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Um Hilux a passeio

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Bom motor a gasolina e mais itens de conforto tornam
o picape Toyota mais agradável; suspensão é ponto fraco

Texto e fotos: Fabrício Samahá

Já se vão quase três anos desde nossa última avaliação completa com um Toyota Hilux. O picape nipo-argentino (hoje é feito no país vizinho, apesar de importado do Japão em seus primeiros anos de mercado) agradou, à época, pela robustez e valentia, lembrando mais seu antepassado -- o jipe Bandeirante -- do que um automóvel. Mas deixou muito a desejar em conforto e desempenho para o uso urbano.

A reforma efetuada em agosto último (leia avaliação inicial) não escondia seu intuito de "domesticar" o Hilux, deixando-o mais para passeio e menos para trabalho. Não que suas aptidões para o transporte de carga ou o tráfego fora-de-estrada fossem prejudicadas, mas ficava evidente a evolução em aspectos que fazem a diferença no dia-a-dia do motorista, a começar pelo motor.

A versão a gasolina foi criada em função do mercado brasileiro. Com o motor de 2,7 litros que vinha no SW4, tem torque muito bom e desempenho suficiente para o tipo de veículo Clique para ampliar a imagem

Em lugar da única opção do 2,8-litros a diesel, de modestos 77 cv, há agora um leque de escolha entre diesel (3,0 de 90 cv), turbodiesel (116 cv) e gasolina, este um moderno 2,7 de 16 válvulas e 142 cv. Além do ganho em desempenho, o último motor representa uma redução em preço, já que os diesels são bem mais caros. Pode-se ter um Hilux SRV de cabine dupla e tração 4x2, como o avaliado, a partir de R$ 52.874,24 -- com o diesel sem turbo seriam R$ 58.897,77.

O propulsor, o mesmo já conhecido do utilitário-esporte Hilux SW4, funciona com relativa suavidade -- vibra menos, por exemplo, do que o 2,4 do S10 -- e impressiona pelo ótimo torque em baixas rotações, apesar de o ponto máximo (23,2 m.kgf) aparecer a altas 4.800 rpm. A Toyota não divulga índices de desempenho (mania japonesa...), mas podem-se estimar velocidade máxima real perto de 160 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h na faixa de 13 a 14 s, ou seja, o bastante para acompanhar um carro de média cilindrada na maioria das situações.

Mais potência faz pensar em segurança, e a Toyota não descuidou dela. Pela primeira vez o Hilux oferece bolsa inflável para o motorista (deveria haver também para o passageiro), encostos de cabeça e cintos de três pontos para dois ocupantes do banco traseiro e freios com sistema antitravamento (ABS) nas quatro rodas. No entanto, parece ter havido um engano quanto à suspensão.

Clique para ampliar a imagem A reformulação dianteira deixou o Hilux mais atual e imponente, mas ainda não fez dele um exemplo de beleza. A versão 4x2 retorna ao mercado com a novidade da suspensão elevada, a mesma da 4x4

Como se sabe, a legislação exige capacidade de carga mínima de 1.000 kg para uso de diesel. Enquanto seus concorrentes S10 e Ranger aproveitam para adotar uma calibragem mais macia com motor a gasolina, o que restringe a capacidade a cerca de 800 kg, o Hilux continua tão firme nesta versão quanto é na diesel. Como o motor pesa menos, pode-se carregar até mais carga -- 1.235 kg, no caso da cabine simples, ou 1.195 kg com a dupla -- ao optar pela gasolina.

Se para o trabalho é uma vantagem, para o usuário urbano essa opção significa uma suspensão traseira das mais duras já vistas em nossas avaliações, que mina o conforto e cansa rapidamente os ocupantes. Mesmo compradores habituais de picapes devem testar o Hilux antes da compra para não se arrepender depois. A nosso ver, seria o caso de reduzir a capacidade para 800 ou 900 kg e amaciar a suspensão, para torná-la condizente com o perfil mais urbano do novo modelo.
Continua

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Data de publicação deste artigo: 16/2/02

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