Debutantes com Botox
Aos 15 anos de mercado, Siena, Palio Weekend e Strada ganham maquiagem na parte dianteira e pequenas evoluções internas
Texto: Fabrício Samahá e Paulo de Araújo – Fotos: divulgação
A Palio Adventure tem seu próprio visual de frente; painel teve a seção central redesenhada em toda a linha, assim como volante e comandos
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A reformulação completa efetuada pela Fiat no Palio e no Siena (que ganhou o prefixo Grand no nome) não se estende, ao menos por enquanto, para o restante da família. Assim, o Siena EL — versão de entrada que permanece com o antigo desenho —, a perua Palio Weekend e o picape Strada passam à linha 2013 com (bem) pequenas alterações externas e internas e algumas novas opções.
Agora o Strada Trekking, o acabamento intermediário da gama, traz o motor E-Torq de 1,6 litro e 16 válvulas — até então essa versão vinha apenas com o Fire de 1,4 litro e oito válvulas — e pode ser adquirido com cabine dupla, em resposta à boa aceitação dessa configuração, antes restrita às versões Working e Adventure. Tanto na Palio quanto no Strada, a versão Adventure passa a oferecer como opcionais rodas de alumínio de 16 pol com pneus de asfalto, em medida 205/60, e comandos no volante para o sistema de áudio e as trocas manuais de marcha no caso do câmbio automatizado Dualogic. Bolsas infláveis frontais e sistema antitravamento (ABS) de freios tornam-se itens de série nas versões Trekking e na Palio Weekend Attractive.
Para as mudanças de aparência, ficou clara a intenção da Fiat de criar uma identidade com os novos Palio hatch e Grand Siena sem incorrer em altos custos. Com exceção do Strada Working, todos ganharam grade e para-choque dianteiro redesenhados, que nas versões EL (Siena), Attractive (Weekend) e Trekking (Weekend e Strada) adotam “dentes” ao lado da tomada de ar inferior, como os vistos no novo sedã. A eliminação de pequenos vãos acima da placa responde por um aspecto mais “limpo”. Permanece a diferenciação de faróis, que no Siena EL e no Strada Working usam refletor único, enquanto as demais versões trazem duplo refletor, sendo elipsoidal para o facho baixo.
A plástica efetuada na frente estende-se ao painel. Embora o conjunto seja o mesmo desde 2004, foram refeitas suas seções internas para uma aparência mais atual. Os difusores de ar ganham forma arredondada, mas os centrais continuam em posição inadequada, baixa demais. Aparelho de áudio, comandos de ventilação e quadro de instrumentos também mudam. Botões que vinham no lado esquerdo do painel ou em sua parte central inferior, como os de configuração de funções, agora estão junto do rádio.
Também ali vem o do pisca-alerta, mesmo nos carros mais simples, que até então o traziam sobre a coluna de direção — boa modificação. Na linha Adventure os mostradores são os mesmos de antes, só com nova grafia — um tanto rebuscada como sempre. Já as demais versões adotam um quadro simples, com conta-giros em forma de meia-lua (inadequado, pois uma diferença de 500 rpm passa a representar poucos graus) e marcador de combustível digital por barras em um mostrador que serve também a hodômetros e computador de bordo.
Em toda a linha mudaram volante, revestimentos de bancos e portas e alguns dos porta-objetos, assim como os instrumentos auxiliares dos Adventures (bússola e clinômetros), e foi aplicado um apoio de pé esquerdo ao lado dos pedais. A Fiat ainda reviu as regulagens dos bancos em distância e, para o motorista, de altura em algumas versões.
E parou por aí: nem mesmo foi aplicado às versões de 1,4 litro o motor Fire Evo, já presente em Uno, Palio e Grand Siena, que tem alterações para ganho de potência (2 cv, apenas com álcool) e de eficiência. Assim, permanecem como antes os motores Fire de 1,0 litro (com 73/75 cv e torque de 9,5/9,9 m.kgf, sempre na ordem gasolina/álcool) para Siena EL; Fire de 1,4 litro (85/86 cv e 12,4/12,5 m.kgf) para Siena EL, Palio Weekend Attractive e Strada Working; E-Torq 1,6 16V (115/117 cv e 16,2/16,8 m.kgf) para a versão Trekking da Palio Weekend e do Strada; e E-Torq de 1,75 litro e 16 válvulas (130/132 cv e 18,4/18,9 m.kgf) para os mesmos modelos na versão Adventure, as únicas que podem contar com câmbio Dualogic como opcional.
Ao volante Na apresentação da linha 2013, em Pernambuco, o Best Cars avaliou por pequenos trajetos (15 quilômetros) em estradas de asfalto e de terra o Siena EL 1,0, a Palio Adventure Dualogic e o Strada Trekking com o motor 1,6 inédito no picape.
O Siena deixou boas impressões pelo acabamento interno adequado para um sedã do segmento de entrada, sem a sensação de despojamento habitual na classe. Destaque para o novo volante espumado, macio e agradável, e para a boa oferta de itens de conveniência como opcionais. O motor de 1,0 litro mostra certa vivacidade, ajudado pelo peso razoável (1.060 kg) e pelas marchas curtas. Seu acerto de suspensão está em bom estágio, com relativo equilíbrio entre estabilidade e conforto de marcha.
Na Palio Adventure com rodas opcionais de 16 pol, a combinação de suspensão elevada e pneus de uso em asfalto não se mostrou inadequada. Há bom controle de movimentos da carroceria e, mesmo com o ganho de aderência dos novos pneus (Continental no carro avaliado), conseguiu-se boa estabilidade. Ao mesmo tempo, a medida 205/60 garante um perfil alto o bastante para digerir as irregularidades do piso tão comuns por aqui. Os comandos para trocas de marcha no volante podem ser úteis, mas poucos devem optar por eles em um carro sem pretensões esportivas.
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Data de publicação: 16/6/12
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