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Para rebater os encostos dianteiros, usam-se alavancas embutidas nos furos; os instrumentos sugerem emoção ao indicar 8.300 rpm e 320 km/h

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O porta-malas de 455 litros destaca-se entre os carros de sua estirpe; embaixo dele, a bateria e o acionador das válvulas no escapamento

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Os cabeçotes em vermelho alaranjados parecem sugerir a vontade de devorar asfalto; atrás do câmbio de sete marchas, o ajuste Drive Select

Minha madrugada insone se encerra no banco de trás, onde meu 1,80 metro de estatura encontra certo conforto. E digo "certo" pois o parâmetro é o de um esportivo: fazer contorcionismo para chegar aos assentos individuais e envolventes está previsto, assim como resvalar os joelhos no bonito, mas duro, plástico negro que reveste as costas dos bancos dianteiros. Para chegar até ali, libero o rebatimento do encosto do motorista por um comando sutilmente integrado a seu desenho. Minha cabeça não raspa no teto (por pouco, mas não raspa): ponto para as acomodações do RS5.

De volta à cama, imagino o que me espera no dia seguinte a seu volante em uma das estradas mais desertas e tortuosas que conheço, onde — tomara — a voz de Lothar, me avisando para esquecer meus instintos, me faça realmente colocá-los de lado.

Poucas horas de sono e... de volta à garagem. Dessa vez para mais ação e menos observação. Abro o porta-malas e constato que, entre os carros de sua estirpe, o RS5 é um campeão de espaço, de fazer inveja a muito sedã dito familiar. Curioso, levanto o carpete à procura de um estepe que não encontro, embora os pneus não sejam do tipo run-flat, que pode rodar mesmo sem ar: a Audi fornece apenas um frasco que veda o furo e enche o pneu, como os usados por motociclistas. Ali debaixo, a enorme bateria — que faz sua parte na distribuição de massas entre os eixos — e uma peça curiosa, no lado esquerdo, que depois eu descobriria ser responsável por abrir e fechar duas das quatro saídas de escapamento.

Acordado eu, acordado o V8: para ligá-lo basta portar o que seria a chave, de fato um controle remoto bonito e pesado. Há no painel uma fresta para colocar tal "chave", como se fosse uma de fato, e é ali mesmo que a coloco. A partida se dá por um botão do console, pouco atrás da tecla que libera o freio de estacionamento.

Mesmo sendo 20 mm mais baixo que um A5, o RS5 não raspa nem frente nem traseira no desnível para abandonar a "jaula" em que pernoitou, coisa que muito carro nacional não consegue. É um ponto em comum com sua irmã RS6, mas o cupê tende a ser ainda melhor nesse quesito, pois sua plataforma de geração mais moderna colocou as rodas dianteiras mais à frente, como no atual A4. Com um balanço menor, fica mais fácil evitar o inconveniente atrito com o solo.

Ainda frio, o motor de 4,2 litros herdado do R8 — parente daquele insano V10 experimentado, no supercarro de motor central, na pista da Capuava — expele nuvenzinhas brancas das bocas ovais, que escondem os verdadeiros tubos de escapamento, triangulares e que são quatro, dois a dois. Rumo à estrada, o sol da manhã de primavera ilumina o interior do RS5 pelo teto solar de vidro, que pode ser apenas basculado (não corre para trás, talvez para não sacrificar o espaço dos passageiros).

Fera domesticada   Os pouco mais de 150 km que separam São Paulo do ringue escolhido para a avaliação dinâmica, a tal tortuosa e deserta estradinha, são cumpridos de forma burocrática: para o RS5, capaz de chegar a 280 km/h na configuração vendida aqui (na Europa, a menos que seja encomendado com o limite mais alto, ele vem amarrado pela central eletrônica a 250), rodar a 120 é um exercício de ordinária rotina, mas noto que o conforto é algo possível mesmo nesse Audi tão esportivo, apesar da aspereza das suspensões.

É certo que pneus de perfil 30, e largos, transmitem muito das abundantes irregularidades do solo, assim como os bancos concha feitos para segurar humanos em curvas tomadas a mais de 200 km/h não podem ser exatamente macios. Mas confesso que esperava desconforto maior de um carro com seus predicados.

A lei limita a velocidade a 120 km/h, mas nada diz sobre em quantos segundos se pode chegar a tal marca. Assim, a cada pedágio surge a chance de fazer o V8 "cantar". Diferente da RS6, o RS5 tem um câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas, e não um automático de seis marchas. É o S-Tronic, que permite trocas através das aletas por trás do volante, pela alavanca (sobe as marchas para frente, reduz para trás) ou faz tudo sozinho. Para esse primeiro 0-120, ou algo mais que isso, deixo-o operar por si. Continua

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