O sistema Drive Select configura acelerador, câmbio, amortecimento e direção entre os
modos Efficiency, Comfort e Dynamic, além dos programas automático e individual
A simulação de desempenho apontou vitalidade, como ao acelerar de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos, mesmo com todo seu peso (saiba mais no quadro abaixo). Embora se possa desfrutar todo esse vigor nos modos Efficiency e Comfort do Drive Select, o programa Dynamic é o mais adequado, pois deixa o câmbio mais “esperto” mesmo ao rodar devagar, mantendo marchas mais baixas; reduz a assistência de direção para deixá-la firme em curvas de alta, com diferença bem perceptível na faixa de 100 km/h; e controla bem mais as oscilações da carroceria por meio dos amortecedores.
O câmbio segue os padrões da Audi no que toca ao modo manual, com mudanças por um canal lateral da alavanca (subindo para frente) ou pelos comandos junto ao volante (subindo pelo da direita), mudança automática para cima ao atingir a rotação máxima e reduções só quando se pisa além do batente próximo ao fim de curso do acelerador. Em modo automático, oferece os programas normal (D) e esportivo (S) e tem atuação irrepreensível, com destaque para as trocas rápidas, sem hesitações ou deslizamentos, lembrando a caixa S-Tronic de dupla embreagem da mesma marca. Chega a tornar supérfluo o modo manual, tamanha a precisão com que entende os desejos do motorista — é um daqueles casos em que se “troca de marcha com o pé”.
O Q5 não é um jipe, mas aceita algumas brincadeiras; a tração integral tem repartição
variável e há um modo Off-Road para os freios ABS e o controle de estabilidade
Todo o Q5 usa um conjunto mecânico moderno (saiba mais) e bem acertado que se traduz em comportamento sempre apropriado. A calibração da suspensão com controle eletrônico de amortecimento não poderia ser melhor: em modo Comfort o rodar é confortável, sem “flutuar”, e em Dynamic mantém as oscilações bem controladas sem deixar o carro muito duro (exceção para passagem por lombadas, algo que talvez os alemães não tivessem para testar…).
O câmbio chega a tornar supérfluo o modo manual, tamanha a precisão com que entende os desejos do motorista: troca-se de marcha “com o pé”
Atirado em curvas, o utilitário mostra seu parentesco aos esportivos da marca com a facilidade de controle mesmo em uso muito vigoroso. Os pneus Michelin Latitude Sport em medida 255/45 R 20 W, com desenho bem mais para asfalto que para fora de estrada, garantem elevada aderência e o subesterço no limite parece diminuir com o modo Dynamic acionado. A intervenção do controle eletrônico de estabilidade, bem dosada, surge apenas quando necessário. O baixo perfil dos pneus não chega a incomodar em piso irregular, embora uma medida mais conservadora fosse bem-vinda nessas horas — a básica na Alemanha é 235/65 R 17. O rodar é que poderia ser menos áspero em asfalto de baixa qualidade, tão comum por aqui.
A tração integral, sem qualquer ajuste ao motorista, tem atuação imperceptível quanto à repartição de torque entre os eixos. Mas o controle de estabilidade e tração conta com botão para acionar o modo Off-Road, ou fora de estrada, que reprograma a atuação desses dispositivos e do sistema antitravamento (ABS) dos freios tendo em vista a menor aderência desse tipo de terreno.
Utilitários esporte são ideais para o deslocamento seguro e com conforto até lugares
de acesso mais difícil, mas esse Audi se sai bem em muitas outras situações de uso
Os freios (que usam discos ventilados também na traseira) produzem desaceleração rápida, apesar de todo o peso, e a direção recebe assistência na medida certa conforme o modo escolhido no Drive Select. É um utilitário esporte com amplo vão livre do solo (20 centímetros), mas que transmite plena confiança quando se roda no ritmo das Autobahnen de sua terra natal. Confiança que se estende à dotação de segurança passiva, com bolsas infláveis frontais, laterais de tórax (dianteiras e traseiras) e cortinas, além de cintos de três pontos para todos e fixação em padrão Isofix para cadeiras infantis.
O que não agrada nesse Audi? Itens de fácil correção como a faixa degradê clara demais e quase inútil do para-brisa, o forro do teto solar que deixa passar muito dos raios solares e do calor do próprio vidro — quando os alemães perceberão que este é um país tropical? — e a falta de difusores de ar para o banco traseiro. Os retrovisores externos são imensos, muito maiores que o necessário diante do uso de lente biconvexa à esquerda, e acabam criando grandes pontos cegos atrás deles para quem gosta de dirigir sentado mais baixo. De resto, o preço justificaria outros recursos como um assistente de estacionamento.
Bons competidores não faltam ao Q5, como o BMW X3 XDrive 28i (2,0 litros, 245 cv, R$ 252 mil), o Volvo XC60 Top R-Design (3,0 litros, 304 cv, R$ 240 mil) e, com menor porte, o Range Rover Evoque Prestige com Tech Pack (2,0 litros, 240 cv, R$ 245 mil). Mas o renovado utilitário esporte da Audi reúne os atributos certos para defender a marca de Ingolstadt em um segmento de carros polivalentes, que servem para tudo e se tornaram sonhos de consumo para muitos.
Simulação de desempenho
Embora tenha ficado um pouco longe dos dados fornecidos pelo fabricante (que nos parecem um tanto otimistas quanto a aceleração e consumo), o Q5 impressionou bem na simulação elaborada pelo consultor Iran Cartaxo.
A velocidade máxima é atingida em sexta marcha com o motor dentro da ampla faixa de potência máxima. Em sétima ele não passa de 223 km/h e em oitava de 221, pois a menor rotação implica dificuldade em vencer a resistência do ar. Isso acontece tanto por serem marchas bastante longas (a oitava produz meras 1.850 rpm a 120 km/h) quanto pela aerodinâmica pouco favorável (note o elevado consumo de potência a 120 km/h). A título de curiosidade, para levar essa oitava até o giro máximo o Q5 precisaria superar 420 km/h… Cuide-se, Bugatti Veyron!
As acelerações obtidas na simulação indicam que o grande Audi pode arrancar junto de carros esportivos de certo calibre, enquanto as rápidas retomadas apontam sua grande capacidade de ultrapassagem, favorecida pelo alto torque disponível em uma faixa variada de rotações.
É claro que há um preço a pagar, na forma do alto consumo, pela combinação de peso, aerodinâmica e desempenho do Q5. Mas as marcas obtidas estão dentro do esperado e não devem representar peso ao bolso de quem compra um carro de seu valor. O grande tanque de 75 litros garante que as paradas para abastecimento, ainda que onerosas, ao menos não precisam ser frequentes.
Velocidade máxima | 224,7 km/h |
Regime à velocidade máxima / marcha* | 5.200 rpm / 6ª. |
Regime a 120 km/h (8ª.) | 1.850 rpm |
Potência consumida a 120 km/h | 42 cv |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 8,4 s |
Aceleração de 0 a 400 m | 16,1 s |
Aceleração de 0 a 1.000 m | 29,1 s |
Retomada de 60 a 100 km/h em drive | 5,0 s |
Retomada de 80 a 120 km/h em drive | 5,7 s |
Consumo em ciclo urbano | 4,8 km/l |
Consumo em ciclo rodoviário | 8,2 km/l |
Autonomia em ciclo urbano | 322 km |
Autonomia em ciclo rodoviário | 556 km |
Conheça o simulador e os ciclos de consumo |
Dados do fabricante
Velocidade máxima | 234 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 5,9 s |
Consumo em ciclo urbano | 9,0 km/l |
Consumo em ciclo rodoviário | 14,5 km/l |
Ficha técnica
Motor | |
Posição | longitudinal |
Cilindros | 6 em V a 90º |
Material do bloco/cabeçote | alumínio |
Comando de válvulas | duplo nos cabeçotes |
Válvulas por cilindro | 4, variação de tempo na admissão |
Diâmetro e curso | 84,5 x 89 mm |
Cilindrada | 2.995 cm³ |
Taxa de compressão | 10,3:1 |
Alimentação | injeção direta, compressor, resfriador de ar |
Potência máxima | 272 cv de 4.780 a 6.500 rpm |
Torque máximo | 40,8 m.kgf de 2.150 a 4.780 rpm |
Potência específica | 90,8 cv/l |
Transmissão | |
Tipo de câmbio e marchas | automático, 8 |
Relação e velocidade por 1.000 rpm | |
1ª. | 4,71 / 9 km/h |
2ª. | 3,14 / 14 km/h |
3ª. | 2,11 / 21 km/h |
4ª. | 1,67 / 26 km/h |
5ª. | 1,28 / 34 km/h |
6ª. | 1,00 / 43 km/h |
7ª. | 0,84 / 52 km/h |
8ª. | 0,67 / 65 km/h |
Relação de diferencial | 3,20 |
Tração | integral |
Freios | |
Dianteiros | a disco ventilado (ø ND) |
Traseiros | a disco ventilado (ø ND) |
Antitravamento (ABS) | sim |
Direção | |
Sistema | pinhão e cremalheira |
Assistência | elétrica |
Diâmetro de giro | 11,6 m |
Suspensão | |
Dianteira | independente, braços sobrepostos, mola helicoidal |
Traseira | independente, multibraço, mola helicoidal |
Estabilizador(es) | dianteiro e traseiro |
Rodas | |
Dimensões | 8 x 19 pol |
Pneus | 235/55 R 19* |
Dimensões | |
Comprimento | 4,629 m |
Largura | 1,898 m |
Altura | 1,655 m |
Entre-eixos | 2,807 m |
Bitola dianteira | 1,617 m |
Bitola traseira | 1,614 m |
Coeficiente aerodinâmico (Cx) | 0,33 |
Capacidades e peso | |
Tanque de combustível | 75 l |
Compartimento de bagagem (normal/banco rebatido) | 540 l / 1.560 l |
Peso em ordem de marcha | 1.840 kg |
Relação peso-potência | 6,8 kg/cv |
Garantia | |
Prazo | 2 anos sem limite de quilometragem |
Carro avaliado | |
Ano-modelo | 2013 |
Pneus | Michelin Latitude Sport |
Quilometragem inicial | 9.000 km |
Dados do fabricante; ND = não disponível; *255/45 R 20 no carro avaliado |