Outras qualidades do Strada se mantêm, como a posição de dirigir agradável, bom espaço para objetos, ajuste elétrico dos faróis (por sinal bastante eficientes) e ampla disponibilidade de itens de segurança, de bolsas infláveis a freios antitravamento (ABS) com distribuição eletrônica de pressão entre os eixos (EBD). Contudo, algumas imperfeições ainda exigem atenção da marca, como pára-brisa sem faixa degradê, retrovisores um pouco pequenos, limpador do pára-brisa não sincronizado ao lavador e o ajuste do encosto dos bancos por alavanca, não contínuo. São detalhes que a Fiat pode -- e deveria -- estar guardando para uma breve correção.

A Palio Adventure também resulta de pesquisas, que mostram que só uma pequena parcela dos usuários de utilitário-esporte (incluindo jipes como RAV4 e Grand Vitara) utilizam-se ou, caso seja permanente, realmente precisam da tração nas quatro rodas. A maioria está interessada em vantagens como posição de dirigir elevada, com sensação de domínio da estrada; suspensão robusta, para o tráfego em ruas mal conservadas; e o ar esportivo e jovial característico desses veículos.

A Fiat concluiu que uma perua pequena, devidamente adaptada, poderia servir bem a esses propósitos com um preço muito competitivo. Para começar, providenciou maior altura de rodagem para o Adventure. A suspensão dianteira veio do Strada, com molas mais altas e braços oscilantes de aço forjado, mais resistentes. Na traseira foi mantida a configuração da Weekend (saiba mais), mas os braços e molas são específicos em função da maior altura. Os pneus vieram do Strada Trekking, com perfil bem mais alto que os da Weekend (175/80 contra 175/65) e desenho cidade/campo.

Quatro faróis auxiliares, estribos, cobertura nas lanternas traseiras e molduras nos pára-lamas concorrem pra o ar robusto da Adventure (clique para ampliar as imagens)

A Adventure acabou com vão livre do solo 40 mm maior e entre-eixos 40 mm mais longo (em função dos braços da suspensão mais compridos) que os das demais versões. As demais alterações tiveram objetivo estético acima de tudo: quebra-mato com faróis de longo alcance, que se somam aos principais de duplo refletor e aos de neblina no pára-choque (estes com grade protetora); estribos metálicos, desnecessários em vista da altura do habitáculo; molduras de plástico nos pára-lamas, com parafusos aparentes; apoio de pé no pára-choque traseiro; barras duplas no teto; capas segmentando as lanternas traseiras e revestimento em preto nas colunas posteriores -- preferiríamos sem os dois últimos apliques.

A versão incorpora algumas bem-vindas novidades da linha 2000 do Palio, como retrovisor esquerdo biconvexo, opção de toca-CD e sirene de ativação do alarme -- enfim! -- discreta como a do Strada. Curiosamente foi eliminado o ajuste de iluminação dos instrumentos. E ainda não houve aperfeiçoamento no ar-condicionado, que consideramos ineficaz no controle da temperatura em dias mais amenos (saiba mais).

Com o mesmo motor 1,6 de 8 válvulas e 92 cv da versão ELX, a Adventure tem desempenho satisfatório. Há bom torque em baixos regimes, importante no fora-de-estrada, e a piora em aceleração de 0 a 100 km/h (0,6 s) e velocidade máxima (10 km/h) em relação àquela Weekend não representa muito no dia-a-dia. O consumo declarado é também um pouco maior, em 0,6 km/l na cidade e 1 km/l na estrada. Ao contrário do Palio de mesmo motor avaliado há meses (leia avaliação), sua embreagem mostrou-se leve e agradável. Mas deveria ser reduzido o incômodo nível de ruído do motor e da transmissão. Continua