São quase R$ 300 mil, mas o
ML 320 CDI associa requinte, qualidade de construção e excelência
mecânica para quem aprecia utilitários |
Para os brasileiros que apreciam utilitários esporte, o sentimento de
economia e, de capital importância, o de levar vantagem em andar com
veículo de motor a diesel associa-se a um belo produto que tem a estrela
de três pontas como distintivo. Num país como o nosso, onde diesel em
automóvel é palavrão, a chegada ao mercado do Mercedes-Benz ML 320 CDI
só pode ser uma notícia auspiciosa.
Parte da segunda geração do modelo, que chegou ao Brasil no ano passado,
o CDI é oferecido por preço sugerido de R$ 289.900, o mesmo do ML 350 de
seis cilindros a gasolina. O pacote é dos mais atraentes, em que se
destaca o motor V6 turbodiesel de quatro válvulas por cilindro, com
potência de 224 cv e um belo torque de 52 m.kgf que já atinge valor
máximo a 1.600 rpm e nele permanece até 2.800 rpm. Com isso, os 2.185 kg
de peso vazio são levados com total desenvoltura, ajudado pelo câmbio
automático de sete marchas 7G-Tronic.
Pelo motor — o primeiro V6 a diesel de alumínio do mundo —, sim, porque
pelo resto, não: por volta de 200 km/h percebe-se que os freios poderiam
ser mais potentes (embora não seja velocidade "brasileira", o carro pode
chegar a 215 km/h) e nas curvas é preciso ter em mente que se trata de
um utilitário esporte — esporte no sentido de lazer, como em "paletó
esporte", não na conotação de esporte a motor —, mesmo com pneus 225/50
R 19 assimétricos, de classificação de
velocidade 270 km/h. Desde que o motorista tenha esse entendimento,
poderá curtir plenamente o Mercedes ML, que só é fabricado nos Estados
Unidos em Tuscaloosa, no estado do Alabama.
O carro com um todo encerra o melhor que a engenharia da Mercedes-Benz
pode oferecer. O turbocompressor, por
exemplo, é de geometria variável,
garantia de maior elasticidade e que torna dispensável a válvula de
alívio. O motor é leve, pesa apenas 208 kg (igual ao cinco-cilindros
usado antes na Europa), e conta com árvore
contra-rotativa de balanceamento e
atuação de válvulas por alavancas roletadas. Mesmo que motores a
diesel girem pouco, a suavidade de funcionamento e o baixo ruído
encantam. A 120 km/h em sétima marcha o motor sussurra a 2.200 rpm.
O sistema da alimentação por duto único,
de última geração segundo a fábrica, funciona sob pressão bem elevada,
1.600 bars. Aperfeiçoamentos nos bicos injetores e maior controle — a
injeção é feita em duas etapas — levam a menor ruído de funcionamento. O
silêncio reflete-se até no baixo ruído de passagem, aquele que, de fora,
percebemos quando um veículo passa por nós. Esse ruído é de 72 decibéis
escala A no 320 CDI, contra 75 dB A no ML 350 a gasolina.
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