Mais que visual, motor do Up traz renovação ao VW Gol

São quatro aparelhos, dois deles com conexão para operar aplicativos do celular

 

Menos cilindros, melhor desempenho

Sob o capô, a VW aplicou o moderno motor EA-211 de três cilindros e quatro válvulas por cilindro às versões de 1,0 litro do Gol e do Voyage, seguindo o que já havia feito no Fox. A unidade compartilhada com o Up traz recursos técnicos atuais como bloco de alumínio, variação do tempo de abertura das válvulas, duplo circuito de arrefecimento e preaquecimento de álcool para partida a frio.

Em relação ao antigo quatro-cilindros de duas válvulas, houve ganhos expressivos em potência, que subiu de 72/76 cv para 75/82 cv na ordem gasolina/álcool. O torque caiu de 10,6 para 10,4 m.kgf com álcool, mantendo os 9,7 m.kgf com gasolina, mas agora aparece a 3.000 rpm (antes, 3.850) e tem 85% do valor máximo disponível a 2.000 rpm. A fábrica anuncia melhora perceptível em desempenho: o Gol acelera de 0 a 100 km/h em 12,6/12,3 segundos e alcança velocidade de 168/170 km/h (na mesma ordem de combustíveis) ante 13,9/13,4 s e 161/163 km/h do quatro-cilindros.

 

O três-cilindros do Up chega ao Gol e Voyage: mais potência, menor consumo

 

Além disso, auxiliado pelo alongamento das relações de marcha em até 10%, o novo motor consome menos combustível: a VW informa redução de até 12% no caso do uso de gasolina. Outras alterações dessas versões são amortecedores recalibrados e discos de freio maiores na frente. Nos carros de 1,6 litro foi mantido apenas o motor de duas válvulas por cilindro, desaparecendo do Gol o EA-211 de quatro válvulas, lançado em 2014 no Rallye. Nem mesmo o preaquecimento de álcool esses carros receberam: permanece o anacrônico tanque auxiliar de gasolina para partida.

 

O novo motor está bem ajustado ao Gol, com aceleração convincente para a cilindrada e funcionamento suave

 

No lançamento à imprensa o Best Cars dirigiu o Gol Comfortline com o motor de 1,0 litro. O trajeto iniciou-se em São Paulo, na região de Santo Amaro, e passou pelas rodovias dos Bandeirantes e Marechal Rondon até a cidade de Itu, 100 quilômetros a noroeste da capital, com três adultos no carro.

No interior, o novo painel passa ar de certo requinte. O mostrador central também exibe a velocidade, o que é conveniente para observação mais precisa em tempos de radares por todo lado. Já a tela do sistema de entretenimento pareceu mais fácil de ser visualizada pelo passageiro, uma limitação do projeto básico do painel, que não previa tal acessório. Ao menos isso estimula o motorista a usar o comando de voz e, assim, manter a atenção ao dirigir.

 

Nas versões de 1,6 litro, mesmo motor: o moderno 16-válvulas deixa de vir no Gol

 

O novo motor está bem ajustado ao Gol. A aceleração inicial não é tão rápida quanto a que ele proporciona ao Up, mas o EA-211 se mostra convincente para a cilindrada e bem mais “esperto” que no anterior de quatro cilindros. O funcionamento é suave: mal se nota o desequilíbrio inerente a um três-cilindros, salvo por alguma oscilação em marcha-lenta, sem incomodar. As relações de marchas ficaram bem acertadas e, como de hábito no modelo, a transmissão permite trocas macias e precisas.

 

 

Em rodovia a aceleração é mais lenta, mas em velocidades de viagem o motor produz ruído moderado. No plano, basta apertar um pouco mais o acelerador que ele responde prontamente, com boa desenvoltura para um 1,0-litro. Muitos só vão lembrar sua cilindrada quando encontrarem uma subida: nessas condições é necessário reduzir marcha e esperar o motor embalar novamente.

De modo geral, o Gol de três cilindros surpreendeu. Anda bem e, ao que tudo indica, trará uma importante redução de consumo que vai ao encontro dos anseios de quem compra um carro de seu segmento. E, com os novos sistemas de entretenimento, dá até para compartilhar aos amigos as impressões sobre o motor sem tirar as mãos do volante.

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Ficha técnica

  Gol Comfortline 1,0 Voyage Highline 1,6
Motor
Posição transversal
Cilindros 4 em linha
Comando de válvulas duplo no cabeçote no cabeçote
Válvulas por cilindro 4, variação de tempo 2
Diâmetro e curso 74,5 x 76,4 mm 76,5 x 86,9 mm
Cilindrada 999 cm³ 1.598 cm³
Taxa de compressão 11,5:1 12,1:1
Alimentação injeção multiponto sequencial
Potência máxima (gas./álc.) 75/82 cv a 6.250 rpm 101/104 cv a 5.250 rpm
Torque máximo (gas./álc.) 9,7/10,4 m.kgf a 3.000 rpm 15,4/15,6 m.kgf a 2.500 rpm
Transmissão
Tipo de caixa e marchas manual, 5 manual, 5, ou manual automatizada, 5
Tração dianteira
Freios
Dianteiros a disco ventilado
Traseiros a tambor
Antitravamento (ABS) sim
Direção
Sistema pinhão e cremalheira
Assistência hidráulica
Suspensão
Dianteira independente, McPherson, mola helicoidal
Traseira eixo de torção, mola helicoidal
Rodas
Dimensões 5 x 14 pol / 6 x 15 pol 6 x 15 pol / 6 x 16 pol
Pneus 185/65 R 14 / 195/55 R 15 195/55 R 15 / 195/50 R 16
Dimensões
Comprimento 3,897 m 4,218 m
Largura 1,656 m
Altura 1,464 m 1,463 m
Entre-eixos 2,466 m 2,467 m
Capacidades e peso
Tanque de combustível 55 l
Compartimento de bagagem 285 l 480 l
Peso em ordem de marcha 998 kg 1.067 kg
Desempenho (gas./álc.)
Velocidade máxima 168/170 km/h 190/192 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h 12,6/12,3 s 10,1/9,9 s
Dados do fabricante; consumo não disponível

 

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