S10, Ranger, Frontier e Hilux no desafio das picapes

Quatro opções com cabine dupla, potente motor a diesel e conteúdo elevado por preço abaixo de R$ 200 mil

Texto e fotos: Fabrício Samahá

Elas chegaram ao mercado brasileiro na década de 1990, quando ainda havia modelos grandes nacionais, e logo ganharam adeptos. Hoje oferecem recursos de conforto e segurança impensáveis na época, que as tornam mais próximas de automóveis. São as picapes médias.

Para este Desafio o Best Cars reuniu versões de luxo com cabine dupla, motor turbodiesel e transmissão automática de quatro modelos: Chevrolet S10 High Country, Ford Ranger Limited, Nissan Frontier LE e Toyota Hilux SRV (a versão de topo SRX, não disponível para teste na oportunidade, teria preço mais alto e poucas diferenças para a avaliada). E a Volkswagen Amarok V6? Por várias vezes a pedimos ao fabricante, que não pôde nos atender, e hoje o modelo está fora da frota aguardando novas unidades. Fica para outra vez.

Quatro bons desenhos para um veículo que prioriza a robustez; apenas a Nissan ainda não foi reestilizada na atual geração; a nova frente da Toyota divide opiniões

As quatro picapes se equivalem nos quatro “Ps” de nossos comparativos, com a mesma proposta de uso, porte similar (14 cm de variação da maior à menor em comprimento e distância entre eixos), potência próxima (200 cv na Chevrolet e na Ford, 190 na Nissan e 177 na Toyota em motores de 2,3 a 3,2 litros) e preços competitivos: R$ 198,5 mil para a S10, R$ 192,8 mil para a Ranger, R$ 194,8 mil para a Frontier e R$ 189 mil para a Hilux como avaliadas — a versão SRX da Toyota, por R$ 206 mil, se tornaria a mais cara do grupo.

Estilo
Com exceção da Frontier, que tem lançamento mais recente, todas já passaram por uma remodelação frontal na atual geração, mais abrangente nos casos de S10 e Ranger. Mostram um desenho atual e bem de acordo com o que espera o público-alvo de picapes, mas a frente da Hilux não ficou tão harmoniosa.

Acabamento agrada mais na Ranger e na Hilux; a primeira é imbatível em itens de conveniência e assistência; volantes deveriam ter ajuste também em distância

Acabamento e conveniência
Os interiores têm bancos de couro (na S10, revestimento sintético que o simula), mas usam plásticos simples e rígidos — os de S10 e Frontier parecem de carros de um terço do preço. São bem dotados de conveniências, como apoios de braço centrais na frente e atrás, ar-condicionado automático, assistente de descida, aviso de qual porta está mal fechada, câmera traseira de manobras, controlador de velocidade, faróis automáticos e rebatimento elétrico dos retrovisores.

Recursos exclusivos da Ranger incluem assistentes de faróis e de faixa, controlador de distância à frente, leitor de placas de limite e frenagem autônoma de emergência

Vários recursos são exclusivos da Ranger: assistentes para comutação dos faróis e para evitar saída da faixa da via (a S10 alerta sem intervir na direção), controlador de distância à frente (ativo apenas de 20 km/h em diante), leitor de placas de limite de velocidade, limitador de velocidade, limpador de para-brisa automático, molas a gás para sustentar o capô, monitor de atenção do motorista (detecta sono ou desatenção pela análise de sua atuação no volante) e monitor de distância frontal com frenagem autônoma de emergência (a S10 alerta sem frear).

S10: assistências On Star e alertas para risco de colisão e para saída da faixa da via

Ranger: controlador de distância à frente e correção de trajetória na faixa; tem ainda monitor dos pneus (como S10), ajuste do apoio lombar e ar-condicionado de duas zonas (como Frontier)

Apenas a S10 tem aviso programável de excesso de velocidade, partida remota do motor e assistência On Star, que nessa versão abrange chamada de emergência em caso de acidente, auxílios para navegação e para recuperação do veículo roubado e diagnóstico a distância (há custo de renovação após o período incluso). A Frontier é a única com câmeras ao redor que formam imagem de 360 graus e teto solar com controle elétrico.

Chevrolet e Ford trazem comando a distância para abrir e fechar vidros, monitor de pressão de cada pneu e sensores de estacionamento à frente e atrás (só traseiro na Nissan, nenhum na Toyota). Frontier e Hilux vêm com dutos de ar para o banco traseiro e porta-copos em posição ideal junto aos difusores do painel. Na Ford e na Nissan, os para-sóis trazem espelhos iluminados (as outras nem espelho do lado do motorista têm) e o ar-condicionado tem duas zonas de ajuste. Ranger e Hilux dispõem de locais refrigerados, uma no console central, a outra no porta-luvas.

Frontier: câmeras com imagens de 360 graus e teto solar elétrico; saídas de ar traseiras (como Hilux), luz nos espelhos dos para-sóis e ar de duas zonas (como Ranger)

Hilux: alerta para uso dos cinco cintos e, como na Ranger, bloqueio do diferencial traseiro

As centrais de áudio oferecem amplas telas de 8 polegadas, integração a celular por Android Auto e Apple Car Play — novidade na Hilux 2020, em lugar do espelhamento de telefone por aplicativo próprio — e navegador integrado. A da Toyota inclui TV digital (o carro avaliado tinha o sistema anterior). Pontos melhoráveis: a S10 vem sem chave presencial para acesso e partida e seu espaço para objetos é mínimo; na Frontier a função um-toque consta apenas da descida do vidro do motorista, o retrovisor interno não é fotocrômico e falta faixa degradê no para-brisa.