A ampla grade dá um ar mais
imponente ao A8, que mede mais de cinco metros e tem carroceria de
alumínio; o interior esbanja requinte e traz soluções como freio de
estacionamento automático, partida do motor sem uso de chave e
reconhecimento da digital de cada motorista (à direita do câmbio) |
Julho é mês de férias, de agitação em Campos do Jordão e... de
experimentar alguns brinquedos interessantes que a Audi leva a seu
estande na estância de inverno paulista. Já foi assim com o
S3 e a perua S4
Avant. Desta vez, o BCWS subiu a serra — e desceu e subiu de
novo três vezes... — com os renovados sedãs S4 e A8.
Embora usem o mesmo motor básico, um V8 de 4,2 litros, eles não poderiam
ser mais diferentes. O A8, o maior e mais confortável dos Audis, usa o
V-oitão para empurrar sua 1,8 tonelada com surpreendente agilidade.
Enquanto isso, o S4 é a versão picante do A4, que teve o desenho
reformulado para 2005. Embora não seja o mais rápido da linha — já
existe na Europa o RS4, de 420 cv —,
seus 344 cv garantem emoção até ao mais pacato motorista.
Começamos pelo A8, cuja carroceria de alumínio expressa na parte externa
o requinte que o interior reserva. Sua versão W12 foi o primeiro modelo
da marca com a ampla grade em forma de trapézio, hoje estendida a quase
toda a linha (falta o esportivo TT), mas o V8 que dirigimos só a recebeu
recentemente. Seu efeito estético é interessante, servindo bem para
compor a identidade da família, embora não receba aprovação unânime. O
restante da carroceria mantém o estilo elegante adotado em 2002 na
segunda geração do carro, que tem notável aerodinâmica (Cx
0,27). Os faróis orientam-se na direção das curvas.
O interior do A8 cativa pelo bom gosto, em especial com o acabamento em
tom bege da unidade avaliada — difícil entender por que tem tão pouca
aceitação no Brasil. Um de seus recursos mais interessantes é o
mostrador de cristal líquido do MMI (Multi Media Interface), que surge
no centro do painel ao ligar a ignição. É por ali que, comandando um
botão no console, visualizam-se informações para ajustar suspensão,
sistema de áudio e outros recursos. As operações não chegam a ser
complicadas, mas sem treinamento prévio não se pode, por exemplo, sair
rodando e depois ligar o rádio, como em um automóvel qualquer.
Mas é um fato que o A8 não é um carro comum. Isso fica evidente em tudo,
do acabamento sofisticado à suavidade de rodagem, passando por soluções
interessantes: acesso e partida sem chave (basta mantê-la no bolso),
sistema de reconhecimento das impressões digitais do motorista (para
ajustar banco, retrovisores e áudio a suas preferências registradas),
freio de estacionamento automático, quatro áreas com ajustes
independentes para o ar-condicionado e ajuste elétrico para tudo — até a
posição do encosto de cabeça.
Continua |