


Com o mesmo
motor do 206 hatch, mas
pior em peso e aerodinâmica, o CC anda menos, mas tem desempenho
adequado e
boa estabilidade com a capota fechada
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Cowl shake, a
"dança de pára-brisa", é como se chama em inglês o fenômeno de torção
que afeta alguns desses carros. Neste caso, não só o vidro dianteiro
vibra ao rodar em piso menos regular (bem perceptível pelo retrovisor
interno), como também se notam a torção do conjunto e ruídos em vários
pontos da carroceria, apesar dos apenas 2.000 quilômetros do carro
avaliado. A Peugeot parece ter
optado por um conjunto menos rígido — e mais leve —, contando que o
motorista fecharia a capota quando desejasse maior integridade, como em
uso vigoroso em curvas. De fato, com ela erguida o comportamento é bom,
mas há perda perceptível em estabilidade e precisão quando é baixada.
A mecânica do 206 CC no Brasil é a mesma do hatch, do motor de 1,6 litro
e 110 cv às relações de marcha, não curtas em excesso (algo raro em um
Peugeot por estas terras). Considerado pelo BCWS um dos melhores
da categoria, o propulsor tem boa distribuição de torque e sobretudo
suavidade, sem vibrações em alta rotação (neste carro não ocorria a
ressonância em certos regimes notada no
206 Techno). O desempenho simulado é adequado, assim como o consumo (veja
números abaixo).
A calibragem da suspensão, nitidamente firme e agradável a quem aprecia,
está correta quanto à combinação de molas e amortecedores: a carga
destes não é baixa demais, como em alguns esportivos. Os pneus de perfil
baixo, 195/55-15, transmitem mais os impactos à estrutura, mas o
comportamento em lombadas é perfeito, sem tendência a raspar a frente ou
ruído anormal (há batente hidráulico
nos amortecedores).
Continua |
Embora tenha o mesmo
motor, portanto com curvas de potência e torque (veja figura)
idênticas, o 206 CC obteve resultados de desempenho e consumo
ligeiramente piores que os do 206
hatch na análise do Simulador de
Desempenho, feita pelo consultor Iran Cartaxo com
exclusividade para o BCWS.
A velocidade máxima caiu 4 km/h, por causa da pior aerodinâmica,
enquanto a aceleração de 0 a 100 km/h levou 1,1 s a mais em
função do maior peso e diferencial 12% mais longo. O efeito do pior
Cx se nota pelos 2 cv a mais
necessários para manter 120 km/h. Essas
diferenças afetam também os ainda adequados índices de consumo.
Embora o 206 CC ande bem e se desloque com agilidade, os índices
de desempenho não chegam a caracterizar um esportivo, o que ele
se tornaria se fosse trazida a versão de 2,0 litros e 138 cv,
com o saudável motor do novo
307 Rallye. |
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Velocidade
máxima |
194 km/h |
Regime à
vel. máxima (5ª.) |
5.000 rpm |
Regime a
120 km/h (5ª.) |
3.100 rpm |
Potência
consumida a 120 km/h |
26 cv |
Aceleração
de 0 a 100 km/h |
11,6 s |
Aceleração
de 0 a 400 m |
18,0 s |
Aceleração
de 0 a 1.000 m |
32,8 s |
Retom. 80 a
120 km/h (5ª.) |
15,1 s |
Retom. 60 a
100 km/h (4ª.) |
10,1 s |
Consumo em
cidade |
7,9 km/l |
Consumo em
estrada |
12,5 km/l |
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