Conquista justificada

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Fomos conferir as credenciais que o Hyundai Sonata apresenta
para ter superado o Ford Fusion na preferência dos eleitores

Texto e fotos: Fabrício Samahá

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Linhas fortes e com muitos vincos, que se afastam do ar conservador mais comum na categoria, são um dos atrativos do modelo sul-coreano


 

 
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O aspecto atual repete-se no interior espaçoso, bem-acabado e dotado de várias conveniências; já o porta-malas de 463 litros é algo modesto

Depois de cinco anos de supremacia, o Ford Fusion teve de entregar o título de Melhor Sedã Grande  na 14ª Eleição dos Melhores Carros  do Best Cars. Quem o recebeu este ano foi o Hyundai Sonata, que também em vendas tem dado trabalho ao modelo da Ford desde o lançamento no Brasil, no ano passado. Para saber que atributos justificam a escolha do novo favorito dos leitores, submetemos o Sonata a uma avaliação.

O primeiro ponto a favor desse Hyundai está bem à vista: as linhas modernas, ousadas, que o diferenciam de qualquer concorrente em um segmento onde o estilo conservador predomina. Mesmo que a grade de múltiplos detalhes cromados divida opiniões, o Sonata de quinta geração (leia sua história) parece despertar o desejo de compra na maioria das pessoas com seu desenho marcante, com destaque para os vincos pronunciados. Muito bom o coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,28 em uma época de pouca importância ao tema.

A criatividade de formas da carroceria estende-se ao interior, caso do painel central e do volante com formas que combinam com as linhas externas. Os materiais revelam boa escolha e cuidado na montagem, com plásticos de toque suave e revestimento de couro nos bancos e portas. O motorista dispõe de um banco bem desenhado, com amplos apoios laterais e espuma de densidade correta, e dotado de regulagem elétrica para todas as funções, incluindo altura e inclinação do assento e apoio lombar (o do passageiro também tem ajustes elétricos, mas só para os movimentos básicos), e duas memórias de posição. Quando se abre a porta o assento recua para facilitar o acesso e a saída, retomando seu ajuste ao ser ligada a ignição.

Os instrumentos são bem legíveis com sua iluminação branca e azul, mesmo com mostradores digitais para combustível e temperatura. No centro do quadro, uma tela colorida traz diversas mensagens, computador de bordo (que não informa consumo em km/l) e a luz do sistema Eco Driving, que não passa de um vacuômetro, indicando ao motorista que ele acelerou um pouco mais. Como não segue o método carga de direção, serve para muito pouco. No volante há comandos de áudio, do controlador de velocidade e do computador; o freio de estacionamento é acionado por pedal.

Os comandos são fáceis de usar, com destaque para os de ar-condicionado, que exibem em bom tamanho a direção do fluxo do ar, mas a versão para o Brasil não traz duas zonas de ajuste de temperatura, oferecidas em outros mercados. O sistema de áudio — de qualidade de reprodução muito boa — traz toca-CDs para seis discos no painel, MP3 e conexões USB e auxiliar, mas falta a interface Bluetooth para celular. Interessante o grande teto solar, com parte dianteira móvel (báscula e corre para trás, por fora) e traseira fixa, ambas dotadas de forros com comando elétrico. Pequena falha aqui: como não há temporizador do controle, precisa-se religar a ignição para fechar o teto ou o forro esquecido aberto.

Há grande número de itens de conveniência no Sonata, entre os quais acesso ao interior e partida do motor por botão sem uso de chave (basta mantê-la consigo), recolhimento elétrico dos retrovisores externos, aquecimento dos bancos dianteiros, porta-óculos de teto, dois porta-copos, amplo porta-objetos no console, molas a gás para manter o capô aberto, alerta para porta mal fechada, acendedor de cigarros, estepe em tamanho integral (até com roda de alumínio, raríssima hoje), para-brisa com faixa degradê e encosto bipartido no banco traseiro.

Contudo, alguns itens podem melhorar: o controle elétrico de vidros tem função um-toque só para o do motorista e não permite fechá-los a distância, há sensores de estacionamento apenas na traseira (as dimensões do carro justificariam os dianteiros), o botão do pisca-alerta é preto e difícil de encontrar em uma emergência, o alarme não protege o interior com ultrassom, não há acionamento automático para faróis ou limpador de para-brisa, o revestimento de couro do volante está ausente nas regiões de pega e a buzina tem um som rouco, um tanto feio. Ainda, o extintor de incêndio — aplicado no Brasil, pois não é exigido mundo afora — fica à vista junto aos pés do passageiro da frente e o atrapalha, podendo até enroscar sua trava em tiras de sandálias.

O Sonata oferece bom espaço para quatro adultos e uma criança, com destaque para a ótima acomodação das pernas de quem viaja atrás. Negativo é o conforto do passageiro central desse banco, pelo encosto muito duro, além de deslocar os colegas ao lado para uma região do banco menos anatômica. O porta-malas tem capacidade modesta para o porte do carro, 463 litros, quando o usual em sua classe é oferecer mais de 500. O uso de articulações pantográficas na tampa ajudaria tanto a ganhar espaço quanto a evitar o risco de amassar a bagagem ao ser fechada.

   

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Data de publicação: 12/5/12

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