Dodge Durango aposta na máxima do “maior é melhor”

 
Os 286 cv não são muitos em vista do peso de 2,3 toneladas, mas o motor V6 é
suave e tem um som agradável; a tração integral tem repartição fixa e sem redução

 

Bom comportamento

Embora não seja oferecido aqui o maior motor do Durango — o Hemi V8 de 5,7 litros, com potência de 360 cv e torque de 54 m.kgf —, o moderno Pentastar V6, que fornece 286 cv e 35,4 m.kgf, está bem dimensionado para o grande SUV. Com bloco e cabeçotes de alumínio e variação do tempo de abertura das válvulas tanto de admissão quanto de escapamento, ele obtém 90% do torque máximo desde 1.600 rpm e responde com bastante vigor. Apesar da aparência de carro familiar e “careta”, o ronco do escapamento é estimulante, quase esportivo.

 

O motorista esquece que está dentro de um veículo com 2,3 toneladas: seu equilíbrio transmite confiança e, nas curvas de alta velocidade, não se nota a carroceria “rolar” muito

 

Silencioso e de baixíssimo nível de vibração, o V6 mantém moderadas 2.100 rpm a 120 km/h na quinta marcha da caixa automática de origem Mercedes-Benz, ainda uma herança dos tempos de associação com o grupo alemão na DaimlerChrysler, desfeita em 2007. Mudanças manuais sequenciais podem ser feitas pelo padrão Mercedes, movendo a alavanca para esquerda (redução) e direita (troca para cima). Com um tanque de gasolina de 93 litros, a boa autonomia é garantida mesmo com o elevado consumo que se espera de suas características.

A tração integral permanente é simples, sem redução ou bloqueios de diferenciais e com repartição de torque fixa em 50% por eixo — portanto, nada da ênfase em uso fora de estrada do Grand Cherokee. As suspensões usam conceitos modernos, com braços sobrepostos na dianteira e sistema multibraço (com braço de controle inferior de alumínio) na traseira. O controle de estabilidade inclui monitor de inclinação da carroceria e controle de balanço de eventual reboque.

 

 
A boa atitude em curvas, que surpreende para um veículo de seu porte, evidencia a
modernidade e o bom acerto da suspensão, que usa o tipo multibraço na traseira

 

Quando nos aproximamos do Durango, a impressão é de um veículo de enormes proporções que pode transportar uma família com conforto e nada mais. Mas não é bem assim, como pudemos avaliar durante um teste rápido na região de Barueri, na Grande São Paulo. O breve percurso foi suficiente para revelar bom compromisso entre conforto e comportamento dinâmico, mérito de uma suspensão bem equilibrada.

 

 

Logo nos primeiros quilômetros, o motorista esquece que está dentro de um veículo com 2,3 toneladas e, mesmo em um trecho com boa sequência de curvas, seu equilíbrio transmite confiança. Ainda que exagerando nas curvas de alta velocidade, não se nota a carroceria “rolar” demais, apesar do vão livre do solo de 207 mm. A sensação de grande massa só aparece na hora de frear.

Mesmo com a queda de vendas no segmento de luxo em 2012 da ordem de 19%, a Chrysler apresentou no ano um crescimento de 31% no Brasil em relação a 2011 — claro que a administração Fiat teve grande peso nesse crescimento, com a promessa de também aumentar a rede de 42 para 52 concessionárias até o fim do ano. Embora os preços esteja mais contra que a favor do êxito do Durango, a teoria do “quanto maior, melhor”, que tem sido seguida por muitos brasileiros quando se trata de escolher o que colocar na garagem, pode lhe garantir espaço no mercado.