O belo desenho da A4 Avant
fica bem mais imponente nesta versão, com as rodas Avus de 18 pol,
pára-choques maiores e detalhes de acabamento exclusivos |
Peruas com temperamento
picante já são quase uma tradição para a marca das quatro argolas. Quem
não se lembra da RS2 (leia história),
a versão preparada pela Porsche em 1992 que extraía 315 cv de um
2,2-litros com turbo? Enquanto uma nova RS4 não surge, sua
correspondente atual é a S4 Avant, de 344 cv, que o BCWS avaliou
na região de Campos do Jordão, SP.
A segunda geração dos S4 marca a estréia do motor V8 nos Audis de médio
porte, em substituição ao V6 de 2,7 litros e dois turbos usado nessa
versão do modelo anterior. A sede dos alemães por potência têm tornado
relativas certas noções, como a de que oito cilindros devem ser
exclusivos de carros maiores – a linha A6/S6/RS6, no caso da marca. E
não há como reclamar dessa mudança de conceitos. Muito pelo contrário.
O V8 de 4,2 litros, aspiração natural
e 40 válvulas (similar ao de diversos Audis e ao do
Volkswagen Touareg, embora com diferenças de
calibração) desenvolve 344 cv a altas 7.000 rpm, mas os 41,8 m.kgf de
torque aparecem a 3.500 rpm, metade da potência máxima. E emite pelas
duas saídas de escapamento um ronco grave, encorpado, que soa como
música para os apreciadores – e um convite para pisar mais e mais.
Aproveitando os trechos mais livres da carregada estrada de Campos em
uma tarde de julho, um pouco mais de entusiasmo leva o ponteiro do
velocímetro à segunda metade com uma rapidez que não se vê todo dia. De
0 a 100 km/h bastam 5,8 segundos, de acordo com a Audi; em 20,6 s
aparece a marca dos 200. A velocidade máxima foi limitada a 250 km/h
pelo acordo entre alguns fabricantes e o governo germânico.
A S4 vem apenas com câmbio automático Tiptronic de seis marchas, o que
pode torcer o nariz dos puristas, adeptos da caixa manual. Mas é um
senhor automático, que além de mudanças seqüenciais (pela alavanca
ou por aletas atrás do volante) oferece um modo esportivo: quando
selecionado, a sexta marcha é colocada fora de ação (indicado pelo
mostrador digital no painel) e as mudanças são feitas com o desempenho
em foco, retendo mais as marchas ao tirar o pé do acelerador. Não há
quem não perca o preconceito contra automáticos depois de experimentar.
Continua |