TT, Camaro, Mustang e F-Type: como se compõe o desenho de carros feitos para recreação e deleite
Texto: Danillo Almeida – Fotos: Fabrício Samahá
Eles aparecem em inúmeros papéis de parede, seja os de computadores e celulares ou os pôsteres literalmente colados à parede do quarto. Dão brilho nos olhos quando aparecem nos Salões do Automóvel mundo afora, expostos com toda a pompa e circunstância. Fazem o corpo vibrar quando passam em velocidade, tão bonita é a sinfonia produzida sob seus capôs. E viram todos os pescoços quando passam devagar pela rua, desfilando com o mesmo carisma das supermodelos. Esportivos são o tipo de carro mais adorado que há. Mas você saberia dizer por quê?
Beleza é um assunto subjetivo — qualquer carro pode ser mostrado ao público em meio a luxo. A grande diferença a favor dos esportivos é sua imagem. Eles são a ligação mais próxima que um carro de rua pode ter aos de corrida, os quais protagonizam uma indústria multimilionária e que tem fãs fervorosos em todo o mundo. Além disso, são feitos priorizando características emocionais e seu desenho é repleto de alusões ao mundo moderno e, ao mesmo tempo, às tradições do fabricante. São carros feitos para recreação e deleite — uma forma de fugir da vida real, com as vantagens e desvantagens que isso traz. Todos os desejam, mas nem todos podem fazer as concessões necessárias para executar essa fuga.
O Best Cars separou quatro exemplos dessa categoria para um comparativo especial de aniversário e, em paralelo, analisa aqui seu estilo. O TT representa um meio-termo, para a Audi, entre hatches como o A3 e o superesportivo R8. Já o F-Type, da Jaguar, traz o sabor da esportividade puro-sangue a uma linha reconhecida pelas tradições inglesas de requinte. Chevrolet Camaro e Ford Mustang enfim reprisam no Brasil a briga que travam nos Estados Unidos desde os anos 60 — e que só foi preservada porque ambos a adaptaram ao passar do tempo, cada um a seu modo.
O formato da dianteira marca uma das principais divisões aqui. O TT apresenta o parentesco mais forte com os demais modelos do fabricante. O compartilhamento de plataforma com modelos familiares como o Volkswagen Golf, com motor transversal e tração dianteira, repercute em seu estilo pela dianteira curta e em formato de cunha. A Audi tenta disfarçar essa semelhança com o uso dos vincos, mas a diferença para os demais é clara.
Camaro, F-Type e Mustang seguem a cartilha dos esportivos com dianteira baixa e longa. Esse recurso põe o motor em evidência, portanto é comum para conferir apelo emocional. Entre eles o Jaguar se diferencia pelas linhas suaves e elegantes, típicas dos carros europeus. Ford e Chevrolet abusam dos vincos fortes e da aparência intimidadora, máscula, a qual denota sua origem norte-americana e sua homenagem aos anos 60.
Em F-Type e TT, as entradas de ar centrais formam um só elemento visual. Isso as torna mais destacadas e imponentes, mas não cai tão bem em todos os carros — o Audi é o menos recomendável para recebê-la por ser pequeno. Além disso, o TT apresenta um contraste entre a forma arredondada da carroceria e os vincos e contornos angulares dos detalhes, o que faz o Jaguar parecer mais harmonioso.