasileiro por um estilo mais agressivo, a Ford remodelou os faróis, deixando-os mais arredondados na face superior interna e trazendo as luzes de direção da parte superior para os cantos inferiores internos; mudou a grade e os retrovisores. O alojamento da placa traseira é mais curto e alto, pois a européia é mais baixa e comprida que a usada aqui.

As molduras das janelas nas portas não avançam sobre o teto, o que trouxe redução de custos na produção. De resto, perderam-se os refletores no pára-choque traseiro (importantes quando as lanternas são elevadas, como neste caso, pois podem não refletir os faróis de outros veículos com o carro estacionado) e os repetidores laterais das luzes de direção nos pára-lamas. O BCWS preferia que estes pontos fossem mantidos como no europeu -- sobretudo os repetidores, que eram um destaque da linha Ford. Continua

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Data de publicação deste artigo: 3/5/02

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