No início dos anos 90, o BMW Série 3 era referência entre os carros de entrada das marcas alemãs de prestígio, sendo acompanhado de perto em 1993 pelo Mercedes-Benz Classe C. Correndo atrás deles estava um cansado Audi 80. Isso mudou em 1994 com o nascimento do que pode ser considerado um dos mais belos sedãs de todos os tempos: o primeiro Audi A4 (plataforma B5, a mesma que serviria ao Volkswagen Passat), que assumia a nova regra de nomenclatura da marca e substituía muito bem o 80.
As belas linhas eram inspiradas no conceito Avus, com cantos arredondados, para-choques “limpos” (sem a então tradicional seção de luzes), teto em forma de arco, leve descida da coluna traseira e tampa do porta-malas simulando um defletor. A regra do desenho foi tão bem acertada que é até hoje usada nos modelos da marca. Na parte mecânica a maior novidade era a introdução de motores com cinco válvulas por cilindro, um deles o turbo de 1,8 litro que equiparia os nacionais Audi A3 e VW Golf GTI. O V6 de 2,8 litros e 30 válvulas rendia respeitáveis 180 cv. A tração era dianteira com opção pela integral Quattro; depois surgiu a carroceria perua Avant.
Para a linha 1998 o ainda jovem A4 recebia sua primeira reestilização: faróis, lanternas e para-choques. Surgiu o esportivo S4, usando o motor V6 biturbo de 2,7 litros e 30 válvulas com 265 cv, e a perua RS4 Avant, com 380 cv a partir da mesma unidade. Ficavam para trás os 315 cv da perua RS2 da linha 80, cujo motor fora desenvolvido em parceria com a Porsche.
No modelo 2001 o A4 mudava de geração, passando para a plataforma B6. A maior ruptura no desenho ficava na tampa do porta-malas, com uma queda suave. As linhas e o interior foram inspirados nos do A6 e havia opção pelo câmbio de variação contínua (CVT) Multitronic. Também surgia o novo A4 Cabriolet. Em 2002 a Audi atualizava a potência dos motores turbo: o 1,8 passava a até 190 cv. Um ano mais tarde o S4 era renovado, agora com motor V8 de 4,2 litros com 344 cv.
O Audi A4 era revisado para a linha 2005 com forte apelo no aumento da segurança. As linhas já não eram tão voltadas ao público jovem, tarefa cada vez mais voltada ao irmão menor A3. O maior destaque desta geração foi o surgimento do RS4: o motor V8 de 4,2 litros passava a render 420 cv, tornando o sedã capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 4,8 segundos. O S4 era mantido com 344 cv.
Em agosto de 2007 o A4 passava para a plataforma B8, recebendo até uma variação cupê, designada A5. A distância entre-eixos estava 16 cm maior. Nessa geração (a atual) a perua ganhou a versão Allroad Quattro, com tração integral permanente, maior altura em relação ao solo e adereços “aventureiros”.
Mudanças na frente e na traseira vinham no modelo 2013. Hoje a esportiva RS4 Avant extrai 450 cv do motor V8 de 4,2 litros e cumpre o 0-100 em 4,7 s. É esperada uma nova geração para 2015. O A4 foi, sem dúvida, responsável por retirar a marca de uma simples coadjuvante do luxo alemão e torná-la uma real competidora contra BMW e Mercedes-Benz na categoria dos médios. Em 20 anos o A4 vendeu mais de seis milhões de unidades ao redor do mundo.
Texto: Jonathan Machado – Fotos: divulgação