Alterações melhoram aptidão do jipinho nas trilhas; Alfa Romeo é citada como referência para Seat
Suzuki criou série especial do seu jipinho Jimny. Chama-a Desert e não é identificada por adesivos, rodas coloridas, bobagens afins, usuais características de fugazes edições.
Aumento em 68 mm da altura livre do solo, pneus maiores, 215/75 R 15, chapas protetoras para a mecânica inferior – caixa de transferência, braços da suspensão, amortecedores, além de equipamento com mais função visual e menos prática, o Snorkel. Leitor deve saber, uma trapizonga nascendo ao nível do teto, descendo, e trepanando o cofre do motor, como se o motorista fosse circular submerso a 2 m. Coisa para enganar mãe de moça mas, sem trocadilho, neste deserto de veículos sem habilidades extras e apenas penduricalhos em hatches metidos a SUVs, fará a maior presença.
Pintado em Bege Jizan, é dito como inspirado nas areias do deserto — mas Jizan é cidade à beira mar, próxima ao Iêmen —, grade e faróis com acabamento cor grafite. Sua ótima capacidade fora de estrada – para a Coluna é a melhor equação na proposta – foi implementada. 100 unidades. Visto o preço, R$ 86 mil, mereceria denominação japonesa: Takaro.
Alfa, referência
Herbert Diess, presidente da marca Volkswagen, na apresentação dos resultados financeiros da espanhola Seat, sua controlada, saiu-se com comparativo curioso: com a entrada no mercado chinês, quer vê-la como a Alfa Romeo, começando por elevar preços. Alfa hoje é comparável às versões S da linha Audi.
Diess nominou as características da Alfa, e disse que o crescimento e margem econômica da Seat superam a marca italiana. Nenhuma outra marca tem tanta história e tradição no emblema como a Alfa, e a comparação parece graça sem graça. Há quem lembre, Luca De Meo, presidente da Seat, era Menino de Ouro na então Fiat, e de lá foi saído por Sergio Marchionne, capo de tutti capi e à época número 1 da marca. Comparação presunçosa parece provocação póstuma.
Roda a Roda
Retorno – Fim das cotas de importação baixadas pela legislação do programa Inovar-Auto acelera negócios dos importadores. Kia, maior deles, cresceu 46,3% relativamente ao primeiro semestre de 2017. Na prática licenciou 6.899 unidades, entre SUV Sportage e sedã Cerato. Média do mercado foi 14,1%.
Traço – Agregação à Aliança Renault-Nissan dá impulso à divisão automobilística da Mitsubishi. Empresa cooptou Alessandro Dambrosio, ex-designer chefe da Alfa Romeo. Quer dar traço, vigor, identidade visual a uma das marcas mais mal identificadas no setor.
Pré – Dambrosio participou dos projetos Alfa 159, Giulietta (foto), Mito. Após, na Volkswagen, chamado pelo seu ex-chefe Walter “156” De Silva, trabalhou nos recentes Audi A4/A5, TT Sportback Concept e no SUV Bentley Bentayga.
Situação – Designer-chefe é oportunidade de ouro a profissional do lápis deixar a marca de seu talento. Não são empregos efêmeros. Normalmente o escolhido cria as formas e personaliza os produtos por, pelo menos, duas gerações de veículos.
Opção – Aparentemente a parte nipônica da Aliança necessita socorro e apoio em estilo. Nissan foi buscá-los na Casa Pininfarina para acertar seu performático 370Z, e precisa fazer trabalho em todos os seus produtos, indistintamente ruins em estilo. Mitsubishi acertou-se com o italiano ex-Alfa.
Mais um – GM apresentou versão automática para PCD (pessoa com deficiência) de seu sedã Cobalt. Tracionada pelo motor 1,8-litro, foca clientes contemplados com desconto no IPI. R$ 70 mil sem isenções.
Mit 20 – De uma aposta no futuro, em município distante do centro produtor de autopeças, mas próximo ao mercado de seu produto, as picapes 4×4, em 20 anos a Mitsubishi marcou sua história em Catalão, GO. Nasceu com 14.000 m² de área coberta e, em 20 anos, chegou a quase 20 vezes mais. Registro insólito, no meio de Goiás a empresa tem uma das três mais modernas instalações de pintura no Brasil.
Gabarito – Das muitas conquistas, o transformar a picape diesel em objeto-ícone de consumo; de ter sido pioneira no uso de turbo nos Mitsubishis; de dar morfologia a picapes: diesel, cabine dupla, tração nas 4 rodas.
Confiança – Longo e cheio de percalços em seu curso no âmbito dos ministérios da Indústria e Comércio, Planejamento e Fazenda, projeto Rota 2030 foi enviado ao Congresso para apreciação. Traça a regra de incentivos para a indústria de veículos e autopeças.
Correções – No Legislativo, esperadas intervenções das fabricantes e importadoras relativamente ao percentual de compensações nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, aparentemente terá curso curto.
Vaticínio – Raciocínio está em declaração do Presidente Temer, no congresso da Fenabrave, entidade dos revendedores de veículos, terça-feira passada. Lá, turbinado por surpreendentes aplausos, declarou assinará a Lei à abertura do Salão do Automóvel, novembro. Aparentemente combinou com os russos legisladores.
Ar – Fábricas de automóveis buscam independer de energia elétrica cara, produzido por hidroelétricas ou termogeradores. No Brasil Volkswagen tem duas represas gerando energia; Honda um parque de geradores eólicos. Toyota Argentina vai pelo mesmo caminho: acertou com a petroleira estatal YPF geração de energia elétrica produzida por geradores eólicos.
Saída – Para enfrentar o tabelamento dos fretes – e a impossibilidade de negociar -, a GM pensa em ter frota própria de caminhões, tanto para recolher autopeças quanto para transportar carros 0-Km. A greve dos caminhoneiros e a incapacidade do governo em peitar e resolver, ficando refém da categoria, dá em excrescências como esta.
Respeito – Governo inglês quer incrementar o uso de combustível E10 – gasolina com 10% de álcool. Mas em respeito ao 1,8 milhão de veículos pré-1970 existente no país, e para os quais considera a mistura incompatível, mante-la-á disponível até 2020.
Aqui – Ao contrário da respeitosa elegância inglesa, aqui, reflexo da maneira impositiva dos governos militares e seus sucessores, somada à leniência brasileira, a gasolina vem misturada com tão elevada quanto desconhecida quantidade de álcool, e o governo nada pergunta sobre adequabilidade ou fazer danos nos veículos, novos ou antigos.
Araxá – Renault confirmou e avisa de seu patrocínio ao Brazil Classics Renault Show 2018, mais conhecido como Encontro de Araxá, onde realizado. Mais elegante dentre os pululantes e descoordenados eventos antigomobilísticos no Brasil, ocorrerá entre os dias 5 e 9 de setembro, feriado. Patrocínio faz parte das comemorações dos 120 anos da marca. Gracioso.
Autoclasica – Sequência de qualidade, depois do mais elegante evento antigomobilístico brasileiro, será a vez dos argentinos com o Autoclasica. É o maior dentre os da América Latina, ocorrendo entre 12 e 15 de outubro em San Isidro, vizinha a Buenos Aires. Brasileiros não expõem, mas comparecem aos milhares. Entrada a 300 pesos – uns R$ 41. Para o dia 12, promoção: dois tíquetes por 350 pesos – circa R$ 48.
Imprensa – Jeremy Clarkson, polêmico jornalista, brilhante em comparações, hábil utilizador de adjetivos, em sua coluna mensal na revista Quatro Rodas carrega de elogios a caçamba da picape Toyota Hilux, mas critica a substituição de um comando mecânico por botões e eletrônica para acionar tração nas 4 rodas e reduzida.
Também – Coluna tem criticado os fabricantes por isto. Serviço duro não permite as dúvidas do uso de complicações elétricas e eletrônicas. Botãozinho não é coisa séria ou confiável, mas boiolo-feminina.
Utilidade – Mesma revista porta pequeno encarte patrocinado pela Fiat, o Guia do Test-Drive Perfeito, aulas sobre como avaliar veículos. Didático, interessante, sem indicar seus carros, mas demonstrando claramente as novas qualidades dos novos Fiat.
Gente – Fernão Silveira, comunicólogo, deixou a Ford após um ano de serviço. Jornalistas do setor, incontidos em rótulos e carimbos, dizem-no o fugaz.
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