Falta potência em baixa rotação
para que o Sonata tenha desenvoltura, apesar do bom desempenho em alta e
da eficiente caixa automática |
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Se a suspensão mostra acerto
correto, os pneus prejudicam o conforto; os faróis baixos usam
refletores elipsoidais e lâmpadas de xenônio |
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Desempenho discreto
Embora a Hyundai ofereça no exterior um motor bem mais potente para o
Sonata — o turbo de 2,0 litros,
com 274 cv e torque de 37,2 m.kgf —, o importador Caoa traz ao Brasil
apenas a versão de 2,4 litros e aspiração natural, com 178 cv e 23,3
m.kgf. O quatro-cilindros, dotado de
variação do tempo de abertura das válvulas de admissão e escapamento
e coletor de admissão variável, mostra
funcionamento suave e silencioso, mas fornece potência apenas razoável
em baixas rotações. Com o peso expressivo de 1.508 kg, consegue atender
às necessidades da maioria, mas não espere acelerações rápidas ou sair à
frente de alguns carros de metade do preço quando o semáforo abrir.
Ganhos de velocidade em ritmo de rodovia também são lentos. Esqueça a longa sexta marcha se o objetivo é desenvoltura:
puxe logo a quarta e ponha o 2,4-litros para trabalhar (vale ressaltar
que o carro avaliado era novo e motores precisam de
algum uso para seu máximo
desempenho). O lado bom é que manter altas velocidades em sexta requer
pouca rotação e torna confortável viajar; a 120 km/h são apenas 2.200
rpm nessa marcha.
A caixa de câmbio automática de seis marchas (feita pelo próprio grupo
sul-coreano, hoje um dos poucos fabricantes de carros que fazem esse
tipo de caixa) cumpre bem seu papel, com mudanças suaves, e reduz sem
cerimônias quando se acelera um pouco mais em automático, pois o motor
precisa de rotações. Em modo manual, as trocas podem ser feitas pelo
canal à esquerda da alavanca no console (subindo para frente) ou pelos
comandos do tipo borboleta atrás do volante (subindo pela direita).
Em manual, mudanças para cima são automáticas no limite de rotação, mas
não as reduções quando se usa todo o acelerador — arranjo incomum e que
não consideramos o melhor, pois em situação de emergência o motorista
pode se surpreender sem a esperada redução. Por outro lado, é
inteligente a ação dos comandos no volante com a alavanca mantida em D:
se em condições normais o modo volta a automático em instantes quando se
deixa de usar as borboletas, ao descer serras com acelerador fechado a
atuação manual é mantida, o que evita uma subida de marcha indesejada e
traz freio-motor.
Dotado de modernas suspensões independentes, o Sonata consegue um rodar confortável, que
seria beneficiado por pneus de medida mais conservadora: os 225/45 R 18
(Kumho Solus KH17 no carro avaliado) transmitem muito das irregularidades
e asperezas do piso. Em
contrapartida, o limite de aderência em curvas é alto e a suspensão
mantém bom controle, que traz
sensação de segurança. Foram previstos
controles eletrônicos de estabilidade e tração, que podem ser
desativados, e em lombadas é difícil a frente raspar no solo. Os freios
estão muito bem dimensionados.
O sul-coreano fornece ótima iluminação com seus faróis baixos com
refletores elipsoidais e
lâmpadas de xenônio, mas seria melhor
que eles servissem também ao facho alto — esse depende de refletores de
superfície complexa e lâmpadas halógenas.
Há ajuste automático do facho (padrão no caso de xenônio), faróis de
neblina (mas não a luz traseira de nevoeiro) e repetidores laterais das
luzes de direção. Com boa visibilidade, o Sonata traz retrovisores
convexos em ambos os lados
com advertência.
A dotação de segurança passiva é ampla,
com bolsas infláveis frontais, laterais dianteiras e cortinas (para a
área envidraçada lateral), mas o passageiro central do banco traseiro
não conta com cinto de três pontos, uma economia injustificável em sua
faixa de preço.
Vendido a R$ 97.250 em pacote fechado, o Sonata justifica
a preferência dos eleitores. Entre os concorrentes estão
Honda Accord EX 2,0 (R$
99.800), o "primo" Kia
Optima EX 2,4 (R$ 96.900) e, de menor tamanho, VW Jetta Highline TSI 2,0
(R$ 89.520). O adversário mais sério é mesmo o Fusion, que custa R$ 84.500 com
motor de
2,5 litros e R$ 94.360 com o
V6 de 3,0 litros — bem
mais potente com seus 243 cv, mas em vias de substituição e com alguns
conteúdos a menos que o Hyundai.
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MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando variável no cabeçote,
4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 88 x 97 mm.
Cilindrada: 2.360 cm3. Taxa de compressão: 10,5:1. Injeção
multiponto sequencial. Potência máxima: 178 cv a 6.000 rpm. Torque máximo:
23,3
m.kgf a 4.000 rpm. |
CÂMBIO
- automático, 6 marchas; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento
(ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, independente,
multibraço. |
RODAS
- 18 pol; pneus, 225/45 R 18. |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,82 m; largura, 1,835 m; altura, 1,47 m;
entre-eixos, 2,795 m; capacidade do tanque, 70 l; porta-malas, 463
l; peso, 1.508 kg. |
DESEMPENHO - velocidade
máxima, 208 km/h; aceleração
de 0 a 100 km/h, 9,5 s. |
Dados do fabricante; consumo
não disponível |
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