


Mesmo com estepe temporário, o espaço
no porta-malas é mínimo ao se reservar, com
uma cortina, espaço para baixar a capota
Nascido aberto |
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O 206 é um raro caso de
automóvel que nasceu conversível e depois tornou-se fechado. É
que o primeiro modelo com essas linhas apresentado pela Peugeot
foi o carro-conceito 20 Coeur (foto), no Salão de Genebra de
1998. Seu nome — representado pelo número 20 e um coração — era lido em francês
como vingt coeur, de mesma pronúncia que a palavra
vainqueur, ou vencedor. Só seis meses depois, no Salão de
Paris, é que nascia o 206 hatch, seguido em 2000 pelo
Coupé-Cabriolet de produção normal. |
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O restante é como nos 206
conhecidos, como a reclinação dos encostos por alavanca (em pontos
definidos), seu rebatimento em que o assento também corre à frente
(retornando ao ajuste original), a buzina agora acionada na almofada do
volante (que exige pressão muito acima do usual), o controle elétrico
dos vidros no console e com função
um-toque só no do motorista. Os vidros traseiros são operados em
seqüência pelos mesmos comandos, não podendo ser abertos em separado.
Não faltam itens como ajuste elétrico dos faróis, alerta para porta mal
fechada e, claro, desembaçador do vidro traseiro.
Uma vez recolhida a capota, o CC revela sua melhor face. O fluxo de ar,
bem disciplinado, não incomoda com os vidros fechados, a não ser pelo
remuo (retorno do vento) entre os bancos, expressivo acima de 80 km/h,
que poderia ser atenuado com uma tela junto aos encostos de cabeça. A
visibilidade traseira é irrestrita, sem o alojamento da capota que havia
nos conversíveis nacionais, e a leitura dos instrumentos permanece boa
sob qualquer condição de luz.
Em contrapartida, abrir a capota acaba com o espaço de bagagem: de
ótimos 410 litros, com ela erguida, cai para 175. E esses números, do
mercado europeu, não consideram a perda substancial promovida pelo
estepe (medida 115/70-15, de uso temporário), que fica no assoalho,
preso apenas pela rede que deveria reter objetos e coberto por uma capa.
Acima dele não cabe sequer uma pasta sem invadir o espaço reservado à
capota. Não é à toa que a tampa prevê, na parte externa, barras
longitudinais para montagem de um bagageiro (disponível na Europa), ao
melhor estilo dos antigos roadsters ingleses.
Obrigatório pela legislação brasileira, no mercado original o CC não
possui pneu de reserva, vindo apenas com dois tubos de kit reparador
para furos, mantidos aqui. No lugar do estepe do hatch, sob o veículo,
está uma caixa com duas barras de reforço estrutural. A tampa do
porta-malas só se abre pela fechadura, uma segurança em conversíveis,
mas poderia haver controle remoto na própria chave para que pudesse ser
comandada do banco do motorista.
Flexibilidade
A palavra aplica-se tanto a um
destaque do 206 CC, a versatilidade, quanto a um de seus pontos
críticos: a falta de rigidez estrutural com a capota baixa. Se todo
conversível perde muito de sua resistência à torção e à flexão nessa
situação, no modelo da Peugeot o efeito parece mais intenso do que o
usual.
Continua |