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Evolução da espécie

Segunda geração do Neon melhora em quase tudo, mas
o preço seria mais baixo com produção nacional

Texto e fotos: Fabrício Samahá

Depois de cinco anos e 1,5 milhão de unidades vendidas nos Estados Unidos -- cinco mil no Brasil, onde desembarcou em julho de 1996 --, o Chrysler Neon chega à segunda geração trazendo boas novidades. A primeira delas está na aparência: o pacato sedã de traseira baixa e perfil discreto transformou-se num automóvel elegante e com toque esportivo. Mas o menor modelo da marca norte-americana oferecido aqui tem mais a contar.

A reformulação do Neon foi geral, não uma mera reestilização disfarçada de nova geração (saiba mais sobre essa diferença). O carro cresceu em todos os sentidos: o comprimento aumentou 6,6 cm, a largura 5 cm, a distancia entre eixos 2,4 cm e as bitolas, 1,5 cm. A carroceria, toda nova, perdeu uma característica pouco comum: vidros das portas sem moldura, possível fator de ruídos de vento e mesmo infiltração com o tempo.

A traseira alta e elegante, inspirada no 300M, marca o estilo do novo Neon. A curva do teto vai de vidro a vidro, sem ângulos
A estética foi muito bem resolvida e, muito importante nestes tempos de carros tão parecidos, a identificação visual mais forte do primeiro modelo -- os faróis ovalados -- foi mantida. Mas eles agora utilizam refletores de superfície complexa e lentes de policarbonato. Não há, contudo, unidades de neblina; apenas a luz traseira para esse fim. Outro ganho em estilo foi obtido com as rodas de 15 pol e pneus 185/60 (eram 14 pol e 175/65), cobertas por calotas plásticas que surpreendem pelo bom gosto. Contudo, deixam à vista os aros de aço preto-fosco e fazem ruído com freqüência.

O conceito de cab forward ou cabine avançada, aplicado a diversos automóveis Chrysler, ficou mais evidente com a base do pára-brisa 7 cm mais à frente, criando um perfil ousado e uma cabine muito ampla. O vidro ficou tão grande que, no ponto central, chega a ser outros 7 cm mais extenso (no sentido longitudinal) que o capô! A curva do teto nasce nesse ponto e chega sem ângulos até o porta-malas, agora bem mais alto e imponente. É clara a inspiração no grande 300M (leia avaliação completa). Curioso é que não houve ganho aerodinâmico e sim perda, com o coeficiente (Cx) passando de 0,32 para 0,34.

Faróis ovalados mantém a identidade da primeira geração, lançada em 1994 nos EUA, mas agora são de superfície complexa

Ao destravar o carro pelo controle remoto, apenas a porta do motorista se abre ao primeiro toque, evitando que alguém indesejado possa entrar por outra porta. Internamente, a impressão é positiva, apesar da sobriedade do acabamento. Revestimentos plásticos lembrando fibra de carbono no console, volante e alavanca de câmbio revestidos em couro (com aro mais grosso na região de pega) e instrumentos de fundo branco conferem certa esportividade.

O painel, essencial em informações, traz detalhes bem bolados (leia curiosidades) e iluminação em tom azulado de muito bom gosto. Portas abertas e cinto desatado são avisados, mas um ideograma daquelas seria preferível à indicação door adotada -- o Código do Consumidor exige indicações em português.

Outro ponto que merece revisão: o comutador do farol alto/baixo, apenas de puxar, permite ligá-lo já em facho alto, podendo ofuscar por alguns segundos. Mas a substituição do antiquado comando de puxar para as luzes externas por um giratório na alavanca à esquerda do volante foi positiva.

Acabamento interno é sóbrio e de bom gosto. Instrumentos de fundo claro e revestimento que lembra fibra de carbono no console dão certa esportividade

Encontrar boa posição de dirigir é fácil e o ajuste do encosto por alavanca (não contínuo) não incomoda, havendo ainda correto apoio lombar. A visibilidade à frente é ampla, mas para trás fica prejudicada pela altura do porta-malas. Os retrovisores seguem o padrão norte-americano: esquerdo plano, que não é o ideal, e direito convexo com advertência.

Existe controle elétrico apenas para os vidros dianteiros, economia mais freqüente do que se imagina (ocorre em modelos como BMW Série 3 no mercado europeu). Mas a Chrysler deveria oferecer o dos traseiros como opcional, assim como temporizador, abertura por um só toque e antena elétrica. Mas há o ajuste interno do facho dos faróis, importante elemento de segurança. Continua

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