Elogiado pelo desenho, ele também cativa os donos pelo desempenho e o consumo; suspensão e pintura são criticadas
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação
Bonitinho ele é. Falam bem de seu motor, do acabamento… mas também existem críticas frequentes entre os proprietários. Nosso assunto é o Hyundai HB20, que passou por mais um Guia de Compra do Best Cars com base nas opiniões de seus donos.
Projetado para o mercado brasileiro, o HB20 foi lançado em 2012 com carroceria hatch e no ano seguinte como o sedã HB20 S, com porta-malas bem maior: 450 litros ante 300. Ambos ofereciam dois motores flexíveis de quatro válvulas por cilindro: o de 1,0 litro e três cilindros, com potência de 75/80 cv e torque de 9,4/10,2 m.kgf, e o de 1,6 litro e quatro cilindros, com 122/128 cv e 16/16,5 m.kgf (sempre na ordem gasolina/álcool). O primeiro vinha sempre com transmissão manual, mas o segundo podia receber uma automática de quatro marchas.
As versões eram Comfort, Comfort Plus, Comfort Style e Premium, esta só com motor 1,6. O “aventureiro” HB20 X aparecia em 2013 com suspensão elevada e pneus maiores para ganho de 4 cm em vão livre do solo, além de adereços como molduras de para-lamas e barras de teto. Seus acabamentos eram Style e Premium, sempre com motor 1,6. Para 2014 as versões Premium recebiam opção de sistema de áudio Blue Nav, com tela tátil de 7 pol, navegador e exibição de vídeos.
As maiores alterações do HB20 vinham para 2016: faróis, grade, para-choques, lanternas traseiras. O interior do Premium ganhava opções de bolsas infláveis laterais dianteiras, ar-condicionado automático e bancos de couro marrom. A versão de topo oferecia o sistema de áudio Blue Media com tela de 7 pol, agora compatível com Car Link e Car Play para espelhamento de telefone.
O HB20 chegou em 2012 com motores de 1,0 e 1,6 litro; o hatch logo foi seguido pelo sedã HB20 S e pela versão X (última foto), com suspensão mais alta
Os motores eram revistos para menor consumo, o 1,6 ganhava partida a frio com preaquecimento de álcool e ambas as caixas para esse motor passavam a ter seis marchas. O HB20 X seguia as novidades e recebia rodas de 16 pol e assistência elétrica de direção. Pouco depois vinha o motor turbo de 1,0 litro, com 98/105 cv e 13,8/15 m.kgf, disponível só com caixa manual de seis marchas para o Comfort Plus e o Comfort Style.
É bom o índice de satisfação dos donos com o HB20: a cada quatro, três disseram-se muito satisfeitos com o carro, pouco abaixo dos Chevrolets Onix e Prisma
A Hyundai ofereceu diversas séries especiais. A Copa do Mundo FIFA, de 2014, trazia nova grade, rodas de alumínio e tela de 7 pol no painel. Vinha como hatch e sedã com ambos os motores e transmissões. Do mesmo ano era a edição For You, um Comfort Plus de 1,0 litro com rodas de alumínio e bancos de couro. Em 2015 chegavam o hatch Spicy, com ambos os motores, rodas em tom grafite e anexos aerodinâmicos, e o sedã Impress 1,6 (manual ou automático), com rodas diferenciadas e bancos de couro.
O R Spec, de 2016, era um hatch 1,6 com ambas as caixas e visual esportivo: para-choques e rodas diferenciados, detalhes internos em vermelho, pedais de alumínio. No mesmo ano o HB20 Ocean vinha como hatch com os dois motores e sedã 1,6, com opção de caixa automática para o motor maior. Recebia sistema Blue Media, câmera traseira de manobras, rodas de alumínio e bancos de couro.
Frente, lanternas traseiras e sistema de áudio mudavam para 2016; o X ganhava direção elétrica e rodas 16; motor 1,0 turbo era lançado pouco depois
A cada quatro, três muito satisfeitos
Qual o maior atributo do HB20 na opinião dos donos? Estilo, sem dúvida, destacado por 58% dos que participaram do Teste do Leitor. Outras menções frequentes são consumo de combustível (44%), desempenho (42%, válidas para qualquer dos motores), acabamento (36%) e nível de ruído (33%), nesta ordem. Há ainda elogios ao conforto (28%), aos engates da transmissão manual (25%) e à operação da caixa automática (19%).
O principal ponto negativo é, de longe, a suspensão: 42% dos donos reclamam do curso curto ou de molas e amortecedores mal calibrados, que a fazem atingir os batentes com facilidade ou saltar em irregularidades. Em segundo lugar vem a pintura frágil (22%), danificada com facilidade por pedras, por exemplo. Na sequência aparecem o consumo com motor 1,6 e a qualidade sonora do sistema de áudio (empatados com 14%). Outras menções são a faróis, comandos do computador de bordo e falta de ajuste da luz dos instrumentos (11% cada).
As várias edições especiais do HB20: da esquerda para a direita, Copa do Mundo, For You, Spicy (em cima), Impress, R Spec e Ocean (embaixo)
Entre os problemas apresentados, os defeitos da pintura aparecem com o mesmo percentual de ruídos internos: 11%. Atrás deles estão, também empatados, ruídos na suspensão, empenamento de discos de freio, defeitos no sistema antitravamento (ABS), no sensor de estacionamento, na boia do tanque de combustível e na tomada USB (6% cada).
É bom o índice de satisfação dos donos com o HB20: a cada quatro, três disseram-se muito satisfeitos com o carro, resultado pouco inferior ao dos concorrentes Chevrolet Onix e Prisma (82%). Em contrapartida, a mesma opinião aplica-se à rede de concessionárias Hyundai para 63% dos participantes, ante 46% dos adversários da GM (veja resultados em detalhes no quadro).
Mais Guias de Compra
Satisfação com o carro
Muito satisfeitos | 75% |
Parcialmente satisfeitos | 14% |
Insatisfeitos | 11% |
Pesquisa com 36 donos |
Satisfação com a rede de concessionárias
Muito satisfeitos | 63% |
Parcialmente satisfeitos | 20% |
Insatisfeitos | 11% |
Não usam | 6% |
Pesquisa com 36 donos |
Ficha técnica
1,0 | 1,0 Turbo | 1,6 | |
Motor | |||
Posição | transversal | ||
Cilindros | 3 em linha | 4 em linha | |
Comando de válvulas | duplo no cabeçote | ||
Válvulas por cilindro | 4 | ||
Diâmetro e curso | 71 x 84 mm | 77 x 85,4 mm | |
Cilindrada | 999 cm³ | 1.591 cm³ | |
Taxa de compressão | 12,5:1 | 9,5:1 | 12:1 |
Alimentação | injeção multiponto sequencial (no Turbo, também turbocompressor e resfriador de ar) | ||
Potência máxima (gas./álc.) | 75/80 cv a 6.200 rpm | 98/105 cv a 6.000 rpm | 122/128 cv a 6.000 rpm |
Torque máximo (gas./álc.) | 9,4/10,2 m.kgf a 4.500 rpm | 13,8/15,0 m.kgf a 1.550 rpm | 16,0/16,5 m.kgf a 5.000 rpm |
Transmissão | |||
Tipo de caixa e marchas | manual, 5 | manual, 6 | manual ou automática, 6 |
Tração | dianteira | ||
Freios | |||
Dianteiros | a disco ventilado | ||
Traseiros | a tambor | ||
Antitravamento (ABS) | sim | ||
Direção | |||
Sistema | pinhão e cremalheira | ||
Assistência | hidráulica | ||
Suspensão | |||
Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal | ||
Traseira | eixo de torção, mola helicoidal | ||
Rodas | |||
Dimensões | 15 pol | ||
Pneus | 185/60 R 15 | ||
Dimensões | |||
Comprimento | 3,92 m (sedã: 4,23 m) | ||
Largura | 1,68 m | ||
Altura | 1,47 m | ||
Entre-eixos | 2,50 m | ||
Capacidades e peso | |||
Tanque de combustível | 50 l | ||
Compartimento de bagagem | 300 l (sedã: 450 l) | ||
Peso: hatch | 990 kg | 1.053 kg | 1.027 kg |
Peso: sedã | 1.010 kg | 1.068 kg | 1.055 kg |
Desempenho e consumo (hatch manual; gas./álc.) | |||
Velocidade máxima | 158/161 km/h | 178/182 km/h | 186/190 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 15,5/14,6 s | 11,2 s* | 9,3 s* |
Consumo em cidade | 12,5/8,5 km/l | 11,6/8,2 km/l | 11,6/8,1 km/l |
Consumo em rodovia | 14,1/9,9 km/l | 14,3/10,1 km/l | 13,8/9,9 km/l |
Dados do fabricante para modelos desde 2016; não incluem versão X; *álcool |