Audi A5 Sportback: prazer em dirigir e não dirigir

Interior é espaçoso, mas perfil do teto limita um pouco a altura; botões e painel tátil comandam áudio e navegação; porta-malas acomoda 480 litros

Mais leve e com até 252 cv

Como o A4, o novo A5 baseia-se na plataforma MLB da Audi, de motor longitudinal, diferente da MQB (motor transversal) usada no A3. Com uso de materiais leves e aços de alta resistência, a carroceria pesa 15 kg menos que a anterior e, somada a outras reduções, deixa o carro até 85 kg mais leve que o antigo (1.475 kg nas versões de tração dianteira). Em todo o assoalho e nas partes inferiores da suspensão existem acabamentos projetados para diminuir a turbulência do vento e melhorar a aerodinâmica.

Os 252 cv movem seus 1.555 kg com grande suavidade e mínimo ruído, mas ao provocar o 2,0-litros ouve-se um ronco agradável e encorpado sem vibrações

O conhecido motor de 2,0 litros vem com recursos como variação do tempo de abertura e do curso das válvulas (Valvelift), coletor de escapamento integrado ao cabeçote, válvula de alívio elétrica do turbo e dupla injeção de combustível: além da direta, é mantida a indireta no duto de admissão. Elas atuam em conjunto em cargas parciais (pouca abertura de acelerador) para maior eficiência.

Foram escolhidas duas versões da mesma unidade: os A5 Attraction e Ambiente recebem a de 190 cv e 32,6 m.kgf de torque (entre 1.450 e 4.200 rpm), capaz de aceleração de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos e velocidade máxima de 239 km/h, enquanto a do Ambition oferece 252 cv e 37,7 m.kgf (entre 1.600 e 4.500 rpm) para 0-100 em 6 s e máxima de 250 km/h (limite eletrônico). O motor mais potente está associado à tração integral permanente Quattro, mas ambos usam transmissão automatizada S-Tronic de dupla embreagem e sete marchas com função roda-livre em desacelerações.

Motor vem em duas versões, de 190 cv para tração dianteira (raio X maior) e de 252 cv para integral (menor); suspensão traseira passou ao sistema Five-link

A suspensão traseira permanece independente multibraço, mas evoluiu do sistema de braços trapezoidais para um de cinco articulações (five-link), mesmo conceito usado na dianteira (não há diferença entre a tração dianteira e a integral para esse fim). Foram poupados 5 kg com a alteração. Ambos os eixos usam subchassi. Recursos disponíveis na Europa, mas ausentes aqui, são controle eletrônico de amortecimento e assistente de estacionamento.

Ao volante do A5 Sportback

O Best Cars dirigiu o A5 Quattro com o motor mais potente entre São Paulo e Itupeva, no interior do estado, pela Rodovia dos Bandeirantes em percurso de 150 quilômetros entre o volante e o banco do passageiro. E as impressões foram muito convincentes.

Os 252 cv movem seus 1.555 kg com facilidade, mesmo em baixas rotações, com grande suavidade e mínimo ruído. Com a caixa de sete marchas calibrada para manter baixas rotações, é raro ver o conta-giros acima de 2.500 rpm no uso urbano moderado. Mas pode-se provocar o 2,0-litros com mudanças manuais, por meio dos comandos no volante, e ouvir um ronco agradável e encorpado sem vibrações. A ausência de ruídos de vento comprova a eficiência aerodinâmica e, claro, do isolamento acústico.

Versão Quattro de 252 cv conquista pelo desempenho e a estabilidade; tração integral com diferencial central reparte torque entre os eixos

Embora tenha sido abandonada nos esportivos S4, S5 e RS5 em favor de uma caixa automática com conversor de torque (entenda as razões), a transmissão de dupla embreagem S-Tronic revela-se adequada ao A5, com mudanças instantâneas e boas respostas ao comando do acelerador.

A suspensão bem acertada traz grande estabilidade direcional e em curvas, para o que concorre a tração integral com diferencial central. Ao contrário do sistema usado no A3 e no TT, que prioriza as rodas dianteiras e aciona as traseiras apenas sob certas condições, o arranjo do A5 fornece torque às quatro rodas todo o tempo e o distribui entre os eixos conforme a aderência disponível. Pneus 245/45 R 18, freios potentes e direção com assistência elétrica bem dosada completam o conjunto.

“Comprei um hatch” pode ser uma frase incomum no segmento de luxo, mesmo que carros tão desejados quanto o Porsche Panamera e o Aston Martin Rapide sejam, afinal, assim classificados pelo tipo de carroceria. Talvez por isso a Audi prefira “cupê de cinco portas”, rótulo que o Best Cars recusa. Mas o novo A5 Sportback comprova que certos preconceitos não têm razão de existir e que um hatch pode ser um grande carro para se ver, dirigir e até (com o assistente de tráfego lento) não dirigir.